Cerca de 50 servidores das áreas da Saúde, Educação e Fundação de Ação Social (FAS) participaram, nesta quinta-feira (30/10), de uma palestra sobre prevenção das violências contra a mulher, realizada na Rua da Cidadania do Pinheirinho. A ação teve como foco fortalecer a rede de proteção e ampliar o conhecimento dos profissionais que atuam diretamente com a população.
A iniciativa integra as ações contínuas da Prefeitura de Curitiba e da Secretaria da Mulher e Igualdade Étnico-Racial voltadas à promoção da igualdade de gênero e à prevenção da violência contra a mulher, reforçando o compromisso de formar servidores preparados para acolher e orientar as vítimas com sensibilidade e responsabilidade.
A palestra foi conduzida por Gléri Bahia Mangger, assessora técnica do Departamento de Políticas para Mulheres da Secretaria Municipal da Mulher e Igualdade Étnico-Racial, que abordou temas fundamentais como os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha, o ciclo da violência, sinais de alerta e os serviços disponíveis para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Gléri destacou a importância da capacitação dos servidores municipais como parte essencial na prevenção e enfrentamento da violência de gênero.
“Quando os profissionais que estão na linha de frente, seja na escola, na unidade de saúde ou nos serviços sociais, reconhecem os sinais e sabem como agir, conseguimos interromper o ciclo da violência e salvar vidas. É por meio da informação e da articulação entre as áreas que fortalecemos a rede de proteção às mulheres”, afirmou.
Para a professora Márcia da Cruz, que atua na Educação Infantil, o tema deve começar a ser trabalhado desde cedo. “É importante promover o autoconhecimento e o empoderamento das meninas para que elas se gostem acima de tudo e saibam reconhecer a violência quando ela ocorre. A prevenção também passa pela autoestima e pela consciência do próprio valor”, destacou.
Já Antônia Rodrigues, assistente social no Cras Bairro Novo, reforçou que a transformação começa em casa. “A responsabilidade começa com os pais na educação das crianças. Não deve haver distinção entre o que se ensina a meninas e meninos, afinal as tarefas domésticas e o cuidado devem ser compartilhados. Essa pequena mudança na forma de criar os filhos reflete no modo como os adultos se veem e se respeitam”, afirmou.
Durante o encontro, também foram discutidos temas como feminicídio, importunação sexual, a Lei do Sinal Vermelho, o protocolo de atendimento e a notificação obrigatória. Os participantes receberam orientações sobre o funcionamento do canal 180 e sobre os serviços oferecidos pelo município, como a Casa da Mulher Brasileira e os centros de referência especializados.