O encerramento da Conferência da Mata Atlântica, nesta quinta-feira (21/8), também marcou a consolidação da Carta de Curitiba, que será enviada à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), em novembro, em Belém do Paraná. Além do documento, a Conferência da Mata Atlântica ficará marcada por ter sido um evento neutro em emissão de carbono.
O departamento de Mudanças Climáticas, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, fez um cálculo prévio de compensação de carbono que os três dias da Conferência da Mata Atlântica produziram. A estimativa é que foram gerados 298 tCO2e (toneladas de gases de efeito estufa) e será necessário o plantio de 480 árvores para neutralizar essa quantidade de emissões.
Os estudos agora serão aprofundados para se chegar ao número exato de árvores que serão plantadas em Curitiba para compensar a emissão de carbono gerada pela Conferência.
“Com esses dados, a Prefeitura de Curitiba vai organizar um plantio compensatório. Assim que tivermos o número total de árvores que precisam ser plantadas, vamos escolher o melhor local”, explicou a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias.
A Conferência da Mata Atlântica reuniu no Centro de Eventos Imap do Parque Barigui, de 19 a 21 de agosto, especialistas em meio ambiente, governadores e representantes de sete estados do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) – Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – além de representantes do Consórcio Brasil Verde, formado por 21 estados.
Carta Curitiba
Ao longo dos três dias de discussão dos especialistas em Meio Ambiente foi construída, de forma coletiva, a Carta de Curitiba da Conferência da Mata Atlântica - Pré COP 30 - Biomas.
A carta contém um conjunto de sugestões elaboradas pelas autoridades para reforçar ações relacionadas à atuação climática do Brasil.
No documento, as sugestões estão dispostas em oito tópicos principais: Cooperação Multinível, Governança Climática, Conservação da Biodiversidade, Agricultura Sustentável e Soluções Baseadas na Natureza, Mitigação das Emissões de Carbono, Adaptação a Eventos Climáticos Extremos, Financiamento e Justiça Climática.
As metas vão envolver, por exemplo, restauração de ecossistemas degradados, ampliação da conectividade ecológica, valorização de espécies nativas (flora e fauna) em programas de produção, educação e cultura; promoção do turismo de natureza e economia restaurativa; expansão da descarbonização da indústria; fortalecimento das Defesa Civis, entre outros.
A Conferência da Mata Atlântica foi organizada pelo Governo do Paraná e Prefeitura de Curitiba e contou com a participação de representantes do Consórcio Brasil Verde e de lideranças ambientais e sociais.