A Casa da Mulher Brasileira de Curitiba (CMBC), no Cabral, celebra nesta quarta-feira (15/6) seis anos de dedicação contínua auxiliando mulheres a romperem o ciclo de violência.
“Margarita e eu celebramos os seis anos da Casa da Mulher Brasileira em nossa cidade, um orgulho de Curitiba e que sucede o trabalho pioneiro da Pousada de Maria, que marca a política da valorização e proteção da mulher e dos seus filhos na nossa amada Curitiba”, comemora o prefeito Rafael Greca.
A casa foi inaugurada para prestar atendimento integral e humanizado às mulheres em situação de violência, facilitando o acesso aos serviços especializados e garantindo condições para o enfrentamento da situação, o empoderamento e a autonomia econômica das vítimas.
Transformando vidas
A empresária D. K., 46 anos, conta que buscou auxílio na CMBC e encontrou um lugar seguro para se distanciar do ex-marido, de quem sofria constantes abusos.
“O atendimento que tive na Casa da Mulher Brasileira de Curitiba foi humano, desprovido de julgamentos e solidário. Tive lá todo o apoio psicológico e material que necessitava no pior momento da minha vida”, comenta D.K.
A ajuda da rede de apoio de psicólogas e assistentes sociais foi essencial para ela poder avaliar o tamanho da violência a que era submetida. “Lá pude conhecer outras mulheres que passavam por situações parecidas com a minha e, assim como eu, tiveram toda o apoio necessário.”
D.K. ressalta que a existência de um lugar como a CMBC dá a segurança que a mulher precisa no momento de vulnerabilidade e é de suma importância para que ela possa se reestruturar, principalmente nos primeiros dias após a separação, para assim ficar livre do abusador e buscar uma vida melhor.
“No meu caso, eu não sei se ainda estaria viva sem o suporte que tive na CMBC, pois nenhum lugar era seguro para mim na época”, finaliza.
Botão do Pânico
Fornecido a mulheres com medidas protetivas, o Dispositivo de Segurança Preventiva (DSP), também conhecido como botão do pânico, é mais um elemento de defesa contra a violência. Quando acionado, ele envia as coordenadas de localização da vítima para a Patrulha Maria da Penha e grava o áudio da ameaça, que pode ser usado na justiça como prova de descumprimento da medida protetiva, o que é crime previsto em lei.
A engenheira Sheila Rebouças da Silva Santos, 40 anos, é atendida pela CMBC desde 2019, período em que registrou 17 boletins de ocorrência contra o agressor. A medida protetiva, renovada em maio de 2022, garante que receba acompanhamento da Patrulha Maria da Penha assim como do botão do pânico, para acionar quando necessário. O botão, segundo ela, é insubstituível.
“O botão do pânico é discreto, podemos esconder mais facilmente, além de registrar ameaças, as conversas que estão acontecendo. A mulher pode descrever o que está usando, onde está, descrever o agressor, então é um registro que prova para um juiz que você foi ameaçada novamente. Na hora, quando você aperta e espera a vibração, já sabe que alguém está indo te socorrer. Para mim, tem um valor incalculável”, declara.
Para Sandra Praddo, coordenadora geral da CMBC, é gratificante auxiliar milhares de mulheres a romperem o ciclo de violência e ressignificarem suas vidas. "Foram muitas conquistas ao longo desses anos, resultado do trabalho de uma equipe comprometida em prestar um atendimento digno e humanizado”, declara Sandra.
A CMBC em números
Nesses seis anos foram feitos 76.393 atendimentos, sendo 1320 alojamentos de mulheres e crianças, de Curitiba, Região Metropolitana e outros estados. A casa também tem alojamento para animais das vítimas e já acolheu 52 (21 cachorros, 13 pássaros, 12 gatos, 3 coelhos, 2 hamsters e 1 ovelha).
Tudo em um só lugar
Um dos segredos do sucesso da CMBC é reunir em um único endereço diversos serviços, o que facilita o acesso da vítima a diferentes órgãos que atuam como uma rede protetiva.
Com atendimento diário de 24h, quem busca auxílio na Casa tem acesso a serviço de acolhimento e apoio psicossocial (assistentes sociais e psicólogas), Delegacia da Mulher, Defensoria Pública, 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar, Ministério Público, Patrulha Maria da Penha, Polícia Militar exclusivo para busca de pertences, programas voltados à autonomia econômica das mulheres, central de transportes, brinquedoteca e espaço pet, o primeiro do Brasil.
Desde agosto de 2021, a Casa é administrada e coordenada pela Prefeitura, com cessão de uso do governo federal pelo período de 20 anos.
Serviço - Casa da Mulher Brasileira de Curitiba
Centro de Referência para Mulheres em Situação de Violência
Endereço: AV. Paraná, 870 - Cabral
Telefone: (41) 3221-2701 / 3221-2710
E-mail: cmb@curitiba.pr.gov.br
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