Aproximadamente 50 mil crianças e adolescentes de 7 a 17 anos já passaram pela Guarda Municipal Mirim, que existe há 14 anos. Os familiares acompanham o crescimento dos pequenos e testemunham as mudanças.
A assistente financeira Regiane Fabichaki é mãe de Kamily Fabichaki, de 11 anos, que participa do projeto há três anos. “A autoconfiança e a preocupação com os outros cresceram. Por causa do que já aprendeu sobre trânsito, ela até me corrige e chama minha atenção”, conta Regiane.
Mãe de Isabelly Cristina dos Santos, de 11 anos, Marcia Maria Andrade também identifica a influência do projeto no desenvolvimento da filha. “Ajudou no aumento da responsabilidade com o uso da internet e com os estudos”, avalia.
Para não se afastarem do projeto quando chegam à maioridade, muitos guardas mirins se tornam instrutores. Outros, quando terminam o colégio e começam a vida adulta, viram voluntários, como Breno Geovanne de Souza dos Santos, de 19 anos, e Natalie Griebler Zirhut, de 20 anos.
Enquanto Natalie trabalha em uma academia de musculação e cursa Direito, carreira que escolheu com a ajuda dos coordenadores da Guarda Municipal, Breno trabalha em uma metalúrgica, fez curso de bombeiro civil e vai tentar uma vaga no curso de Oficial da Polícia Militar.
Expectativas e resultados
Para garantir a vaga na Guarda Mirim por classificação – que significa ter um bom desempenho nas questões que abordam ética - a adesão dos pais às reuniões convocadas pelos coordenadores conta pontos.
Foi o que aconteceu com Geovanna Pinheiro Zanatta, do 5º ano da Escola Municipal Professora Miracy Rodrigues de Araújo, no Bairro Novo. “Eu melhorei muito. Antes da Guarda Mirim, não me comportava, dizia palavrão e vivia na sala da diretora”, avalia a menina, orgulhosa com as mudanças.
Denise Fabiana Sitko Garsztka, a diretora, concorda. “Assim como a Geovanna, que era uma aluna difícil e progrediu a ponto de se tornar uma líder, outras crianças têm essa oportunidade. Elas passam a querer se espelhar na proposta e, sem perceber, trabalham positivamente a autoestima”, resume a educadora.
Além da prova, feita do início de cada ano letivo, outra forma de entrar no projeto é a indicação pedagógica. O recurso é usado pelos educadores para beneficiar os alunos com problemas de comportamento ou relacionamento e que não se interessam espontaneamente pelo projeto. Incluídos na iniciativa, eles têm a chance de melhorar o desempenho acadêmico e social.
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