A Prefeitura de Curitiba quer saber como está a saúde dos cerca de 29 mil servidores. Para isso, fará uma pesquisa ampla para mapear como os trabalhadores se sentem.
Coordenado pela Secretaria de Gestão de Pessoal, o levantamento de saúde mental tem como base o modelo adotado pela Organização Mundial da Saúde no Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). A realização da pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde.
A pesquisa inédita faz parte do Programa de Saúde do Servidor, anunciado pela secretária de Gestão de Pessoal, Daniele Regina dos Santos, nesta terça-feira (28/10), Dia do Servidor. As iniciativas do programa deverão melhorar a saúde e o bem-estar nos servidores.
O mapeamento será analisado criteriosamente pela equipe do Departamento de Saúde Ocupacional da SMGP, que considera que o resultado da pesquisa poderá trazer elementos que contribuirão para o desenvolvimento de políticas de RH na área de segurança e saúde do trabalho.
“Nós acreditamos nos resultados que podemos conquistar. Para isso, é fundamental que os servidores participem. Fazemos um convite a todos os que trabalham na nossa Prefeitura de Curitiba para que respondam ao questionário”, acentua a secretária.
Serão 20 questões nas quais o servidor responderá sim ou não, com base na sua percepção nos 30 dias anteriores à pesquisa. Todas as perguntas devem ter uma resposta.
A pesquisa será realizada em blocos separados, por secretaria, e a primeira delas será anunciada nas próximas semanas. O preenchimento será feito pelo Portal do Servidor, desta forma, a SMGP terá conhecimento do servidor que respondeu. As informações serão acessadas exclusivamente pelos profissionais envolvidos na pesquisa e serão tratadas de forma sigilosa. Para participar da pesquisa, o servidor deve concordar com as condições do termo de consentimento.
Como estou?
Quem responder ao questionário completo terá acesso ao seu resultado da pesquisa. De acordo com a pontuação, o servidor receberá prontamente algumas informações sobre seu estado emocional.
Aqueles que obtiverem maior pontuação no questionário poderão passar por atendimento individualizado por um profissional da equipe do Departamento de Saúde Ocupacional.
A Gerência de Psicologia e Serviço Social da Saúde Ocupacional, responsável pela pesquisa, espera identificar servidores com sintomas indicativos dos chamados transtornos mentais comuns (TMC), tais como insônia, fadiga, estresse, irritabilidade, esquecimento, tristeza, ansiedade, dificuldade de concentração, entre outros.
Estes sinais de alerta podem afetar significativamente a vida como um todo: na família, no trabalho, no contato com outras pessoas. A equipe especializada da SMGP fará orientações e atendimentos, conforme cada caso.
Transtornos mentais e comportamentais podem resultar em afastamentos do trabalho. “Isso é preocupante. Por isso é importante priorizarmos ações de prevenção de saúde”, analisa a psicóloga Erliete Alves Bernardi Melinski, gerente de Psicologia e Serviço Social.
De acordo com a servidora Sayuri Felicio Schmidt, uma das organizadoras da pesquisa, o adoecimento mental do trabalhador traz várias consequências na capacidade de trabalho e reflete também na vida cotidiana.
“Além do impacto para o atendimento à população, isso traz grande sofrimento para muitos servidores, a depender de cada situação. Os transtornos mentais e comportamentais podem afetar as pessoas de modo diferente”, analisa Sayuri.
Identificar os sintomas que alertam para os chamados transtornos mentais comuns (TMC) é importante a cada indivíduo, para que ele possa reconhecer determinado comportamento, se observar e, quando necessário, buscar ajuda ou tratamento, mudar comportamentos, para ter uma vida mais saudável. A ideia é acolher no início dos sinais de alerta e auxiliar na recuperação, proporcionando maior bem-estar ao servidor.
Além de acolhimento e orientações, quando necessária intervenção mais direta, a Saúde Ocupacional fará o encaminhamento para atendimento no plano de saúde dos servidores – o Instituto Curitiba de Saúde (ICS) – para os que são beneficiários, ou para o SUS curitibano. Para cada situação, a Saúde Ocupacional fará o direcionamento devido. Se a indicação for para orientação, por exemplo, serão implementadas práticas de saúde mental nas secretarias.