O retorno do frio a Curitiba levou 1.590 pessoas a dormirem nos abrigos mantidos pela Prefeitura, na noite desta segunda-feira (28/7). A Fundação de Ação Social (FAS) realizou mais uma ação intensificada da Operação Inverno 2025, com reforço nas equipes de abordagem e oferta de acolhimento.
Com a previsão de temperaturas ainda baixas nos próximos dias, o reforço no atendimento noturno será mantido, pelo menos até a madrugada de sexta-feira (1/8). Se o frio persistir, a ação seguirá por mais tempo.
O recorde de acolhimento desde o início da operação foi registrado em 2 de julho, com 1.602 pessoas protegidas em uma única noite. Em períodos de temperaturas mais amenas, a média gira em torno de 1.400 acolhimentos.
“As baixas temperaturas representam um risco real de vida para quem está nas ruas. Nosso objetivo é reforçar a oferta de acolhimento, proteger essas pessoas. Em nossas unidades, elas podem tomar banho, trocar de roupa, receber alimentação e dormir em camas quentes”, afirma o presidente da FAS, Renan de Oliveira Rodrigues.
Mais equipes nas ruas
A Operação Inverno teve início em 15 de maio e é coordenada pela FAS e pela Defesa Civil de Curitiba. O objetivo é garantir proteção à população em situação de rua durante os meses mais frios do ano.
Sempre que a previsão aponta temperaturas iguais ou abaixo de 8 °C, a ação é reforçada. Nesses dias, 19 equipes atuam nas ruas, sendo 14 delas das 18h à 1h da manhã — um grande aumento em comparação às quatro equipes que operam nas noites mais quentes.
Após a 1h, os atendimentos continuam com a Central de Encaminhamento Social (CES), que funciona 24 horas. Durante o dia, a partir das 8h, as equipes dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e da CES atuam de forma integrada até as 17h, para antecipar abordagens e reduzir a demanda noturna.
Acolhimentos e recusas
Na noite de segunda-feira, as equipes da FAS realizaram 175 abordagens sociais, sendo 152 a homens e 23 a mulheres. Do total, 85 pessoas aceitaram acolhimento e foram encaminhadas para casas de passagem ou hotéis sociais.
Duas pessoas em situação de saúde grave receberam atendimento: uma foi encaminhada para uma unidade de pronto atendimento e outra precisou de apoio do Samu. Uma terceira pessoa, após conversa com os educadores sociais, decidiu retornar para a família.
Apesar do frio e da chuva, 64 pessoas recusaram o acolhimento, mesmo após orientação sobre os serviços disponíveis e os riscos de permanecerem nas ruas. Outras 23 sequer aceitaram conversar com as equipes. Para esses casos, foram distribuídos 78 cobertores e mantas térmicas.
Estrutura de acolhimento
A Prefeitura de Curitiba mantém 1.640 vagas fixas para acolhimento e outras 83 emergenciais, ativadas em situações de frio extremo, sendo 80 para homens e três para mulheres.
A rede é composta por 33 unidades, 19 delas exclusivas para pessoas em situação de rua. Todos os espaços oferecem refeições, roupas limpas, banho quente, itens de higiene e um local seguro para dormir.
Caso a ocupação ultrapasse a capacidade, pode ser acionado o Plano de Contingência Municipal, com a abertura de espaços provisórios como escolas, ginásios e centros comunitários.
Operação segue até setembro
A Operação Inverno 2025 seguirá até 22 de setembro e envolve a atuação integrada de dez secretarias municipais. A ação tem como foco garantir acolhimento digno e proteção para quem mais precisa durante o inverno em Curitiba.
A população de Curitiba pode ajudar a proteger as pessoas em situação de rua. Para isso, basta entrar em contato com a Central 156 – por telefone, app ou site – sempre que avistar uma pessoa em desabrigo e informar o endereço para que uma equipe da FAS vá até o local para oferecer atendimento.