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Técnicos da ANP aprovam resultados da frota movida a biodiesel

Técnicos da Agência Nacional de Petróleo (ANP) que estiveram na manhã desta quinta-feira (8) em Curitiba consideraram positivos os resultados do B100, projeto que garante o funcionamento, em operação regular, de uma frota de ônibus abastecida 100% com biodiesel. Curitiba, 08/10/2015 - Foto: Everson Bressan/SMCS

Técnicos da Agência Nacional de Petróleo (ANP) que estiveram na manhã desta quinta-feira (8) em Curitiba consideraram positivos os resultados do B100, projeto que garante o funcionamento, em operação regular, de uma frota de ônibus abastecida 100% com biodiesel.

Lorena Mendes de Souza e Jackson da Silva Albuquerque, da Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade de Produto da ANP, reuniram-se com técnicos da Urbs e outros parceiros do projeto e, depois, acompanharam os processos de armazenamento do combustível e abastecimento dos ônibus nas empresas Viação Redentor e Cidade Sorriso.

A frota do B100 é formada pelos 26 biarticulados do sistema Linha Direta Expressa (Ligeirão Azul) e seis articulados do sistema Expresso na linha Circular Sul que, juntos, consomem em torno de 150 mil litros de biodiesel por mês.

“Foi uma visita muito esclarecedora. É uma experiência importante, já consolidada e que podemos considerar um sucesso”, afirmou Jackson Albuquerque. Conhecer todo o processo de perto e saber detalhes tanto da questão técnica quanto da parceria que viabilizou o projeto, afirma Lorena Souza, é importante para que se avalie uma boa experiência como a que foi feita em Curitiba.

Implantado em nível experimental em 2009, com seis ônibus articulados na Linha Verde, o B100 envolve atualmente 32 ônibus com a previsão da entrada em operação de mais 24 biarticulados em 2016. A entrada em operação desses novos ônibus depende da decisão da Justiça que, em 2013, concedeu liminar às empresas de ônibus, suspendendo a compra de veículos para renovação da frota.

Comparados ao desempenho de ônibus abastecidos com diesel (com mistura de 7% de biodiesel, de acordo com as determinações da ANP), os ônibus do B100 emitem 63,7% menos material particulado; 46% menos monóxido de carbono; 65% menos hidrocarbonetos totais e 63,1% menos gases de efeito estufa. 

Para fazer a comparação, explica o gestor de Tecnologias do Transporte, Elcio Karas, a Urbs utiliza ônibus que não são do B100 e que operam nas mesmas condições – que fazem as mesmas linhas, com a mesma tabela horária, mesmo trajeto e relevo – permitindo a comprovação dos resultados.

A apresentação feita aos técnicos da ANP também mostrou o bom desempenho dos ônibus, do ponto de vista operacional, e os cuidados adotados desde a fabricação do combustível, à base de soja, até o transporte, abastecimento e controles de qualidade. Karas também explicou que entre os pré-requisitos para o sucesso do projeto – que tem atraído atenção de técnicos do mundo todo que visitam Curitiba – é que sejam utilizados ônibus novos, desenvolvidos para esse fim.

A experiência em Curitiba, explicou, foi condicionada a que se tivesse uma parceria efetiva, com o comprometimento de todas as partes, como de fato ocorre, e ônibus desenvolvidos especificamente para esse fim, vindo de fábrica prontos para o B100. Além dos cuidados tomados ao longo de todo o processo, da autorização da ANP para que se colocasse o projeto em prática, esses fatores essenciais para que se alcançasse o sucesso do projeto.

São parceiros, além da Prefeitura de Curitiba, as empresas operadoras do transporte na Linha Verde, Cidade Sorriso e Viação Redentor; as empresas fabricantes de chassis Scânia Latin América e Volvo do Brasil; o Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar); o Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico e Combustíveis (Probiodiesel); e as empresas BSBios Indústria e Comércio de Biodiesel Brasil Sul S/A, sediada em Passo Fundo (RS), que produz o combustível; e a RDP, Distribuidora de Petróleo Ltda, sediada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, responsável pelo transporte.

Além de detalhar, para os técnicos da ANP, o projeto do B100, Elcio Karas também apresentou o histórico de experiências que vêm sendo feitas pela Urbs em busca de novas alternativas o que fez com a Urbs testasse, ainda nos ano 1990, a mistura a 5% e 20% de biodiesel.

Atualmente, além do B100, Curitiba vem buscando alternativas de eletromobilidade. Parceria firmada no ano passado com a Volvo Latin América prevê testes com um articulado elétrico desenvolvido pela empresa no ano que vem na Linha Verde. Nesta semana, a Urbs testou um articulado elétrico da chinesa BYD.