Texto: Cristina Rios
Secretaria Municipal da Comunicação Social
O Circular Centro, linha de ônibus que deve retornar com a nova concessão do transporte coletivo, terá frota elétrica e nova rota. As informações foram dadas nesta segunda-feira (13/10) pelo presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto.
A volta do Circular Centro está programada para o segundo semestre de 2026. A linha, que foi desativada durante a pandemia, tinha itinerário concentrado na região central e se diferenciava pelos veículos na cor branca e pela tarifa reduzida. Maia Neto diz que está sendo estudada uma nova rota e a intenção é modernizar o itinerário, cobrindo vários pontos do Centro da capital.
“Vamos utilizar ônibus menores, de cerca de dez metros de comprimento, e teremos também tarifa diferenciada”, afirmou. O pagamento será por cartão transporte e de crédito e débito, como nas demais linhas do sistema. A cor dos ônibus da linha ainda não foi definida, mas será diferente das demais.
O projeto também faz parte da revitalização do Centro da cidade, pelo projeto Curitiba de Volta ao Centro. Com frota elétrica, a linha terá conforto sonoro e térmico, e ainda será sustentável, com zero emissões.
História
A linha Circular Centro começou a funcionar em 10 de setembro de 1981 e chegou a transportar 46 mil passageiros por mês em ambos os sentidos (horário e anti-horário). A linha circulou até 2020, quando foi desativada por conta da pandemia de covid-19.
O itinerário cobria percursos curtos para compras e passeios de segunda-feira a sábado.
O retorno do Circular Centro e a implantação de mais quatro linhas diretas são alguns projetos da nova concessão do transporte coletivo. Estão previstas as linhas diretas Terminal Tatuquara – Terminal Carmo; Terminal Pinheirinho – Terminal Centenário; Terminal Santa Felicidade – Terminal Bairro Alto; e Terminal Portão – Terminal Capão da Imbuia.
“São linhas que facilitarão muito a vida dos passageiros. Hoje, para ir do Tatuquara ao Carmo, o passageiro precisa ir até o Terminal Pinheirinho, de lá partir para o Terminal Capão Raso, e pegar o Interbairros 3 para chegar até o Terminal Carmo. Com a nova linha Tatuquara-Carmo não haverá necessidade de baldeação, será um percurso direto”, diz Maia Neto. Outras linhas, segundo ele, poderão surgir de acordo com a demanda. Entre os estudos está o retorno da linha Aeroporto, em parceria com a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná.
Transporte sob demanda
Também estão previstos estudos para a implantação de um projeto-piloto de transporte sob demanda, modelo que começa a ser adotado por algumas cidades no Brasil. A ideia é oferecer mais flexibilidade ao passageiro, com veículos que circulam somente quando solicitados via aplicativo.
Pelo sistema, o usuário agenda a viagem no aplicativo, acompanha o veículo em tempo real e realiza o pagamento digitalmente — como nas ferramentas de carona. O trajeto é adaptado à demanda e o serviço será integrado ao sistema convencional, permitindo conexões com outras linhas.
Essa alternativa é especialmente útil em bairros com menor fluxo de passageiros ou demanda sazonal, reduzindo custos operacionais e oferecendo mais eficiência ao sistema.
Otimização de linhas
O projeto da nova concessão também prevê a revisão de 26 linhas com baixa demanda e pouca oferta de viagens. Esses itinerários serão ajustados para garantir mais eficiência, com integração temporal e eliminação de sobreposições.
A proposta busca racionalizar o uso da frota, melhorar a experiência dos usuários e ampliar a cobertura sem desperdício de recursos. A previsão é implantar as mudanças ao longo do novo contrato de concessão. O Sistema Integrado de Mobilidade (Sim) de Curitiba envolve 309 linhas, 22 terminais, 329 estações-tubo e frota de 1.189 ônibus. São 555 mil passageiros pagantes/dia útil e 6,4 milhões de viagens por mês.
Todas as informações sobre a nova concessão estão disponíveis no site, no qual os interessados também podem participar da consulta pública online.
Participe da consulta pública
A consulta pública sobre a nova concessão vai até o dia 17 de outubro. A população pode enviar sugestões, tirar dúvidas e participar da construção desse novo modelo de transporte coletivo.
Uma nova audiência pública será realizada nesta quarta-feira (15/10), no Salão de Atos do espaço Imap Barigui, aberta à participação de todos os interessados. A primeira audiência, realizada no mesmo local em 1/10, reuniu 200 pessoas.
A previsão é que o edital da nova concessão seja publicado em novembro com leilão em janeiro de 2026 e início da transição em junho do mesmo ano. A disputa envolverá cinco lotes (dois BRTs e três regionais – Norte, Sul e Oeste). A previsão é que sejam investidos R$ 3,7 bilhões no período do contrato, que terá prazo de 15 anos.