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Reconhecimento

Startup residente no Worktiba ganha concurso com bengala inteligente para pessoas com deficiência visual

Worktiba do Vale do Pinhão destaca o empresário Amaury Dudcoschi Junior, vencedor de projeto aprovado em concurso nacional. Curitiba, 08/08/2025. Foto: José Fernando Ogura/SECOM

Um projeto desenvolvido por um residente do Worktiba, espaço de coworking da Prefeitura de Curitiba que incentiva a pré-incubação de startups, conquistou o primeiro lugar na etapa inicial do 1º Concurso Público de Inovação do Paraná – Desafio Bengalas Inteligentes.

O vencedor foi Amaury Dudcoschi Junior, analista de sistemas formado pela PUCPR, mestre em Design e doutorando em Engenharia Mecânica pela UFPR, com linha de pesquisa em Tecnologias Assistivas.

A iniciativa, promovida pelo Governo do Estado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), reconhece protótipos de bengalas tecnológicas que ampliam a mobilidade e a segurança de pessoas com deficiência visual.

Autista e engajado em causas relacionadas à acessibilidade desde cedo, Amaury traz uma trajetória pessoal e profissional profundamente conectada ao tema. “Sempre busquei desenvolver tecnologias que melhorassem a vida da minha irmã, que nasceu com paralisia cerebral. Ela faleceu no ano passado, mas sempre foi uma inspiração na busca de tecnologias para melhorar sua qualidade de vida”, conta.

A participação no concurso foi motivada pela vivência acumulada em projetos de acessibilidade. “Durante meu mestrado, pesquisei sobre jogos de celular para pessoas cegas. Nesse processo, conheci muitas dessas pessoas e entendi seus desafios. O concurso foi uma oportunidade de transformar tudo isso em uma solução concreta”, relata Amaury.

O projeto premiado é uma bengala inteligente que utiliza sensores e visão computacional para detectar obstáculos acima da linha da cintura, como galhos de árvore ou placas de sinalização, ampliando a segurança dos usuários. Diferente das bengalas convencionais, que identificam apenas objetos abaixo do quadril, o novo dispositivo oferece um suporte mais completo para a mobilidade urbana.

“A tecnologia foi desenvolvida para ser acoplada a qualquer bengala comum, facilitando o acesso e evitando a necessidade de substituir o equipamento atual do usuário”, explica Amaury. 

Ele destaca também que o design do produto é biomimético, uma ciência e filosofia que se baseia na imitação da natureza para resolver problemas humanos e desenvolver soluções inovadoras, e foi inspirado na gralha-azul, símbolo do Paraná, representando liberdade e identidade cultural.

Nessa primeira etapa ele vai receber R$ 180 mil para o desenvolvimento da bengala. Se chegar na final tem a chance de receber R$ 500 mil e um teste com usuários cegos.

Para o vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins, o resultado é um reflexo direto do fortalecimento do ecossistema de inovação da cidade.

“Criamos condições para que ideias como essa bengala inteligente se tornem realidade. Isso comprova a importância do apoio ao empreendedorismo e à tecnologia voltada ao impacto social. Queremos incentivar cada vez mais iniciativas que promovam inclusão”, destaca o secretário.

A trajetória empreendedora de Amaury se fortaleceu no Worktiba, onde ele iniciou com uma startup voltada à inclusão de alunos com deficiência nas salas de aula. Durante o programa, conheceu o sócio Gustavo Henrique Soares Tedesco e, juntos, criaram a startup Icapiedu, que atua na prevenção ao bullying e no suporte escolar.

Segundo Dario Paixão, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, o Worktiba é espaço de trabalho e também de inspiração e networking.

“No Worktiba, os residentes utilizam a estrutura física e têm acesso a mentorias e cursos, mas também encontram outros empresários para trocar ideias, compartilhar conhecimento e desenvolver projetos premiados como o do Amaury”, afirma o presidente.