Pedestres que passaram pela Boca Maldita na tarde desta terça-feira (24/9) receberam orientações sobre como ajudar pessoas com deficiência visual no trânsito. Com uso de bengalas para locomoção e venda nos olhos, eles sentiram as dificuldades das pessoas que não enxergam ao andar por uma região de grande movimento.
Os participantes foram orientados por agentes da Escola Pública de Trânsito (EPTran) e representantes do Instituto de Cegos do Paraná. Jean Mycykowski é vigilante e participou da experiência. Ele conta que ao vendar os olhos se sentiu perdido.
“Com a atividade eu mudei meu modo de pensar e de enxergar alguém com deficiência, senti como é difícil andar sem rumo”, disse Jean.
No local, as pessoas também puderam ter o nome escrito em braile. A ação integra a Semana Nacional do Trânsito (SNT) e faz parte do programa Trânsito para Todos, coordenado pela EPTran.
“É extremamente importante a ação para uma mudança de comportamento. O pedestre sai da ação consciente de que a deficiência não nasce com a pessoa, mas pode ser adquirida e é uma limitação do dia a dia”, afirma agente de trânsito Cláudia Moreira.
Alunos do terceiro ano de uma escola que organizou um passeio até o Centro conheceram o projeto. Eles receberam uma aula sobre como oferecer ajuda a pessoas com deficiência, participaram da atividade prática e tiraram dúvidas com os agentes.
“Assim os curitibinhas levam para casa, e para a vida, informações sobre como ajudar o próximo, acrescentando um sentimento de afinidade pela igualdade e inclusão social”, avalia o diretor da Escola Pública de Trânsito (EPTran), Claudionor Agibert.
Trânsito para Todos
Abrir os olhos para a aceitação e a empatia é o foco principal das ações. O programa Trânsito Para Todos prevê atividades voltadas a públicos específicos: pessoas com deficiências física e intelectual, cegos, surdos e pessoas sem deficiência.
“As ações são compactas e estimulam a empatia em relação a todos e principalmente às pessoas com deficiência”, acrescenta o diretor da EPTran.
A iniciativa, lançada neste mês, envolve instituições de representatividade, como Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, Instituto Paranaense de Cegos e Associação de Pais e Amigos Excepcionais.