As tardes de terça-feira da cabeleireira Carla Rocha, 33 anos, não seguem a rotina normal de apenas atender a clientela. Afinal, ela sabe que do outro lado da rua, a partir das 14 horas, há muitas opções de frutas para o lanche antes do fim do expediente e também de hortaliças que poderão ser levadas para casa depois que o salão fechar.
Assim como Carla, quem mora ou trabalha próximo à Rua Paulo Gorski tem à disposição, toda terça-feira, os alimentos vendidos na Feira do Mossunguê, curiosamente a única, entre as 39 feiras livres da Prefeitura, que começa no início da tarde. “No passado, tentou-se oferecer feiras vespertinas, que abrem no começo da tarde, mas apenas a do Mossunguê conquistou público e conseguiu se viabilizar, mantendo-se até hoje”, lembra José Carlos Koneski, diretor de Abastecimento da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smab).
Na banca do feirante Cristiano Pampuche, 44 anos, boa parte das hortaliças é adquirida no Ceasa, mas também há alimentos cultivados por agricultores familiares de Colombo. “A gente tem muito preocupação de vender alimentos de qualidade e, quando possível, colhidos no dia anterior aqui de perto”, observa Cristiano.
Segundo Fernando Soeki, 36 anos, que comercializa frutas na Feira do Mossunguê, durante toda a tarde há um fluxo de fregueses, mas é a partir das 18 horas que o movimento realmente aumenta, até o fim, às 20 horas. “Fregueses que deixaram o trabalho ou estão buscando os filhos na escola param para fazer compras”, conta ele. Para garantir a qualidade esperada pela freguesia, Fernando busca os melhores fornecedores. “Acordamos às 4 da manhã para comprar o que nossos clientes gostam”, reforça.
Os quibes, risoles e bolinhos preparados por Plínio Marcos Barddal Rosa, 45 anos, têm um público fiel, mas o carro-chefe do trailer do feirante é mesmo o tradicional pastel. “A gente tem uma freguesia que vem toda terça só para comer com a gente”, relata. É o caso do estudante Frederico Gomes, 15 anos, que semanalmente saboreia um pastel “especial” (gigante!) recheado com carne, azeitona e ovo. “É muito bom, tenho que vir sempre”, diz o jovem.
A designer Silvana Moro, 49 anos, além de adquirir frutas e hortaliças, também não abre mão dos queijos vendidos por Vilmar Inácio Nunes, 49 anos. “São muito saborosos, não tem como resistir”, afirma ela. No trailer de Vilmar também é possível adquirir defumados, manteigas, requeijões, salames e linguiças.
As bolachas caseiras da banca de Charles Eduardo Machado, 30 anos, também chamam a atenção dos fregueses da Feira do Mossunguê, que acabam não resistindo a sabores vendidos a granel como castanha do Pará amanteigada, Leite Ninho, nata e coco e maracujá. Charles explica que as bolachas têm aquele gosto de “feito pela avó da gente”. “A mais procurada é a de maracujá, mas todas vendem bem”, afirma o comerciante, que também oferece porções fracionadas de salgadinhos.
Serviço: Feira do Mossunguê
Toda terça-feira, das 14h às 20h
Rua Paulo Gorski, esquina com Rua Elvira H. Ramina, Mossunguê (atrás do Carrefour e próximo ao ParkShopping Barigui).