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50 anos do Ippuc

Seminário reúne institutos para debater planejamento urbano e mobilidade

50 Anos do IPPUC. Foto: Lucilia Guimarães/IPPUC

O seminário técnico “Planejamento Urbano e Mobilidade Sustentável” marcou o início das comemorações pelo aniversário de 50 anos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Realizado no Teatro do Paiol, contou com a participação de representantes dos institutos de planejamento urbano de Londrina (PR), Florianópolis (SC), Joinville (SC) e da cidade mexicana de Léon. O Ippuc comemora nesta terça-feira (1) seus 50 anos de fundação, em uma cerimônia que será realizada no Insitututo, às 18 horas.

Os quatros institutos participantes do seminário têm a mesma origem: foram criados com base na expertise do Ippuc, utilizando o modelo organizacional e operacional da instituição curitibana. Os representantes dos institutos falaram sobre os desafios que enfrentam para transformar os projetos de planejamento urbano em realidade.

Entre as instituições que se espelharam no Ippuc, o Instituto Municipal de Planejamento de Léon (Implan) aparece como aquele que estabeleceu maior identidade de métodos e organização com Curitiba. O primeiro grupo de técnicos veio conhecer o Ippuc em 1993. Apenas um ano depois, em 1994, era criado o Implan. Da mesma forma como ocorre em Curitiba, existe na cidade mexicana o estímulo à participação popular nas decisões relacionadas à gestão urbana, além da presença constante de um conselho.

As características do planejamento urbano de Curitiba que mais atraíram os técnicos de Léon são a prioridade ao transporte de massa, o modelo de crescimento a partir dos eixos estruturais, a implantação de um Plano Diretor permanente e a continuidade dos projetos através de um modelo de cidade. “Para nós, a garantia de continuidade é o mais importante, pois as administrações municipais no México duram apenas três anos, tempo insuficiente para a implantação de projetos de maior fôlego. Assim, a não interrupção do processo é assegurada pelo Implan, que orienta os novos prefeitos a cada gestão”, atesta a subdiretora geral do Instituto, Maria Elena Castro.

O Implan foi o primeiro em todo o México a contar com um Plano Estratégico de Ordenamento Territorial e Urbano criado para uma cidade. Entre as conquistas do planejamento urbano de Léon estão o sistema integrado de transporte com mais de 350 mil passageiros por dia, a implantação de mais de 100 km de estruturas cicloviárias com cerca de 100 mil viagens diárias de bicicleta, a ampliação do sistema de bicicleta pública, a criação de parques lineares, a requalificação de bairros, a harmonização dos espaços urbanos, o sistema de prevenção de inundações, a ampliação dos equipamentos públicos, a recuperação de calçadas e a padronização do mobiliário urbano.

O município que possui cerca de 1,4 milhão de habitantes, e tem como principal atividade econômica a indústria de calçados de couro, já volta seu olhar para o futuro. O Implan também atua na projeção de estratégias de desenvolvimento da cidade, para 2040, nas áreas de desenvolvimento sustentável, infraestrutura, governança, economia, habitação, saúde, cultura e educação.

Manguezais

No caso do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Florianópolis (Ippuf), a necessidade de proteger os manguezais e o patrimônio histórico, combater as ocupações irregulares e preservar o espaço público estão entre os principais problemas.

Por outro lado, a cidade conseguiu implantar 59 km de faixas cicloviárias e trabalha para viabilizar a construção de um parque náutico, com a instalação de marinas, uma antiga demanda que vem ao encontro da vocação natural da cidade. “Fazer cumprir o planejamento, investir na fiscalização e conscientização da comunidade, além da despolitização das questões de interesse do município são as nossas principais metas”, avalia o superintendente do Ippuf, Acácio Garibaldi.

Já o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), tem como principais problemas a saturação viária, os conflitos intermodais, a barreira física imposta pela BR 101, a descontinuidade da malha viária e o espraiamento da ocupação do território, gerando grandes vazios urbanos. Da mesma forma que Curitiba, Joinville também teve seu Plano Diretor desenvolvido pelo arquiteto Jorge Wilheim no ano de 1965. No entanto, a implantação só teve início a partir de 1991, com a criação do IPPUJ.

Para deslocamentos, 34,55% da população de Joinville usa o automóvel, 23,11% circulam a pé e apenas 21,79% utilizam o transporte público municipal. Mesmo com um grande número de veículos particulares (1,59 por habitante), a cidade tem 11% da população utilizando a bicicleta como meio de transporte diário. “Esse índice se deve, principalmente, a dois fatores: os deslocamentos de ciclistas dentro dos bairros e o incentivo das empresas que, juntas, oferecem aos trabalhadores mais de 7 mil vagas para bicicletas”, informa o presidente do Ippuj, Vladimir Tavares Constante. Já os prédios públicos de Joinville oferecem 900 vagas de estacionamento para bicicletas.

Está nos planos do Ippuj a implantação de mais 600 km de estruturas cicloviárias, além dos 145 km já existentes. Dessa forma, Joinville quer alcançar, até 2025, o índice de 20% de deslocamentos por bicicleta. Também são metas do Instituto de Joinville implantar zonas de circulação de veículos a 30 km por hora e, nas demais vias da cidade, reduzir a velocidade máxima para 50 km por hora. “Isso vai salvar muitas vidas. O melhor exemplo é o que acontece com os motociclistas: eles representam, ao mesmo tempo, 5,94% dos deslocamentos e mais de 80% dos acidentes que resultam em internamentos”, avalia.

Com área de 1.652,5 km² e uma população de 543 mil habitantes, Londrina tem uma região metropolitana que soma 18 municípios e uma população superior a um milhão de habitantes. A cidade exerce a função de polo regional de comércio e serviços, especialmente na área da educação.

Entre os grandes desafios enfrentados pelo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul)  está a necessidade de reorganização do sistema viário de Londrina. Numa cidade que é bastante verticalizada, o Instituto também identificou como prioridades a revitalização dos espaços públicos, a requalificação das calçadas, a implantação de parklets, o aumento da malha cicloviária - que tinha apenas seis km, para até 318,8 km - e a implantação do Superbus – ônibus que vão circular em corredores exclusivos, com aumento da eficiência operacional e racionalização do sistema.