Um passeio e um piquenique no Jardim Botânico, um dos cartões postais de Curitiba, animaram 11 idosas e 20 haitianos atendidos pela Fundação de Ação Social (FAS), na Regional CIC, nesta quarta-feira (27/3). Eles passearam pelos jardins, visitaram o Museu Botânico e fizeram uma pausa para um lanche.
“Se eu não estivesse aqui provavelmente estaria em casa, limpando ou assistindo televisão”, revelou Olanda de Camargo Barbosa, 67 anos, que participa do grupo de convivência da Unidade de Atendimento Alto Bela Vista, vinculada ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Corbélia.
Colega de passeio, Olanda Sangalli, 86 anos, também era só alegria. Ela disse que encontrou a distração nas atividades de convivência promovidas pela FAS. “É uma felicidade que não cabe em meu peito, o grupo é minha segunda família, participo de todas as atividades”, contou emocionada.
Nelcy Sangalli, 62 anos, filha de Olanda, começou a participar das atividades para acompanhar a mãe, que tem Alzheimer. “Às vezes ela chegava em casa e não lembrava qual era atividade que precisava terminar. Decidi acompanhá-la e incentivá-la a continuar já que faz tão bem a ela”, explicou.
Mesmo vivendo há pouco tempo em Curitiba, o haitiano Jovenel Petit Frere, 49 anos, frequenta o Cras Corbélia e fez questão de participar do passeio do Jardim Botânico. “O Cras é uma verdadeira família, gosto muito daqui”, disse.
Benefícios
A psicóloga Priscila Cominezi, do Cras Corbélia, explicou que o passeio faz parte das atividades desenvolvidas pela FAS para promover a maior integração das pessoas e ampliar o conhecimento delas sobre a cidade.
Edilaine Pirili Minervini, educadora social da Unidade de Atendimento Alto Bela Vista, que trabalha com o grupo de idosas, vai além. Segundo ela, os passeios ajudam a melhorar o emocional. “Muitas delas tiveram ou têm depressão. Nos passeios elas têm a oportunidade de partilhar, conversar e até desabafar e isso faz muito bem”, explicou.
Conhecer a cidade
O Cras Corbélia promoverá novos passeios para os grupos atendidos na unidade. A programação atende os haitianos, que deverão visitar ainda o setor histórico e espaços públicos da cidade. O motivo da atividade é o aumento do número desta população na região da unidade, desde o início de 2018. Cerca de 200 famílias haitianas vivem nas proximidades do Cras.
Destas, perto de 80 estão instaladas na Vila Tiradentes - uma das cinco ocupações irregulares existentes na área e que abrigam cerca de 1.100 famílias brasileiras e estrangeiras. Cerca de 30% das 160 famílias acompanhadas mensalmente pelo serviço vieram do Haiti.