A Vigilância Sanitária de Curitiba está implantando o Registro Nacional de Artroplastia – Fase 2 para rastrear próteses de joelho e de quadril. O objetivo é implantar um mecanismo de monitoramento da qualidade, segurança e efetividade dos implantes ortopédicos utilizados nos hospitais das redes pública e privada de Curitiba. O projeto está sendo debatido com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Paraná (Sbot-PR) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e deve começar a funcionar dentro de um mês.
A primeira fase do projeto foi realizada no Hospital Conceição, em Porto Alegre (RS), e agora Curitiba irá implantar o registro em toda a rede de saúde. O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, destaca que a implantação desse projeto em Curitiba é uma garantia aos consumidores, tanto os que se utilizam da rede privada quanto da pública. “É um recurso que dá segurança ao Sistema Único de Saúde, aos planos privados de saúde, ao paciente e aos profissionais da área”, explica. Massuda afirma que o fato de Curitiba ser escolhida como sede do projeto-piloto demonstra que a cidade conta com infraestrutura e uma excelente rede profissional para implantá-lo.
Após cada cirurgia ortopédica para colocação de um implante, é procedimento da equipe de saúde fazer o registro do produto, com a descrição da cirurgia, marca e modelo da prótese utilizada, número de registro e número de série da peça. A partir de agora, esses dados farão parte de um documento que será encaminhado à Vigilância Sanitária Municipal para fazer o cadastro para monitoramento.
A Vigilância cadastrou os 17 serviços de saúde de Curitiba que realizam prótese de quadril e joelho para explicar o que é o Registro Nacional de Artroplastia e como os estabelecimentos e as equipes de saúde devem proceder na implantação do projeto. “Esse projeto proporciona estratégias para redução e prevenção de eventos adversos em pacientes, de desvios da qualidade na fabricação dos produtos e a qualificação dos procedimentos cirúrgicos que envolvem implantes ortopédicos”, explica a chefe da Vigilância Sanitária de Produtos, Giselle Kosiak Poitevin Pirih.
O médico ortopedista Luiz Carlos Sobânia, consultor da Secretaria Municipal da Saúde, explica que esse procedimento promove um monitoramento, pelo poder público, das órteses e próteses utilizadas no país. “Curitiba será a primeira cidade a realizar os registros em toda a rede de saúde”, comenta o ortopedista, que informa que experiências semelhantes estão ocorrendo também em Uberlândia (MG) e Batatais (SP).
De acordo com Sobânia, com esse registro será possível fazer um acompanhamento das indústrias fornecedoras dos materiais e, quando necessário, fazer um “recall” para substituição das próteses utilizadas e que apresentaram problemas. “Para os médicos, significa saber que as próteses implantadas nos pacientes são adequadas. É uma segurança para o médico e para o paciente”, salienta.