A Investeendo, uma das vencedoras do Pitch Vale do Pinhão 2025, nasceu do desejo de um professor de escola pública de transformar a realidade dos estudantes. Criada por Sam Adam Hoffmann, a startup utiliza gamificação para levar educação financeira e empreendedora a jovens em situação de vulnerabilidade.
O empresário tinha experiência como professor e foi buscar na sua sócia, Vanessa Cristiane Motta de Matos, o conhecimento que precisava na parte de finanças. Além de ter sido professora, ela foi gerente de banco e com a filha Mariana de Matos Rosa atuava como voluntária dando aulas de educação financeira. Hoje, as duas atuam na empresa, Vanessa como CFO e Mariana na parte comercial
Começaram com um jogo de tabuleiro que simula toda a jornada do empreendedor até chegar ao aplicativo que propões missões em troca de moedas digitais, com as quais podem simular investimentos, por exemplo.
O aplicativo funciona em totens interativos e promove o aprendizado de maneira lúdica e colaborativa. Assim, os estudantes compreendem conceitos como poupança, investimento e gestão de dinheiro. Para que seja realmente inclusivo, os alunos recebem um cartão que pode ser usado no totem que fica na escola, sem depender de celulares ou computadores, o que torna a metodologia acessível e inclusiva.
“O app não apenas facilita o entendimento da educação financeira, mas também incentiva a participação ativa e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, preparando os jovens para um futuro financeiramente consciente e responsável”, explica o empresário.
Vanessa conta que com as moedas digitais do Investeendo os alunos podem, por exemplo, ganhar 5 minutos a mais no recreio ou fazer uma consulta de 2 minutos para uma prova e, em algumas escolas, até ter acesso a produtos físicos como mochilas e garrafas de água. “O objetivo não é incentivar o consumismo, mas mostrar como a gestão correta do dinheiro pode trazer benefícios no dia a dia”, explica a CFO.
Impacto social
Para o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins, a trajetória da startup é reflexo do ambiente que Curitiba proporciona para os empreendedores.
“O ecossistema de inovação da cidade incentiva ideias que transformam vidas. Histórias como a da Investeendo mostram que quando o poder público e os empreendedores caminham juntos, a inovação gera impacto social e prepara jovens para o futuro”, diz o secretário.
O presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Dario Paixão, diz que a startup é um exemplo de como soluições acessíveis podem mudar realidades.
“Essa iniciativa já transformou a vida de milhares de estudantes e só foi possível porque encontrou espaço para se desenvolver. Apoiar iniciativas assim é investir em jovens mais preparados, em escolas mais fortes e em uma cidade que acredita no futuro”, afirma o presidente.
Com o crescimento e impacto da Investeendo, Sam Adam tomou a decisão de se desligar definitivamente do cargo público.
“Foi uma das decisões mais emblemáticas da minha vida. De um lado, a estabilidade e o prestígio de um concurso que muitos almejam; do outro, a oportunidade de causar um impacto real e coerente com aquilo em que acredito. Escolhi o segundo caminho e não me arrependo”, conta.
Ele diz ainda que empreender socialmente é um caminho sem volta e que depois que você começa, simplesmente não tem como retornar.
“Como professor, eu impactava no máximo 200 alunos por ano. Hoje, com a Investeendo, já alcancei mais de 7 mil estudantes com conhecimento útil, aplicável e transformador. Empreender socialmente é um caminho sem volta. É desafiador, mas gratificante causar impacto real na vida das pessoas”, afirma Hoffmann.
A meta do empresário é chegar a cada vez mais escolas e alcançar 10 mil estudantes até 2027.