Curitiba, a capital da sustentabilidade

Referência nacional e internacional em sustentabilidade, cidade tem uma série de ações que visam a recuperação ambiental

Iniciativas alinhadas ao PlanClima

Curitiba e todo o planeta celebram, nesta segunda-feira (5/6­), o Dia Mundial do Meio Ambiente. Mas o compromisso de investir em ações ambientalmente corretas é permanente na capital paranaense, com a Prefeitura transformando em realidade iniciativas que visam mitigar os efeitos das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases. 

Iniciativas da Prefeitura de Curitiba, como a Pirâmide Solar, Bairro Novo da Caximba, nova Família Folhas, Amigo dos Rios, combustível derivado de resíduos urbanos (CDRU), 100 Mil Árvores e novos Inter 2 e BRT elétricos, estão alinhadas ao Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças , para implementar ações transformadoras e inclusivas por uma cidade neutra em emissões e resiliente ao clima até 2050, de acordo com os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

A principal delas é conter o aumento da temperatura média global no limite dos 2°C, com esforços para que o aquecimento se estabilize em torno de 1,5°C. “O PlanClima consolida o compromisso de Curitiba com o enfrentamento às mudanças climáticas, com a melhoria da qualidade urbana e ambiental da cidade e da vida de seus habitantes”, destaca a secretária municipal de Meio Ambiente, Marilza Dias.

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Capital da Sustentabilidade

Reduzir as emissões de gases

O processo de elaboração do PlanClima foi iniciado ainda em 2018, a partir da assinatura da Carta de Compromisso da Cidade de Curitiba com a Deadline 2020 – Meta 2020 da Rede C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima.

 

"Reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 2050 para cerca de 20% está entre os principais aspectos do PlanClima e, para isso, são apontadas soluções como aumento do uso da energia renovável, redução da parcela orgânica de resíduos em aterros sanitários e dos deslocamentos por automóveis na cidade."

Marilza Dias, secretária municipal de Meio Ambiente

Preservação de áreas verdes

Graças a esforços iniciados ainda na década de 1970, a cidade hoje conta com grandes espaços de área verde preservados. São 47 parques e bosques públicos, entre eles o Jardim Botânico, em diversas regiões da cidade, como os parques Barigui, Tanguá, Tingui e Lago Azul, por exemplo. Somados às praças, jardinetes, eixos de animação e jardins ambientais, são quase 13 milhões de metros quadrados de áreas preservadas com bosques nativos, equipamentos de lazer e prática esportiva, que proporcionam mais qualidade de vida à população. Curitiba ainda incentiva, por meio da criação das Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal (RPPNMs), a preservação de áreas e bosques particulares. Tudo isso resulta numa cobertura florestal de 110.875.759,05 metros quadrados de áreas verdes na cidade, o que resulta em mais de 60 metros quadrados de área verde por habitante, quando o mínimo recomendado pela OMS é de 12 metros quadrados por habitante.

Amigo dos Rios e 100 Mil Árvores

Programas que promovem melhorias ambientais com a participação da comunidade e consistem na limpeza dos rios e na recomposição da vegetação nativa. O desafio 100 Mil Árvores para Curitiba foi lançado pela Prefeitura, originalmente, na primavera de 2019 e deveria ser concluído na primavera de 2020. Mesmo com a pandemia, que acabou por inviabilizar o plantio comunitário, foram plantadas 108 mil mudas no período proposto. Graças a esse sucesso, que contou com a participação de empresas, Exército e escolas, o município vem renovando o desafio e chegou em março de 2023 a 330 mil árvores plantadas. Implantado em 2019, o Amigo dos Rios visa à melhoria e recuperação dos rios da cidade, com uma série de ações voltadas para a regularização das ligações de esgoto, fiscalização, limpeza de rios, obras e Educação Ambiental. É um trabalho amplo e integrado, que envolve também a comunidade com a formação de grupos de apoio local, como prioridade para o Rio Belém (e suas microbacias), que nasce e termina dentro da cidade.

Curitiba mais Energia

Energia limpa na cidade

O programa Curitiba Mais Energia visa popularizar o uso da energia limpa na cidade. Além da Pirâmide Solar de Curitiba - Parque Fotovoltaico da Caximba, inaugurada em março de 2023 e a primeira do gênero na América Latina em um aterro sanitário, o Curitiba Mais Energia já foi responsável pela implantação de painéis fotovoltáicos no Palácio 29 de Março, no Salão de Atos do Parque Barigui e na Galeria das Quatro Estações do Jardim Botânico. Até o fim de 2024 esses painéis solares também chegarão a terminais de ônibus e à rodoferroviária. O Curitiba Mais Energia conta também com 78 residências populares com painéis solares dentro do programa Cohab Solar e com a mini usina hidrelétrica CGH Nicolau Kluppel, que gera energia na queda d’água do Parque Barigui.

Bairro Novo da Caximba

Com o financiamento de US$ 57 Milhões da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Bairro Novo da Caximba será o primeiro bairro inteligente do Brasil e o maior projeto socioambiental da história recente de Curitiba. Vai promover o reassentamento de 1.147 famílias que hoje vivem em situação de vulnerabilidade social e sanitária, em uma ocupação irregular na Área de Preservação Ambiental das bacias dos rios Barigui e Iguaçu. Além das casas e da reurbanização, o projeto prevê ainda um parque linear, obras de infraestrutura de água e esgoto, além de iluminação pública e novos equipamentos de saúde, educação e assistência social. As obras das primeiras 752 casas do Novo Bairro da Caximba começaram em outubro de 2022.

Mobilidade

A melhoria da infraestrutura de calçadas, com o programa Caminhar Melhor, e cicloviária, com o Plano Cicloviário de Curitiba, estimulam a mobilidade ativa. No caso das ciclovias, até o fim de 2024 Curitiba terá mais de 400 quilômetros de estrutura cicloviária espalhada pelos bairros.

Já as modernizações do Inter 2 e do BRT Leste-Oeste, que terão ônibus elétricos, são exemplos de projetos que reforçam a importância da redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) provenientes dos combustíveis fósseis. Os 70 primeiros modelos elétricos serão adquiridos por Curitiba até junho de 2024 e testes com ônibus de potenciais fornecedores (foto) -  BYD, Eletra, Volvo, Mercedes, Higer e Marcopolo - já comeram e seguem até outubro de 2023.

Além disso, Curitiba iniciou parcerias para testar em comodato veículos elétricos em sua frota da Guarda Municipal e em táxis, com a montadora Francesa Renault, e para a oferta de carregamento de bateria de veículos elétricos em estacionamento administrado pela URBS (Smartpark São Francisco). O equipamento foi doado pela empresa britânica Rinno Energy. Na capital, para incentivar a aquisição e o uso, carros elétricos não pagam para estacionar em vagas do EstaR.

Segurança alimentar

 Implantação de hortas comunitárias e da Fazenda Urbana de Curitiba, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, garante alimentação de qualidade e reforça a infraestrutura verde da cidade com cultivos naturais. Atualmente, são 147 espaços de cultivo de hortifrútis com apoio da Prefeitura. A Fazenda Urbana é referência nacional como espaço de educação para a prática da agricultura em grandes cidades. Já as caixas de colmeias do programa Jardins de Mel estão espalhadas por 60 locais da capital, entre parques, hortas, escolas, mercados, zoológico e museus, e abrigam abelhas nativas sem ferrão, essenciais para o equilíbrio do meio ambiente, a polinização e biodiversidade urbana. A ampliação do projeto Jardins de Mel é uma parceria das secretarias municipais de Meio Ambiente, Educação e Segurança Alimentar e Nutricional.

Conservação da fauna

 O trabalho de conservação e cuidado com os animais silvestres pelo Zoológico de Curitiba é reconhecido internacionalmente. Investir em bem-estar animal tem sido uma das prioridades dos últimos anos pela equipe do Zoo. Foram construídos novos recintos para as aves de rapina para alojar melhor animais resgatados; e estão em construção os novos espaços das harpias e dos felinos. Ao todo, estão em obras oito novos recintos

O Zoo é responsável pelo cuidado de mais de 1,8 mil animais, que ficam na área de visitação. São cerca de 589 mil metros quadrados, com aproximadamente 165 recintos. Entre os animais, estão alguns de espécies nativas ameaçadas, inseridos em programas nacionais de conservação.

Rede de Proteção Animal de Curitiba

Desde 2017, já foram castrados mais de 93 mil animais pelo Programa Municipal de Castração Gratuita da Prefeitura de Curitiba. A ação é uma política pública que busca prevenir o abandono e manter os animais saudáveis. 

Educação ambiental

Com a chegada da nova Família Folhas, Curitiba vem reforçando com educação ambiental conceitos básicos de sustentabilidade para o dia a dia da população e busca inspirar ainda mais cidadãos a aderirem ao pioneiro programa Coleta de lixo que não é lixo da Prefeitura. Além de ensinar a importância de destinar corretamente os resíduos domésticos e falar da utilização e reaproveitamento de água e uso de energias renováveis, a campanha com os simpáticos personagens do clã verde - Seu Folha, Dona Fofô, Fofis, Fifo, Flora, Fefo e Folheco - também inspira práticas que ajudem a reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) no meio ambiente. Fifo, Flora e Fefo podem ser vistos inclusive circulando pela capital, pedalando ecológicas bicicletas.

Material reciclável

Curitiba conta com 40 Associações de Catadores de material reciclável, que recebem, triam e comercializam resíduos da coleta seletiva da cidade. O Programa Ecocidadão, coordenado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, visa melhorar a qualidade de vida dos catadores e fortalecer a rede de coleta e separação de materiais recicláveis.

Câmbio Verde

Programa municipal está presente em 103 pontos de troca na cidade, onde qualquer cidadão, sem necessidade de cadastro, pode efetuar a troca de materiais recicláveis como papel, papelão, vidro, metais e até óleo doméstico já utilizado, por frutas e hortaliças. Por mês são cerca de 290 toneladas de recicláveis e 3,5 mil litros de óleo que deixam de ser descartados de forma incorreta e viram alimento na mesa dos cidadãos curitibanos.

Descarte correto de resíduos

Para o descarte correto de resíduos, a Prefeitura de Curitiba mantém os Ecopontos. Atualmente, são 13 locais, onde a população pode depositar resíduos de construção civil (caliça), madeiras, restos de podas de árvores e de limpeza de jardins; mobiliários inservíveis, recicláveis, eletroeletrônicos; óleo de cozinha e gordura já usados.

Entre os Ecopontos, há alguns que integram o Programa de Compostagem, que recebem resíduos domiciliares orgânicos (cascas e restos de frutas, de legumes e verduras crus, cascas de ovos, filtros e borra de café, saquinhos de chá e restos de folhas) que viram adubo para as pessoas usarem em seus jardins. Periodicamente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente ainda realiza mutirões de recolhimento de lixo eletrônico, para evitar que materiais contaminantes sejam descartados de forma errada e prejudicial ao meio ambiente.

Resíduos sólidos viram energia

Curitiba e as cidades da Região Metropolitana que compõem o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) estão na fase final do projeto para a implantação do novo sistema de tratamento de resíduos da Grande Curitiba. Além disso, em maio, foi assinado um acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) que vai permitir o uso do Combustível Derivado de Resíduos Urbanos (CDRU) como combustível para a fabricação de cimento pelas empresas cimenteiras locais. Participam do projeto Votorantim (Rio Branco do Sul), Itambé (Balsa Nova) e Margem (Adrianópolis).

O CRDU é um substituto energético do coque de petróleo, utilizado como combustível para a fabricação de cimento. A substituição do coque de petróleo por CDRU, somada a não destinação de resíduos em aterro sanitário, representa a redução da emissão de 1,2 tonelada de dióxido de carbono na atmosfera para cada tonelada de CDRU processada pelas cimenteiras.

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