Texto: Adriano Kotsan | Edição: Aline Kozak
Secretaria Municipal da Comunicação Social (Secom)
O Zoológico de Curitiba, no Alto Boqueirão, recebeu mais dois animais ameaçados de extinção. Os micos-leões-pretos - dois machos - já estão na área de visitação da unidade de conservação. Além de vê-los de pertinho, os moradores de Curitiba vão poder escolher o nome de cada um.
A novidade foi anunciada na noite desta quinta-feira (11/9) pelas redes sociais da Prefeitura de Curitiba. Até segunda-feira (15/9), a população poderá sugerir os nomes nos comentários do post. Os mais citados serão colocados em uma enquete para votação pelo site da Prefeitura.
Os primeiros do Zoo
Essa é a primeira vez que o Zoológico recebe animais da espécie mico-leão-preto. Os animais estão na parte de cima do Zoo, no setor ao lado dos micos-leões-dourados, próximos ao avestruz, ao casuar e em frente aos recintos dos muriquis.
Plano nacional de conservação
Segundo o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo, o Zoo de Curitiba aderiu ao plano nacional de conservação da espécie do mico-leão e os responsáveis no âmbito nacional definiram que esses dois animais ficariam aqui.
“Temos espaço adequado e conhecimento do manejo e manutenção de micos. Nós já temos experiência de nascimento de micos-leões-da-cara-dourada, que também é uma espécie ameaçada”, reforça Evaristo.
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Edson Evaristo, diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna
Em todos os recintos do Zoo há uma explicação sobre a origem de cada espécie, a alimentação e em qual nível de ameaça ela está no mundo. “Visitar a nossa unidade de conservação é mais uma forma de a população conhecer os animais ameaçados e a partir disso se sensibilizar e adotar posturas pensando na proteção à fauna”, concluiu Evaristo.
Bom passeio com crianças
Nesta quinta-feira (11/9), os novos micos-leões-pretos já chamaram a atenção de quem visitou o Zoo. Franciani Bonin aproveitou o tempo bom para levar a filha Lívia Bonin Pini, de 9 anos, conhecer os animais.
“Fazia uns cinco anos que eu não visitava o Zoológico e está bem legal, foi feita uma reestruturação, com novos recintos. Minha filha está bem empolgada, é um passeio ótimo para se fazer com crianças”, disse Franciani.
Conservação
O Zoológico de Curitiba iniciou a participação nos programas de conservação dos micos-leões com o mico-leão-da-cara-dourada (nome científico Leontopithecus chrysomelas) e teve sucesso na reprodução da espécie. Em 2017, ao receber micos vindos do tráfico de animais, um casal de irmãos de mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) passou a integrar o programa de conservação da espécie, recebendo recomendação de pares para a formação de dois casais.
Agora, em 2025, foi dado mais um passo na conservação do Leontopithecus. O Zoo se comprometeu a fazer parte do Plano de Manejo Populacional do Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus). As três espécies de micos-leões sob responsabilidade do Zoo são ameaçadas de extinção e naturais da Mata Atlântica.
Macacos-prego
Em setembro também foram soltos 13 macacos-pregos na ilha que fica em frente ao Centro de Educação Ambiental do Zoológico de Curitiba. Eles foram apreendidos no mês de maio, em diferentes partes do Paraná, durante uma operação do Instituto Água e Terra (IAT) contra o tráfico de animais, maus-tratos e cativeiros ilegais.
Todos já foram castrados e recuperados pelos médicos-veterinários do Zoo. “Nós preparamos uma ilha especialmente para eles, com árvores, balanços, estruturas diversas para que interajam com o ambiente. Esses eram animais que viviam acorrentados ou em gaiolas, em situações de maus-tratos. Agora estão em um ambiente adequado”, explicou Evaristo. A ilha tem uma área de quase 3 mil m².
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Edson Evaristo, diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna
Zoo de Curitiba
O Zoo é responsável pelo cuidado de mais de 1,8 mil animais que ficam na área de visitação. São cerca de 589 mil metros quadrados, com aproximadamente 165 recintos. Entre os animais, estão alguns de espécies nativas ameaçadas, inseridos em programas nacionais de conservação.
Mais de 70% dos animais do Zoo vieram de situações de intervenção humana (apreensões, tráfico, circos, maus-tratos) que impossibilitaram sua soltura na natureza. Hoje, recebidos pelo Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs), também encontram abrigo e cuidado na unidade de conservação do Alto Boqueirão.
Serviço
Zoológico de Curitiba
Endereço: Rua João Micheletto, 1.500 – Alto Boqueirão
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 16h. Fechado às segundas-feiras para serviços de manutenção
Entrada gratuita