Três projetos ambientais desenvolvidos em Curitiba e região foram premiados, nesta quinta-feira (21/8), no último dia da Conferência da Mata Atlântica, no Centro de Eventos Imap do Parque Barigui. Os projetos premiados foram selecionados pelo chamamento público promovido pelo Iclei América do Sul - Governos Locais pela Sustentabilidade, em parceria com a Prefeitura de Curitiba e apoio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Paraná.
Os prêmios para os três primeiros colocados foram entregues pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável do Paraná, Rafael Greca, e pelos secretários municipais do Meio Ambiente, Marilza Dias, e da Comunicação Social, Marc Sousa.
Todas as ações inscritas foram desenvolvidas por coletivos jovens de Curitiba e região alinhadas aos princípios do Acordo de Paris, promovendo justiça climática a partir das realidades locais.
Primeiro lugar
Em primeiro lugar ficou o projeto Dizaterra, de Ligia Tiemi. O projeto envolve comunicação social e contribui para a adaptação e resiliência local, capacitando a comunidade para lidar com os desafios climáticos. O foco do projeto é democratizar as informações complexas sobre a emergência climática e com isso promover a mobilização comunitária para prevenção de impactos causados pelas mudanças climáticas.
É prevista a expansão do projeto via jornalismo socioambiental comunitário, no qual jovens das periferias de Curitiba produzirão conteúdo sobre seus territórios, dando visibilidade a problemas ambientais locais e suas soluções, impulsionando a adaptação prática. O objetivo principal da iniciativa é fomentar justiça climática em populações vulneráveis, fortalecer a resiliência territorial e empoderar a juventude para comunidades mais seguras e sustentáveis.
Para Ligia Tiemi, o prêmio além de um reconhecimento, vai ajudar a dar mais visibilidade para o projeto alcançar novas parcerias. “Receber esse prêmio, além de ter sido uma honra, foi muito importante porque é desse apoio que precisamos para fazer parte da solução climática, empoderando a juventude com informação”, disse Ligia.
“O prêmio valida o modelo do projeto, fortalece nossa credibilidade e abre portas para financiamentos e parcerias, ampliando o impacto e levando informação socioambiental a mais jovens e comunidades. Com essa visibilidade foi possível fazer conexões importantes no evento que com certeza renderão bons frutos”, completou Ligia.
Segundo lugar
Em segundo lugar ficou o projeto Belahortinha, de Andréia Kogus. O projeto consiste em uma horta orgânica escolar que atende a educação infantil de 600 crianças do CEI Bela Vista do Paraíso, no Santa Cândida. O projeto é mantido e organizado de forma voluntária e com recursos próprios, possui uma produção orgânica, compostagem e geração de micro área de agrofloresta em constituição com aproximadamente 290 mudas de várias espécies, além de orquídeas, bromélias e plantas medicinais.
O espaço tem uma nascente restaurada e dois laguinhos artificiais que além de terem peixinhos são fonte de água para pássaros.
Terceiro lugar
O projeto que ficou em terceiro lugar foi o ManuPekena Biscuit, de Mariana Triachini e Isabela Malinsky. A iniciativa promove um modelo de desenvolvimento sustentável que une preservação ambiental, fortalecimento da economia local e valorização sociocultural.
Isabela explicou que o projeto busca resolver os principais problemas de comunidades, regiões rurais, unidades de conservação, comunidades indígenas e ribeirinhas
“Nosso objetivo é a capacitação de mulheres, jovens e idosos em biscuit para geração de uma cadeia produtiva sustentável que agrega segurança alimentar para diversas famílias, além de proporcionar autonomia, sustentabilidade econômica e ambiental, preservação da cultura e regionalidade”, explicou Isabela.
“Ter ganho o prêmio foi uma emoção gigantesca, pois podemos enxergar de fato o impacto que conseguimos gerar na vida dessas mulheres. Essa é nossa maior satisfação e a visibilidade gerada pela premiação vai possibilitar que possamos cada vez mais encontrar novas parceiras para ampliar nosso território de atuação”, completou.
O projeto capacita mulheres, jovens e idosos em técnicas artesanais sustentáveis, oferecendo uma alternativa de geração de renda que reduz a dependência de práticas predatórias, como o desmatamento e o tráfico de animais silvestres, atividades que agravam os efeitos das mudanças climáticas.
Com isso, ajudam a conservar a biodiversidade e os recursos naturais, essenciais para manter o equilíbrio climático das regiões.
Conferência da Mata Atlântica
A programação da Conferência da Mata Atlântica contou com diversos painéis sobre uma série de temáticas ambientais. Curitiba, cidade anfitriã, foi protagonista mostrando uma série de programas de sustentabilidade ambiental implantados e em projeto na cidade.
O prefeito Eduardo Pimentel também encaminhou o projeto da Lei do Clima para a Câmara de Vereadores durante o evento.
Mata Atlântica
O bioma abrange 17 estados brasileiros, correspondendo a 15% do território nacional. Atualmente vivem na Mata Atlântica 72% dos brasileiros, concentrando 70% do PIB nacional.
Com 99% do seu território inserido na Mata Atlântica, o Paraná conta com uma das maiores áreas remanescentes de floresta no País – são mais de 2,3 milhões de hectares preservados.