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O batuque voltou! Capoeira em Curitiba

O primeiro registro audiovisual da capoeira em Curitiba é na antiga Vila dos Ferroviários, na década de 60. A partir de 1973, com a chegada do Mestre Sergipe e, posteriormente, inúmeros outros mestres, a capoeira se estabeleceu definitivamente, contando hoje com praticantes nas dez regionais, na grande Curitiba e na maioria das cidades do Paraná.Na imagem, Roda de Rua _ Foto Carlos Alberto Aranha.

O batuque voltou! Capoeira em Curitiba

Adegmar Silva, o Candiero, assessor de Políticas de Igualdade Racial de Curitiba

O primeiro registro audiovisual da capoeira em Curitiba é na antiga Vila dos Ferroviários, na década de 60. A partir de 1973, com a chegada do Mestre Sergipe e, posteriormente, inúmeros outros mestres, a capoeira se estabeleceu definitivamente, contando hoje com praticantes nas dez regionais, na grande Curitiba e na maioria das cidades do Paraná.

Com o advento das Políticas de Igualdade Racial e de Registro, Salvaguarda e Difusão da Capoeira, os batuques antes proibidos voltaram ao Centro da capital para celebrar a herança cultural africana e acolher todos os povos da nossa cidade, sem distinção. 

A capoeira é uma importante ferramenta de inclusão social e, desde 2003, tem contribuído de diversas maneiras na implementação da Lei 10.639/03, que institui o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena nas escolas.

Em 2017, a Prefeitura de Curitiba deu início às ações para valorizar e dar visibilidade à arte-luta capoeira, uma arte genuinamente brasileira que envolve várias artes, através do projeto Capoeira nas Regionais. 

A capoeira foi inserida na Virada Esportiva e, desde janeiro, a Assessoria de Promoção da Igualdade Racial, em diálogo com os capoeiristas, trabalha pela manutenção da Roda de Rua na Praça Tiradentes.

LEIA MAIS:

O Setorial de Capoeira da Fundação Cultural de Curitiba desenvolveu um Plano Setorial de Capoeira, cujas demandas vêm sendo discutidas e implementadas.

Símbolo nacional

A capoeira surgiu no Brasil entre os afro-brasileiros, em meados do século 18, mesclando tradições de diferentes etnias africanas. Configurou-se como luta de liberdade e de resistência cultural em meio ao período escravocrata.

Na Guerra do Paraguai, os capoeristas Voluntários da Pátria foram linha de frente e ficaram conhecidos como guerreiros valorosos. O nome é indígena e vem do Tupi "cá-puêra", que significa "mato que foi cortado". 

A capoeira está presente em todos os estados nacionais e em mais de 160 países, nos cinco continentes. É a arte que mais difunde a língua portuguesa no mundo. Uma das mais ricas contribuições da capoeira para os praticantes é o aprendizado das suas tradicionais cantigas e improvisos.

Além da musicalidade e da corporeidade inerentes à sua prática, a capoeira traz consigo imenso cabedal de conhecimentos históricos que são passados através da oralidade de geração em geração. 

Mas a capoeira não é encontrada apenas na roda. A capoeira pode ser encontrada em diversas outras artes, como o teatro, a dança, o cinema, a literatura, as artes plásticas e a música popular brasileira.

A fala de mestre João Pequeno de Pastinha: "Não é todo jogador de capoeira que é capoeirista, como não é todo bom capoeirista que é mestre, e como não é todo mestre que é bom mestre.”

Em 2008, quando foi realizado em Curitiba o Fórum Metropolitano de Capoeira sobre Ética e Responsabilidade Sócio-cultural, a Velha Guarda da Capoeira Paranaense ali reunida estava atenta aos desafios que se apresentavam.

Com o registro da Capoeira como Patrimônio Imaterial Brasileiro, era importante observar a inserção da capoeira no ambiente escolar com ética e responsabilidade sócio-cultural.

Mais do que nunca é importante os mestres e capoeiristas refletirem sobre a capoeira que queremos passar para as nossas crianças e estar atentos às estratégias de preservação de suas raízes, para que nossa riqueza cultural continue florescendo e provendo excelentes frutos, em especial, para os seus herdeiros legítimos e expropriados.