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Segurança Alimentar

Curitiba é a capital destaque em segurança alimentar, diz jornal

Armazém da Família Jardim Paranaense, no Alto Boqueirão. Foto: Pedro Ribas/SECOM

Em um Brasil onde boa parte da população enfrenta dificuldade para encontrar alimentos saudáveis perto de casa, Curitiba aparece como um exemplo positivo quando se fala em segurança alimentar. Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social publicado pela Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (29/5), Curitiba é a capital com o menor percentual de moradores vivendo em desertos alimentares: apenas 9,7%, ante mais de 50% em cidades como Manaus.

O termo 'deserto alimentar' se refere a áreas urbanas com pouca ou nenhuma disponibilidade de alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, verduras e legumes — realidade que afeta especialmente pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Para enfrentar esse desafio, a Prefeitura de Curitiba tem adotado uma série de políticas públicas integradas, que vão da produção e distribuição de alimentos à educação alimentar e inclusão social. Os programas incluem os Armazéns e Sacolões da Família, Restaurantes Populares, Mesa Solidária, hortas e fazendas urbanas, Feiras livres, Escolas de Segurança Alimentar e o Banco de Alimentos.

“Trabalhamos com um olhar amplo, que vai do campo ao prato. Garantimos alimentação acessível e de qualidade para quem mais precisa, mas também investimos na formação profissional, no combate ao desperdício e na produção sustentável de alimentos”, afirma Leverci Silveira Filho, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.

Alimentação acessível e de qualidade

Entre as principais iniciativas da capital estão os Restaurantes Populares, que servem diariamente cerca de 5.100 refeições a R$ 3, e o Mesa Solidária, que desde 2019 já distribuiu mais de 1,3 milhão de refeições gratuitas para pessoas em situação de rua e idosos em vulnerabilidade. Os alimentos são preparados com insumos arrecadados pelo Banco de Alimentos, que recolheu 1,6 mil toneladas de alimentos entre 2020 e 2024.

“Sem o Mesa Solidária, eu teria que pedir dinheiro na rua para comer. Essa refeição é uma mãe para nós”, conta Eduardo Augusto Alves de Oliveira, desempregado e atendido por uma das cinco unidades do programa.

Apoio às famílias e fortalecimento da Agricultura Urbana

O tradicional programa Armazém da Família, com 35 unidades em Curitiba e 15 na Região Metropolitana, atende cerca de 1 milhão de pessoas, oferecendo produtos com até 30% de desconto em relação ao varejo comum. Desde 2017, a Prefeitura dobrou a faixa de renda permitida para compras, ampliando o alcance da política.

A cidade também investe na produção local de alimentos. São 209 hortas urbanas, que produzem mais de 1.600 toneladas de alimentos por ano, beneficiando diretamente 32 mil pessoas. Já a Fazenda Urbana é um polo de educação ambiental e incentivo à Agricultura Urbana. A cidade possui uma Fazenda Urbana, no bairro Cajuru, e tem previsão de inaugurar a segunda unidade na CIC, no segundo semestre.

Educação, renda e alimentação de verdade

Além da distribuição de alimentos, Curitiba aposta na educação alimentar. De 2022 a 2024, 2.454 pessoas foram formadas nas quatro Escolas de Segurança Alimentar da cidade, com cursos que aliam teoria, prática e oportunidades de inclusão produtiva.

Um exemplo é o jovem Lucas Eduardo de Oliveira Rodrigues da Cruz, 19 anos, que encontrou no curso do Mesa Solidária uma chance de transformar sua vida. “Agora, quero mostrar para outros jovens que, com dedicação, é possível realizar sonhos”, afirma.

Com 89 feiras livres ativas, 11 Sacolões da Família e ações que integram abastecimento, educação e inclusão social, Curitiba se consolida como referência nacional no combate à fome e à má alimentação.

“É gratificante ver Curitiba como destaque nacional em um tema tão sério. Mas sabemos que ainda há desafios. Continuaremos trabalhando para garantir que todos tenham acesso a uma alimentação saudável, digna e justa”, reforça o secretário Leverci.