As obras do Lote 2.3 do Projeto BRT Leste/Oeste tiveram início nesta terça-feira (23/9), às 9h, na Avenida Presidente Affonso Camargo, um dia depois do previsto devido às fortes chuvas de segunda-feira (22/9). A intervenção exige o bloqueio total da canaleta exclusiva para ônibus entre as ruas Mariano Torres e Zeila Moura dos Santos, na altura da Rodoferroviária, além da interdição de dois retornos na região.
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O local está sinalizado e conta com a orientação de agentes da Superintendência de Trânsito (Setran). A intervenção faz parte do PRO Curitiba, programa que reúne R$ 6 bilhões em investimentos em obras em intervenções estruturantes e sustentáveis para modernizar e preparar a cidade para o futuro.
Por dentro da obra
A canaleta está sendo escavada para receber novo pavimento de concreto, mais resistente e adequado ao peso dos futuros ônibus elétricos que vão operar no sistema. Durante as obras, as linhas de biarticulados 302-Centenário/Rui Barbosa, 303-Centenário/Campo Comprido e C01-Pinhais/Rui Barbosa estão sendo desviadas temporariamente para a via lenta.
A estação-tubo Rodoferroviária foi desativada em ambos os sentidos, e os passageiros devem utilizar as estações mais próximas — Mariano Torres e Viaduto Capanema. Na Rodoferroviária, o sistema de áudio está comunicando aos viajantes a desativação temporária das estações e informando as alternativas para quem for usar o transporte coletivo. A linha 385- Cristo Rei também atende a região.
De acordo com a engenheira fiscal da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), Bruna Buher Kureke, este primeiro trecho de obras, cuja previsão é de 240 dias dependendo das condições climáticas, vai trazer uma série de melhorias para a mobilidade.
“Estamos iniciando as obras do Lote 2.3 do BRT Leste/Oeste, que vão beneficiar todos os usuários do sistema. Para o transporte público haverá melhoria na velocidade dos ônibus, com a possibilidade de ultrapassagens. As novas estações serão mais amplas, com ar-condicionado e maior conforto. Também teremos calçadas mais acessíveis, ciclovias mais seguras e infraestrutura adequada para quem se desloca de carro”, explicou.
Segundo a engenheira, o novo pavimento em concreto é essencial para suportar o tráfego dos ônibus elétricos, mais pesados do que os convencionais.
“As obras em concreto são mais demoradas porque exigem escavação, base, execução da placa e tempo de cura, mas têm vida útil de pelo menos 20 anos e demandam menos manutenções”, detalhou a fiscal.
Bruna Buher Kureke, engenheira fiscal da Smop.
Alterações no trânsito
O superintendente de Trânsito da Setran, Bruno Pessuti, reforça a necessidade de atenção dos motoristas.
“É uma obra importante para o desenvolvimento da cidade. Como agora os ônibus saem da canaleta e dividem espaço com os veículos, os motoristas e motociclistas precisam ter cuidado, porque se trata de veículos de grande porte, com pontos cegos, apesar da sinalização. Os retornos próximos à Rodoferroviária estarão fechados durante os próximos meses, mas tudo está bem sinalizado e orientado para garantir segurança e organização no trânsito”, afirmou Pessuti.
Bruno Pessuti destacou ainda que o impacto será temporário, mas os benefícios serão permanentes.
“O transtorno passa e o benefício fica. Essa já é uma área de grande movimentação, inclusive com a passagem do trem, mas com cautela e programação os motoristas vão conseguir se adaptar. Com atenção e redução de velocidade, o trânsito ficará mais seguro e todos chegarão ao seu destino”, completou Pessuti.
Bruno Pessuti, superintendente de Trânsito da Setran.
Sobre o Lote 3.2
As obras do Lote 2.3 preparam Curitiba para o futuro, com a modernização do sistema de transporte público e a requalificação da infraestrutura urbana em um ponto estratégico da cidade. Com valor contratual de R$ 43,6 milhões e prazo de execução de 15 meses, o Lote contempla mais de 3 mil metros de nova pavimentação, 2.123 metros de calçadas e 2.010 metros de ciclovias.
O trecho em frente à Rodoferroviária receberá pavimentação de concreto na canaleta, novo asfalto nas vias lentas, drenagem, calçadas acessíveis, ciclovia, travessias seguras, iluminação, sinalização e arborização.
Também começam intervenções iniciais na Avenida Sete de Setembro, entre a Marechal Floriano e a Lourenço Pinto, além do calçamento entre a Mariano Torres e a Tibagi. O restante das melhorias na via está previsto para 2026.
O pacote inclui ainda a reforma e ampliação das estações-tubo Eufrásio Correia, Mariano Torres e Rodoferroviária, viabilizando o novo Ligeirão Leste/Oeste, com ultrapassagens em pontos estratégicos. A requalificação vai garantir mais eficiência, sustentabilidade e segurança para pedestres, ciclistas, motoristas e usuários do transporte coletivo.
Âncora
Retornos bloqueados e caminhos alternativos
Motoristas devem redobrar a atenção aos desvios, já que os dois retornos da Avenida Affonso Camargo, utilizados para acessar a Rodoferroviária e a região central, estão bloqueados.
O primeiro bloqueio é no retorno da Affonso Camargo para a Rodoferroviária, no sentido bairro-Centro. Quem vem do Cristo Rei pela avenida deve entrar à direita na Rua Dr. Faivre, seguir até a Visconde de Guarapuava, dobrar à esquerda na Rua Tibagi e, em seguida, novamente à esquerda para retornar à Affonso Camargo e acessar a rodoviária.
O segundo bloqueio ocorre no retorno sob o Viaduto do Capanema, para quem sai da Rodoferroviária em direção ao Centro. Nesse caso, é preciso passar o viaduto, seguir cerca de 500 metros pela Affonso Camargo no sentido bairro, fazer o retorno à esquerda na Avenida São José, próximo ao Hospital Cajuru, e retornar à Affonso Camargo para então seguir em direção à Avenida Mariano Torres e à Visconde de Guarapuava.
BRT Leste/Oeste
O projeto do novo BRT Leste/Oeste faz parte do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba, que conta com financiamento internacional do New Development Bank (NDB) no valor de US$ 75 milhões. Serão requalificados 20 quilômetros de infraestrutura para ônibus, com a reforma de 34 estações-tubo e cinco terminais – entre eles, novos equipamentos no Capão da Imbuia e no Campina do Siqueira.
A modernização do sistema também prepara Curitiba para receber ônibus elétricos em seus principais corredores de transporte. Além de reduzir o tempo de viagem, o projeto vai contribuir para a diminuição das emissões de carbono e ampliar a conectividade entre modais, estimulando o uso de bicicletas, calçadas acessíveis e vias compartilhadas.
PRO Curitiba
O Programa de Revitalização e Obras de Curitiba (PRO Curitiba) é o maior da história da cidade e engloba mais R$ 6 bilhões em investimentos da gestão Eduardo Pimentel entre 2025 e 2028. São intervenções em áreas essenciais para o cidadão como mobilidade urbana, saúde, educação, habitação social, prevenção a enchentes, zeladoria, iluminação pública, trânsito e segurança. A conquista, em 2025, da inédita nota A+ em capacidade de pagamento (Capag), do Tesouro Nacional, referenda que as políticas fiscais e financeiras da gestão Eduardo Pimentel colocaram a Prefeitura de Curitiba entre as mais fortes, estáveis e confiáveis do País. A nota Capag A+ permite ao município buscar financiamentos de investimentos com juros ainda mais baixos.