Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Educação

Xadrez desenvolve raciocínio de alunos de escolas municipais

Xadrez desenvolve raciocínio de alunos das escolas municipais, o programa da Secretaria Municipal da Educação beneficia 15 mil alunos com idades de 5 a 10 anos. Um dos exemplos são os alunos do CEI Curitiba Ano 300, no Bairro Alto. Curitiba, 20/06/2006 Foto: Ivan Bueno/SMCS

Afonso Vieira, 9 anos, aluno da 3ª série do ensino fundamental no CEI Curitiba Ano 300, no Bairro Alto, joga xadrez há três anos. O jogo ajudou a fazer com que gostasse mais de matemática. "O xadrez é puro raciocínio, e mostra que a gente deve ter disciplina, porque isso dá independência à pessoa que quer ter objetivos", diz Afonso. Todos os dias , ela joga xadrez, com a irmã Ana Flávia, aluna da 2ª série da mesma escola.

Afonso é um dos 15 mil alunos que aprendem xadrez regularmente na escola. O ensino do xadrez foi implantado há três anos em 80 das 168 escolas da rede municipal de ensino, para alunos com idades de 5 a 10 anos, que freqüentam da pré-escola à 4ª série do ensino fundamental.

"O xadrez faz parte da política pedagógica da rede de ensino com aulas no contra-turno, ou mesmo durante o expediente escolar, com o objetivo de acelerar o raciocínio e desenvolver noções de estratégia entre os alunos", diz a coordenadora do programa, Fabíola Dalcol.

A prática do xadrez, jogo milenar disputado desde a Antigüidade e considerado até recentemente jogo de elite, se popularizou depois da Idade Média, quando apenas os reis e fidalgos movimentavam as peças do tabuleiro. Na rede de ensino de Curitiba, a atividade que Fabíola chama de "momento lúdico" será estendida para mais 50 escolas até o final do ano.

Enquanto a Secretaria da Educação fornece a infra-estrutura para o aprendizado, como relógios, tabuleiros magnéticos, livros e fitas de DVD que ensinam a jogar, os professores têm ampla liberdade para criar mecanismos de repasse do conhecimento.

Recentemente participaram de campeonato de xadrez realizado no Colégio Santa Maria, em torno de 370 alunos de 20 escolas da rede pública, além de outros 300 de mais dez estabelecimentos particulares.

No início de junho, durante o Mutirão Comunitário realizado pela Prefeitura de Curitiba no Parque dos Tropeiros, na CIC, houve aproximadamente 650 atendimentos a crianças matriculadas em escolas da região, ou até ex-alunos, que disputavam um dos tabuleiros instalados no local durante o final de semana.

Independência e disciplina - O aluno Afonso Vieira revelou melhor desempenho nas aulas de português e de geografia, resultado da sociabilização imposta por uma modalidade esportiva conhecida em todo mundo "e que independe das línguas entre os povos, porque a movimentação da peças é única e universal", diz a professora de xadrez Andréa Alessandra Antunes da Cruz.

Andréa ensina a técnica de jogo para 500 alunos em turnos alternados, em aulas com duração de até 50 minutos. Ela diz que o xadrez provoca a interatividade entre os alunos e garante uma melhor relação familiar. "Geralmente os alunos mais barulhentos são os melhores, porque demonstram criatividade e iniciativa, contribuindo para o desenvolvimento do raciocínio lógico de quem permanece até oito horas diária na escola", afirma.

A zeladora da escola, Maria Rodrigues, mãe de Joyce Kelly, de seis anos, aluna da pré-escola, se mostra surpresa com os progressos da criança, preocupada em ensinar aos pais as técnicas de jogo. "A Joyce até ganhou um tabuleiro, o que contribuiu para melhorar ainda mais o rendimento das tarefas escolares", diz Maria.