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Proteção para o bebê

Saúde de Curitiba convoca gestantes para vacinação contra vírus sincicial respiratório

Curitiba convoca gestantes para vacinação contra vírus sincicial. Foto: Valdecir Galor/SECOM (arquivo)

Texto: Themys Cabral
Secretaria Municipal da Comunicação Social (Secom)

A Prefeitura de Curitiba convoca gestantes a partir da 28ª semana de gravidez para se vacinarem contra o vírus sincicial respiratório (VSR). A partir desta sexta-feira (5/12), a vacina, recentemente incorporada ao Programa Nacional de Imunização (PNI), estará disponível gratuitamente pelo SUS em 109 unidades de saúde da cidade. O objetivo da imunização é reduzir casos de bronquiolite em recém-nascidos.

“Na rede privada, esta vacina chega a custar até R$ 1,5 mil. A incorporação desta vacina no SUS é um avanço para a proteção dos recém-nascidos de uma das infecções respiratórias mais graves do período neonatal”, explica a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Tatiane Filipak.  

Segundo a secretária, a vacinação da gestante tem como objetivo a transferência de anticorpos pela placenta, para proteção do bebê nos primeiros meses de vida.

Estima-se que Curitiba tenha 13,5 mil gestantes – cerca de 4,5 mil estariam elegíveis para a vacinação já neste momento, pois estariam com a idade gestacional mínima preconizada para esta imunização. Destas, aproximadamente 3 mil são acompanhadas pelo SUS Curitibano, mas todas as gestantes elegíveis podem se vacinar na rede pública, apresentando documentação. VEJA QUAL.


Como se vacinar

A vacinação contra o VSR é de dose única, a cada gestação. Outras vacinas de rotina da gestante, como a dTpa (coqueluche, difteria e tétano), contra influenza e covid-19, poderão ser realizadas simultaneamente.

Para se vacinar contra o VSR na rede municipal da Saúde de Curitiba, é preciso estar com 28 semanas de gestação ou mais e apresentar documento de identidade com foto. Não há restrição em relação à idade materna. 

As gestantes acompanhadas pelo SUS Curitibano não precisam apresentar documentação comprovando a idade gestacional, pois as informações estão inseridas no prontuário eletrônico. 

ÂncoraAs demais gestantes devem apresentar alguma documentação que comprove o período gestacional mínimo de 28 semanas, como carteira de gestante, ultrassom recente, carta ou prescrição do médico, entre outros.

“O ideal é que a vacinação ocorra até dez dias antes do parto, para que uma quantidade suficiente de anticorpos maternos seja transferida para o feto”, alerta a médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde, Marion Burger.

Importância da vacinação 

Estima-se que o VSR é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% dos casos de pneumonia em crianças menores de 2 anos.

Em 2025, até a 22 de novembro, o Brasil registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados por VSR. Desses casos, a maior concentração de hospitalizações ocorreu em crianças com menos de 2 anos de idade, totalizando cerca de 35,5 mil ocorrências, o que representa 82,5% do total de casos de SRAG por VSR no período.

Em Curitiba, foram registrados em 2025, até o dia 2 de dezembro, 3.790 casos de SRAG. Em 2.260 houve detecção do vírus causador. O VSR foi o campeão com 693 casos registados – o equivalente a 31% dos casos de SRAG deste ano causados por vírus. A influenza, segunda colocada, totalizou 665 casos.

Na análise por idade, fica clara a prevalência de infecções graves por VSR nos bebês. Dos 693 casos de SRAG por VSR detectados em moradores de Curitiba, 401 foram em bebês menores de 1 ano de idade – o que corresponde a 58% do total. Entre 1 a 4 anos, foram 141 casos. Ou seja, as crianças com idades de 0 a 4 anos somaram 78% dos casos de SRAG por VSR em Curitiba em 2025.

“Crianças menores de 6 meses tem maior risco para doença grave e óbito por VSR. A vacina oferecerá proteção imediata aos recém-nascidos de mães vacinadas, reduzindo hospitalizações”, afirma Marion.  “A vacinação materna demonstrou uma eficácia de 81,8% na prevenção de doenças respiratórias graves causadas pelo VSR nos bebês durante os primeiros meses após o nascimento”, completou.

Sintomas e tratamento

A maioria das crianças infectadas pelo VSR apresenta sintomas leves, geralmente semelhantes aos sintomas de um resfriado comum. Inicialmente, há coriza, tosse leve e, em alguns casos, febre.

Em menores de 2 anos a infecção pode evoluir para sintomas mais graves e associados à bronquiolite, com piora da tosse, dificuldade para respirar, aumento da frequência respiratória — com chiado a cada expiração — e dificuldade também para mamar e deglutir. Como sinal da menor oxigenação, dedos e lábios podem ficar azulados.

Não existe tratamento antiviral para a infecção por VSR. O manejo dos pacientes internados geralmente envolve suporte ventilatório, suplementação de oxigênio, conforme necessário, aspiração adequada das secreções respiratórias e hidratação endovenosa.