Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Câncer de útero

Curitiba é destaque em diagnóstico e tratamento

Curitiba é destaque em diagnóstico e tratamento do Câncer de útero. -Na imagem, a vendedora de assinatura de TV a cabo Carlota Generosa Louro, de 36 anos, é um exemplo da importância do diagnóstico precoce. Curitiba, 15/12/2010 Foto:Cesar Brustolin/SMCS

A incidência de câncer de colo de útero in situ (superficial) supera o tipo invasor (que afeta outros tecidos do órgão) entre as moradoras de Curitiba e comprova a efetividade das ações de diagnóstico precoce e controle da doença oferecidas às usuárias das unidades de saúde da Prefeitura.
 
Informações sobre o assunto fazem parte do quarto volume da publicação Câncer no Brasil: Dados dos Registros de Base Populacional, lançado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no final de novembro. A publicação apresenta a cidade como a segunda de menor incidência entre as que fazem o monitoramento no país.
 
A publicação detalha a situação de todos os tipos de câncer de base populacional – por sexo e faixa etária - em 17 dos 20 serviços RCBP instalados no Brasil. O período analisado vai de 2000 a 2005.
 
Além de Curitiba, figuram no trabalho as conclusões das informações coletadas em outras 16 capitais – Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo – e na cidade de Jaú, no interior de São Paulo. 

Em apenas três delas – Curitiba, Goiânia e Jaú – o câncer in situ de colo de útero supera o invasor.
 
Segundo explica a coordenadora do RCBP de Curitiba, Cyntia Asturian Laporte, enquanto a incidência local do câncer invasor de colo de útero no período foi de 15,75 por 100 mil mulheres residentes na cidade, as lesões iniciais (in situ) ficaram em 22,88 por 100 mil.

Os números referem-se tanto às usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) – cerca de 70% das 950 mil mulheres residentes na cidade - quanto às que frequentam serviços particulares e de planos de saúde.

Em números absolutos, as taxas refletem o diagnóstico de 1256 lesões superficiais e 801 casos de câncer invasor nos cinco anos avaliados pelo estudo. À medida em que a coleta de preventivos vem aumentando, inverte-se a proporção entre o diagnóstico de lesões iniciais e o câncer já instalado (ver quadro abaixo).

“Isso é mérito da oferta organizada e sistemática do exame preventivo, que pode ser feito gratuitamente em toda unidade básica e de Saúde da Família da Prefeitura”, pontua Cyntia.

Até o terceiro trimestre de 2010 haviam sido feitos cerca de 90 mil exames. A meta é fechar o ano com pelo menos 120 mil diagnósticos. Para isso, a Secretaria Municipal da Saúde disponibiliza o exame para todas as mulheres, que somam cerca de 950 mil do 1,8 milhão de habitantes de Curitiba.
 
“O objetivo é que as mulheres entendam que o câncer de colo de útero pode ter grandes chances de cura desde que diagnosticado cedo. Para isso, porém, é preciso a atitude de procurar as unidades de saúde, que estão prontas para coletar o exame”, diz a coordenadora do RBPC. Os laudos são emitidos pelos laboratórios conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Final feliz - A vendedora de assinatura de TV a cabo Carlota Generosa Louro, de 36 anos, é um exemplo da importância do diagnóstico precoce. Mãe de dois filhos, estava usando DIU em meados de 2006 quando começou a ter dores. Foi ao médico, na Unidade de Saúde Pilarzinho, que pediu o exame. “Eu tinha ficado dois anos sem fazer o preventivo. Errei porque, como tinha o DIU implantado no útero, precisava fazer o exame todo ano”, conta.

O resultado acusou uma alteração celular inicial, confirmada em seguida por um outro exame mais detalhado – a colposcopia, feita na Unidade Mãe Curitibana. Como a lesão estava em estágio inicial, foi possível deter o avanço da doença.

O tratamento, completado no Hospital Erasto Gaertner, foi tão bem-sucedido que, pouco mais de dois anos depois do diagnóstico, deu à luz seu terceiro filho – uma menina chamada Ana Luísa, nascida no final de novembro de 2008, depois de 8 meses de gestação.“É a minha surpresinha e o meu presente mais precioso”, define Carlota, que, agora, não falha: faz o preventivo a cada seis meses.

Risco - São fatores predisponentes ao câncer de colo de útero ter grande número de filhos, fumar e ter entrado cedo em atividade sexual. Possuir vários parceiros sexuais e não usar preservativo durante as relações também favorece ao aparecimento da doença, uma vez que o comportamento abre caminho para a contaminação pelo vírus HPV.

Para reforçar a importância do compromisso com a própria saúde entre as mulheres, agentes comunitárias lembram às moradoras da necessidade de se submeter ao exame e agendam a ida às unidades de saúde.

Muitas chegam a abrir durante alguns sábados especialmente para facilitar a vida de quem trabalha durante a semana. O esforço é válido para as autoridades sanitárias, uma vez que esse tipo de neoplasia é o segundo de maior incidência entre as mulheres e a sexta causa de óbito entre o público.