Texto: Cristiane Guancino / Secom
Importante via da região oeste de Curitiba, a Rua Eduardo Sprada, no Campo Comprido, começou a receber nesta segunda-feira (28/7), uma nova etapa das obras de macrodrenagem na Bacia do Rio Mossunguê. A atual travessia do rio sob a via, no trecho entre as ruas Maria Bizinelli e Luiz Tramontin, será substituída por uma nova estrutura que vai mais do que dobrar a capacidade de vazão das águas das chuvas.
A tubulação circular existente, com 1,50 metro de diâmetro, dará lugar a uma galeria celular de 43 metros de comprimento, composta por duas fileiras paralelas de peças pré-moldadas, Serão 172 módulos, cada um com sete metros de largura e 3,5 metros de comprimento.
Os trabalhos são coordenados pela equipe do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) e integra o conjunto de ações na Bacia do Rio Mossunguê que inclui uma bacia de detenção, em fase final de implantação, a nova galeria celular, um espelho d’água e paisagismo além de outros elementos que vão reduzir a sobrecarga causada pelas chuvas fortes na infraestrutura da região.
Fases da obra
Os trabalhos nesta segunda-feira começaram pela mobilização dos equipamentos e a limpeza das margens do rio. Nos próximos dias, a execução vai exigir a escavação do solo e preparação da base, onde serão instaladas as peças pré-moldadas de concreto que se encaixam lado a lado formando compartimentos que conduzem a água. Após a montagem e vedação das peças, a estrutura será coberta e o local recomposto com nova pavimentação e paisagismo original.
“A nova galeria vai ampliar em mais de duas vezes a capacidade de escoamento da água da chuva em momentos de pico. Em um primeiro momento, vai ocorrer uma amortização da água com a bacia de detenção que está endo executando há pouco metros de distância. Mas se ainda assim se o volume pluvial for muito intenso e a bacia não suportar, a capacidade de escoamento será ampliada pela nova galeria celular”, explica Paulo Vitor Lucca, diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obra Públicas (Smop).
Paulo Vitor Lucca, diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obra Públicas.
O prazo estimado para a conclusão do trabalho é de aproximadamente 120 dias.
Vias alargadas
Para garantir a fluidez no trânsito durante a execução da galeria celular, a Prefeitura promoveu, nas últimas semanas, o alargamento da via em cerca de três metros de cada lado, permitindo que nesta nova fase o tráfego em mão dupla seja mantido ao longo do trecho em obras.
O local estará sinalizado e os moradores do entorno foram comunicados das alterações temporárias da via por mensagens enviadas pelo Curitiba App. A Prefeitura de Curitiba reconhece que as obras podem alterar temporariamente a rotina dos moradores e de quem circula pela região, mas os contratempos vão passar e os benefícios da nova infraestrutura serão permanentes.
Com cerca de 5 km de extensão, o Rio Mossunguê pertence à Bacia do Barigui e desempenha um papel essencial no sistema hídrico da cidade. O conjunto de intervenções na Bacia do Rio Mossunguê atenderá uma área de quase 8 km², onde vivem aproximadamente 35 mil pessoas nos bairros Campo Comprido, Mossunguê, Santo Inácio, Orleans e São Braz.
De acordo com Lucca, a intervenção deve ocasionar poucas alterações no trânsito, especialmente nos momentos de movimentação nos equipamentos que são de grande porte, razão pela qual os motoristas devem redobrar a atenção ao circular pelo local.
“Trabalhamos no alargamento da via para minimizar os impactos no trânsito e reforçamos que as alterações são uma medida temporária e necessária para que a cidade ganhe uma infraestrutura de drenagem mais segura e preparada para os eventos climáticos extremos”, destaca Lucca.
Bacia de detenção
Entre as principais ações em andamento na Bacia do Mossunguê está a implantação de uma bacia de detenção com capacidade para armazenar até 21 mil m³ de água — o equivalente a 21 mil caixas d’água de mil litros cada. A estrutura contará com diques de contenção, muros de proteção, gabiões (estruturas de contenção feitas com pedras envoltas por telas metálicas) e áreas verdes com paisagismo e recuperação da mata ciliar.
“Essa é uma grande obra de macrodrenagem, que reúne diversas intervenções articuladas para estruturar a drenagem urbana em uma região densamente habitada e com histórico de alagamentos, explica o secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur.
Espelho d’água permanente
Ao final da obra, o local receberá uma área de conservação ambiental e de lazer, com cobertura vegetal recomposta e espelho d’água permanente, aumentando a capacidade de absorção da água, reduzindo impactos ambientais e promovendo a biodiversidade urbana.
“Vamos entregar uma solução completa para o controle das cheias na região, mas que também valoriza o espaço urbano. É uma obra que alia engenharia, sustentabilidade e qualidade de vida para milhares de curitibanos", completa Jamur.
A intervenção conta com investimento de R$ 11,3 milhões, com recursos do governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Drenagem.