Curitiba finalizou nesta terça-feira (30/4) a programação do Abril Indígena, mês dedicado à valorização da cultura e à defesa dos direitos dos povos originários. A agenda, que percorreu diferentes pontos da cidade, foi marcada por encontros culturais, debates públicos e ações de conscientização.
O encerramento das atividades em homenagem aos povos originários foi realizado na Casa de Passagem e Cultura Indígena, em Curitiba, com uma roda de conversa aberta ao público. O encontro reuniu lideranças indígenas e estudantes da Escola Cívico-Militar Gottlieb Muller ao redor do tradicional fogo sagrado, onde foram compartilhadas histórias e tradições dos povos indígenas.
A recepção foi conduzida pelos coordenadores da Casa, Silas Ubirajara Donato de Oliveira e Ceia Kavenhkag Bernardes, ambos pertencentes à etnia Caingangue. A roda de conversa proporcionou um momento de troca cultural e reflexão sobre a resistência e os direitos dos povos originários.
Jovina Renhag-Ga, uma das fundadoras da Casa e representante da Aldeia Indígena Kakané Porã, destacou a relevância do evento, mas alertou para a necessidade de manter viva a luta indígena ao longo de todo o ano. “Somos originários dessa terra chamada Brasil, e o fogo é um símbolo de resistência”, afirmou.
Balanço das ações
As atividades começaram no dia 19 de abril, com celebrações na Aldeia Kakané-porã, em alusão ao Dia dos Povos Indígenas – data instituída oficialmente pela Lei nº 14.402/2022, que substituiu o antigo termo “Dia do Índio” para reconhecer a pluralidade cultural dos povos originários.
“O Abril Indígena não é apenas um mês de celebração, mas um momento de reafirmação de direitos e de escuta ativa. É fundamental que a sociedade compreenda e respeite a diversidade dos povos originários”, destacou Maria Tereza Rosa, diretora de Igualdade Racial da Secretaria da Mulher e Igualdade Racial (SMIR).
Nos dias 25 e 26, representantes indígenas também participaram ativamente da V Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial, debatendo políticas de inclusão, combate ao racismo e o fortalecimento de espaços institucionais para a escuta e participação dos povos indígenas. O Abril Indígena representa um marco de articulação social e política, reforçando a importância do respeito à diversidade e da construção de uma sociedade mais justa e plural.
Toda quarta-feira a Casa de Passagem e Cultura Indígena recebe a visita de estudantes e as escolas interessadas podem fazer a solicitação através do e-mail: igualdaderacial@curitiba.pr.gov.br.