O Portal Fauna Silvestre da Prefeitura de Curitiba foi apresentado, em Brasília, nesta quarta-feira (27/8), durante o Congresso Consad de Administração Pública 2025, que tem como tema neste ano “Gestão pública para um novo Brasil”. O evento tem a participação de gestores públicos, pesquisadores, acadêmicos e especialistas que trabalham pela melhoria dos serviços públicos.
Desenvolvido pela Secretaria de Administração e Tecnologia da Informação (Smati) em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o portal possibilita a participação da população na identificação, registro e acesso a orientações sobre animais silvestres encontrados em Curitiba. A coleta de dados traz resultados para a pesquisa científica e o monitoramento dos animais na cidade.
Inscrita na área temática Inteligência Artificial e o Futuro da Gestão Pública, a iniciativa curitibana foi apresentada ao lado de experiências adotadas em outras cidades e estados do Brasil. Foram aprovados mais de 270 trabalhos.
As outras áreas temáticas são: Cultura Organizacional e a Gestão Estratégica de Pessoas; Gestão Eficiente e Sustentável; Governo Digital e Transparência; Investimentos e Gestão de Ativos e Reinventando o Estado: desafios e oportunidades.
O Congresso Consad começou na terça-feira (26/8) e segue até esta quinta-feira (28/8). É considerado um dos principais espaços para discussão sobre inovação e modernização na gestão pública.
IA a favor dos gestores públicos
O servidor que integrou a equipe da Superintendência de TI no desenvolvimento do projeto, Herick Dal Gobbo, fez a apresentação da Smati.
“Mostramos que as ferramentas de inteligência artificial (IA) são uma tendência na gestão pública. E elas vêm para auxiliar os gestores diante de estruturas cada vez mais enxutas na administração”, resume. A diretora do Departamento de Planejamento e Projetos de Tecnologia da Informação da Smati, Luiza Cabel Corteletti, também esteve presente.
Herick afirma que, com a IA, a sociedade está vivendo o começo de um processo que ainda terá muita evolução, de forma rápida.
A Prefeitura de Curitiba utiliza a inteligência artificial em várias secretarias. Dentre elas, a Procuradoria-Geral do Município e a Secretaria do Urbanismo com os chatbot Divinha (PGM) e Álvaro (SMU). A SMMA já utiliza a verificação do comprovante de residência dos usuários do serviço Traslado de restos mortais, com a IA.
Outros sistemas estão em desenvolvimento no Meio Ambiente, no IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba) e na Fundação de Ação Social (FAS).
Projetos participativos
O Fauna Silvestre tem como princípio a chamada ciência cidadã – prática de obtenção de dados de relevância científica com participação da sociedade. De acordo com Herick Dal Gobbo, neste caso, a sociedade pode contribuir como agente de meio ambiente. “O conhecimento do cidadão e a participação pública na coleta de dados contribuem para o mapeamento que a Secretaria do Meio Ambiente faz”, completa.
Atualmente, existem dois projetos em andamento dentro do portal Fauna Silvestre: o Olha o mico! e o Capivarômetro de Curitiba.
O primeiro está mapeando a ocorrência das espécies de macacos na cidade. O Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da SMMA poderá estabelecer estratégias de manejo e monitoramento adequadas à realidade de cada espécie.
O segundo é voltado ao monitoramento das capivaras. Na primeira fase do projeto, o objetivo é registrar todas as áreas onde há presença de capivaras em Curitiba, indo além das regiões já conhecidas, para mapear com precisão a distribuição da espécie.
Também pede-se a participação da população para registrar a ocorrência de filhotes, dado fundamental para entender a dinâmica populacional da espécie na cidade.
Futuramente, com estes dados, será possível antecipar a tendência de crescimento populacional e desenvolver estratégias eficazes para o manejo e a conservação da espécie. Atualmente, cerca de 380 indivíduos da espécie já são acompanhados de forma periódica.
Além dos projetos participativos, no módulo para consulta e orientações ao encontrar um animal silvestre, a inteligência artificial facilita a identificação das espécies e informa qual procedimento específico o cidadão deve adotar. Ao encaminhar uma foto ou preencher o formulário de informações, a IA identifica a família do animal e orienta sobre o procedimento mais adequado, dentre 21 possibilidades de orientações previstas para diferentes grupos.