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Servidora de Curitiba mostra que alimentação vegana é prática e pode agradar a todos

Em uma visita ao Armazém da Família Boa Vista, Aléssia montou um carrinho variado de produtos que podem ser consumidos por pessoas veganas. Curitiba, 30/042025. Foto: Ricardo Marajó/SECOM

Quem pensa que ter uma alimentação vegana é algo complicado, possivelmente desconhece as possibilidades que estão à disposição dos consumidores. A servidora Aléssia Caetano Rosa, de 28 anos, tem conseguido apresentar boas opções aos colegas de trabalho na Secretaria Municipal de Gestão de Pessoal. “Na última confraternização, metade da mesa tinha alimentos veganos”, conta animada a servidora do Departamento de Administração de Pessoal.

O veganismo é um tipo de vegetarianismo praticado por aqueles que não incluem em sua alimentação nenhum tipo de produto ou insumo de origem animal. Até aí, parece uma dieta vegetariana. A diferença é que os adeptos do veganismo excluem todas as formas de exploração e crueldade contra os animais, como na alimentação e no vestuário. Os veganos não admitem, por exemplo, produtos de empresas que façam testes em animais.

Muitos alimentos que veganos consomem já fazem parte da rotina de quem não é adepto deste tipo de dieta. Em uma visita ao Armazém da Família Boa Vista, Aléssia montou um carrinho variado de produtos que podem ser consumidos por pessoas veganas. Em alguns rótulos já é possível encontrar a indicação de que o produto é vegano ou de origem vegetal.

“Uma das coisas importantes que fazemos é consultar os rótulos dos alimentos que compramos”, ensina. A Sociedade Brasileira do Vegetarianismo tem um selo para produtos veganos. Alguns rótulos apresentam formas de preparo adequadas à alimentação vegana.

O carrinho da servidora incluiu vários grãos, como lentilha e grão de bico, leite de coco, além de macarrão, biscoito, massa de pizza, granola, enlatados, mistura para bolo. Ela comenta que, além de ler sobre o assunto, costuma acompanhar influenciadores que explicam quando um produto é vegano e dão dicas de lugares que oferecem estas opções.

Ela alerta, entretanto, que a alimentação vegana não está associada necessariamente a uma alimentação totalmente saudável.

Comida de verdade

Para a nutricionista da Secretaria Municipal da Educação, Carolina Sette Barbosa Damasceno, de 44 anos, a indústria tem encontrado neste público um nicho de mercado. Ela acentua que os vegetarianos optam pelo consumo de comida de verdade. “A alimentação vegetariana traz, de fato, benefícios fisiológicos”, assegura.

Vegetariana desde criança, Carolina avalia que a difusão de informações sobre o tema nas redes sociais, fortemente nos últimos anos, tem contribuído para que mais gente tenha conhecimento desse tipo de dieta. “Pessoas que nunca se interessaram estão se permitindo ter novas experiências”, observa.

Ela lembra que, quando era criança, nem sempre havia respeito por quem fazia esta escolha. “Era quase uma afronta ser vegetariano. Não comer carne era motivo de bullying”, recorda. “Hoje em dia existe mais respeito”, declara.

Onde começou

Antes de assumir o veganismo, há mais de dois anos, Aléssia era vegetariana desde 2017. “Vi um vídeo no Youtube que mudou a minha forma de ver a questão do bem-estar animal. Sou sensível a essa pauta. Comecei adotando um dia da semana sem carne. Foi mais fácil do que eu imaginava”, relembra. O mais difícil, segundo ela, foi deixar de consumir queijo.

Para se alimentar no dia a dia, ela costuma sair com os colegas e na hora de se servir, em buffets por exemplo, faz a seleção de alimentos adequados a sua dieta.

A servidora observa que alguns dos seus colegas de trabalho começaram a prestar atenção nos seus hábitos alimentares, especialmente em momento de confraternização. “Costumo levar o que posso comer quando vou a algum lugar onde as pessoas não são veganas”, explica. Ela conta que prefere não impor o tema, mas se alguém manifesta curiosidade, aproveita para compartilhar informações.

Segundo ela, na convivência com os colegas, acaba mostrando que alguns insumos podem ser substituídos e é possível fazer adaptações nas receitas. “Isso gera educação sobre esse tema”, opina.

“Quando vou a algum lugar e não tem nada que eu possa comer, não fico chateada. Esta é uma escolha que eu fiz. Por isso, costumo levar coisas que eu possa comer. E quando vou a algum encontro e percebo que tem alimentos para a minha dieta, fico feliz porque percebo que lembraram de mim”, completa.

Ela avalia que a dieta vegana não é cara. “Embora alguns industrializados custem mais, muitas receitas podem ser preparadas em casa e ficam até mais baratas. A culinária vegana é fantástica”, completa. Aléssia conta que entre as delícias que costumam surpreender muitos paladares estão o beijinho de arroz, a maionese de arroz e o cachorro-quente de cenoura (substituindo a salsicha).

Além do cuidado com a alimentação, a jovem não usa calçados e acessórios feitos de couro e nem blusas de lã. “Hoje em dia existem muitos materiais que podem substituir”, assegura.