Para muitas pessoas, a velhice se torna um período de isolamento e perda de identidade. Foi o que explicou a presidente do Conselho Municipal da Diversidade Sexual, Grazielle Tagliamento, no 3° Seminário LGBTI+ de Curitiba, na tarde desta sexta-feira (7/11), Salão de Atos do Parque Barigui.
“Em muitos casos, pessoas LGBTI+ acabam ‘voltando para o armário’ na velhice, por medo da discriminação. Esconder quem se é causa muita dor. Por isso, é fundamental promover essa discussão, para que os profissionais que atendem essa população saibam como agir, garantindo que esses espaços sejam, de fato, de acolhimento e respeito”, afirmou Grazielle.
No seminário, servidores da Prefeitura de Curitiba tiveram a oportunidade de refletir sobre como os principais desafios do envelhecimento impactam a população LGBTI+, e o potencial do funcionalismo público na criação de ambientes acolhedores. O evento também reuniu integrantes de órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (SGD), como a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, além de representantes da sociedade civil.
“É uma alegria ver tantos colegas servidores presentes, porque são suas ações diárias que fazem a diferença na execução das políticas públicas. Este seminário é fundamental para refletirmos sobre o envelhecimento da população LGBTI+ e os desafios de garantir o respeito à diversidade em todos os espaços”, destacou a Secretária da Mulher e Igualdade Étnico-Racial, Marli Teixeira.
Para a servidora da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Smsan), Alessandra Moreira, capacitar os servidores é uma forma efetiva de combate às desigualdades e violências contra gênero, raça e sexualidade. “A partir de quando você se educa e entende a diversidade, você também aprende a respeitar essas diferenças. Independente da secretaria, é importante não parar no tempo e se atualizar”, disse a servidora.
Durante a tarde, os participantes prestigiaram uma palestra do médico José Mário Tupiná Machado, discutindo idadismo, que é o preconceito e a discriminação baseados na idade, e os principais desafios do envelhecimento na saúde física e mental.
O seminário também contou com uma mesa de debates sobre vivências LGBTI+ com lideranças de movimentos sociais que apresentaram suas experiências com o tema.