A Tribuna Livre da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) foi ocupada nesta quarta-feira (6/8) pelo processo de revisão do Plano Diretor. Os vereadores puderam conhecer em detalhes dos fluxos de participação, pesquisa, planejamento e comunicação e também os desafios preliminares do desenvolvimento urbano sustentável de Curitiba.
Ana Zornig Jayme, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), órgão público responsável pela revisão e implantação do Plano Diretor, detalhou a estrutura de governança do processo, que envolve poder público executivo, legislativo e a sociedade civil organizada. Também teve oportunidade de falar sobre os 12 desafios preliminares, já elencados pela equipe técnica do Ippuc, e que estão em validação nas discussões das oficinas comunitárias que ocorrem às terças e quintas, nas administrações regionais, até 21 de agosto. Um exemplo de desafio proposto é a questão demográfica e o envelhecimento da população.
“Teremos uma inversão do bônus demográfico nos próximos anos, com a parcela ativa da população menor do que a de inativos. É um dos cenários que precisam ser avaliados e planejados para traçar estratégias de sustentabilidade econômica da cidade”, explica.
Thomaz Ramalho, diretor de Planejamento do Ippuc e coordenador executivo da revisão do Plano Diretor, expôs a dinâmica dos fluxos de comunicação e participação, com os múltiplos canais de conexão com a comunidade, que contemplam diferentes estratégias: Oficinas Comunitárias e de Imersão Urbana, meios digitais, reuniões presenciais agendadas, telefone e aplicativos de mensagem e plataforma virtual, por meio do Conecta.
Conforme o regimento interno da Casa, os vereadores também tiveram oportunidade de se manifestar, por ordem de inscrição, durante o período da sessão de tribuna livre. A vereadora Rafaela Lupion, autora do convite ao Ippuc para a manifestação em plenária, destacou os esforços da Câmara e da Prefeitura para envolver os moradores nas discussões das oficinas comunitárias.
A vereadora Delegada Tathiana Guzella observou sobre a mobilidade e como o planejamento urbano pode proporcionar deslocamentos menores para os cidadãos acessarem equipamentos públicos, comércio e serviços a partir do incentivo de novas centralidades.
Vice-presidente da comissão de Urbanismo da CMC, Laís Leão elencou temas prioritários para o Plano Diretor, como vazios urbanos, regularização fundiária e acessibilidade nas calçadas. Também convocou os parlamentares a reforçar a necessidade da participação popular junto às bases, destacando a necessidade de o processo estar presente no texto final, que será encaminhado à Câmara em junho de 2026.
A mesma preocupação foi colocada pela vereadora Indiara Barbosa, sobre a sistematização das sugestões da comunidade no diagnóstico final do Plano Diretor para apreciação dos técnicos e vereadores. A vereadora Giorgia Prates observou sobre a inclusão das demandas por territórios dos povos tradicionais. Professora Ângela questionou sobre os mecanismos de controle e acompanhamento da implantação do Plano Diretor.
Também houve manifestações dos vereadores Meri Martins, a respeito de questões de segurança alimentar; Marcus Vieira sobre a verticalização e o adensamento de bairros periféricos; Jasson Goulart, a respeito de pavimentação, diretrizes viárias e zoneamento urbano; e Camila Gonda, na questão do estímulo à mobilidade ativa.
Participação
Nesta quinta-feira (7/8), será realizada a rodada da Regional da Matriz. As ações de engajamento começam às 9h, na Rua da Cidadania, na Praça Rui Barbosa, até as 17h, com exibição de documentários, rolêficina, mapeamento afetivo e feira de serviços públicos. As discussões temáticas serão realizadas a partir das 18h30, no auditório do Mercado Municipal.
Na última terça-feira, as atividades de engajamento comunitário e participação nas discussões da revisão do Plano Diretor foram realizadas na Rua da Cidadania da Fazendinha/Portão. Entre as prioridades destacadas pelos participantes, as mais votadas foram o aumento do efetivo da Guarda Municipal, abordagem inovadora da população vulnerável e em situação de rua, políticas urbanas que contemplem os fluxos migratórios da região e projeto de arborização e manejo para áreas sem cobertura verde.