“Vou dizer em outros locais por onde passo: ‘Aproveitem a experiência [de Curitiba], que é muito boa. Fico muito empolgada em ver a Casa da Mulher Brasileira funcionando e ajudando a fortalecer a luta das pessoas envolvidas em violência contra a mulher, com um trabalho integrado e em parceria entre estado e município.”
A avaliação é de Maria da Penha, a ativista-símbolo do combate à violência contra mulher cujo nome batizou a lei que trata do tema no Brasil. “Políticas públicas como essas garantem futuro às vítimas e aos nossos descendentes”, afirmou Maria da Penha, lembrado da vanguarda da Pousada de Maria, programa criado na primeira gestão do prefeito Rafael Greca pela então presidente da Fundação de Ação Social e atual primeira-dama, Margarita Sansone.
Maria da Penha encontrou-se nesta quinta-feira (22/3) com o prefeito Rafael Greca e a primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone, na sede da Prefeitura, e em seguida fez uma longa visita às instalações e aos serviços prestados pela Casa da Mulher Brasileira de Curitiba, no Cabral, onde foi recebida por dezenas de funcionários e outras pessoas envolvidas na rede de proteção à mulher da capital.
“Alegria e honra em receber Maria da Penha, que é exemplo para o Brasil da luta a favor das mulheres e contra a violência e a covardia”, disse o prefeito, que lembrou a iniciativa em sua primeira gestão, em 1993, de criar a Pousada de Maria, unidade pioneira de atendimento a mulheres em situação de risco idealizada por Margarita.
Margarita Sansone lembrou que a primeira Casa Abrigo do Brasil - a Pousada de Maria - nasceu do seu comprometimento em enfrentar a violência doméstica e familiar. "Esse modelo de atendimento estabeleceu critérios para o abrigamento que são utilizados até hoje na diretriz nacional. A Pousada de Maria tornou Curitiba referência e me sinto grata por me permitirem ser parte dessa história", destacou a primeira-dama.
“A senhora é nosso orgulho”, disse a primeira-dama à Maria Penha. “O trabalho desenvolvido em Curitiba se espelhou muito no que a senhora criou.” A capital é uma das três do país a contar com uma unidade da Casa da Mulher, projeto do governo federal com participação do estado e administrado pelo município.
A ativista está em Curitiba para inauguração do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública do Paraná.
Visita
A passagem de Maria da Penha movimentou a Casa da Mulher; muitas funcionárias ficaram no local para conhecê-la.
Lúcia Bueno, que trabalha no núcleo da defensoria pública da unidade, disse que a presença da ativista é “muito simbólica” para que as vítimas vejam de perto a pessoa que lhes deu o instrumento para lutar contra a violência que sofrem – a Lei Maria da Penha. “E para quem trabalha nesta área é uma motivação e uma forma de refletir. Os relatos que ouvimos todos os dias [das pessoas atendidas] são muito marcantes”, disse.
A Casa da Mulher presta atendimento integral às mulheres em situação de risco, desde atendimento psicossocial e jurídico até abrigamento e encaminhamento para vagas de emprego.
Em 2017 foram feitos quase 15 mil atendimentos, e, este ano, 2.604 até o dia 19 de março.
Presenças
No encontro com o prefeito e a primeira-dama estiveram presentes Eduardo Pião Ortiz Abraão (Defensor Público-Geral do Paraná); Marcus Edson de Lima (o Defensor Público-Geral de Rondônia e membro do Colégio Nacional da Defensoria Pública); Terezinha Ramos Beraldo (assessora de Direitos Humanos e coordenadora de Políticas para Mulher de Curitiba); Sandra Praddo (coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Curitiba), e as inspetoras da Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal Cleusa Pereira e Ana Cristina de Lima Araújo.
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