A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba reuniu nesta terça-feira (5/12) cerca de 150 pessoas no seminário que marca os 30 anos do Sistema de Auditoria do SUS da capital paranaense. Responsável pelas autorizações de internações hospitalares (AIH) e autorizações de procedimentos de alto custo e complexidade (Apac), o setor ganhou maturidade com o passar dos anos e foi colocado à prova durante a pandemia de covid-19.
“Durante a pandemia, nosso sistema se mostrou maduro. Foi naquele período que conseguimos ter o censo diário dos leitos disponíveis em nossa cidade, que estão sob a gestão do setor de auditoria, e isso só foi possível porque foi construído e aperfeiçoado por 30 anos”, destacou a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
Segundo a secretária, o recurso informatizado do sistema de auditoria não são apenas números, mas sim pessoas que estão sendo atendidas no SUS Curitibano.
“É um sistema que hoje proporciona que a gente consiga acomodar as pessoas que nos procuram no melhor ponto de atenção para sua necessidade”, explicou, ressaltando que em tempos de Saúde 4.1, o importante é a qualidade e a humanização oferecidos à população de Curitiba.
A diretora do Centro de Controle, Avaliação e Auditoria da SMS, Jane Sescatto, coordenou as atividades do seminário com sua equipe e os profissionais convidados, entre gestores de serviços contratualizados de Curitiba e também representantes do Ministério da Saúde. Os quatro painéis de debates do evento puderam mostrar os desafios enfrentados desde o início do sistema de auditoria e o que a SMS projeta para o futuro.
“Nós trabalhamos desde o início com ações articuladas com todos os departamentos e com os prestadores com o foco principal no usuário, no paciente. É necessário manter essa sinergia e essa proatividade entre todos os envolvidos para podermos evoluir cada vez mais”, disse Jane Sescatto.
História
O sistema nasceu em abril de 1993, então nominado como Centro de Controle, Avaliação e Auditoria da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Na década de 1990, foi coordenado pela atual deputada estadual Márcia Huçulak, ex-secretária municipal da Saúde de Curitiba, que participou do evento e lembrou do início do sistema, que orgulha todos os envolvidos.
“Trata-se de um trabalho essencial para manter os serviços da rede, com controle dos recursos”, analisou Márcia Huçulak, que foi a primeira coordenadora do setor na SMS.
Ela agradeceu a oportunidade de rever pessoas de sua convivência por mais de 37 anos de atuação na saúde e falar sobre a história do sistema.
Conceito
A auditoria do SUS verifica a execução das ações e serviços prestados pelos hospitais e ambulatórios contratualizados no SUS, visando a conformidade e a regularidade das ações e serviços efetivamente realizados. Utiliza-se dos recursos tecnológicos como ferramentas de análise de dados e de indicadores de qualidade estabelecidos nos contratos assistenciais.
Realiza ainda a gestão do cadastro dos estabelecimentos de saúde SUS e não SUS, o monitoramento de mais de 100 contratos assistenciais e o processamento das faturas ambulatoriais e hospitalares.
A organização dos pontos de atenção à saúde no âmbito do SUS tem por objetivo ampliar e qualificar o acesso humanizado e o cuidado integral aos usuários do SUS. A auditoria tem papel fundamental neste processo, avaliando as ações com foco na correta aplicação dos recursos, na prestação de serviços e no impacto das ações de saúde no âmbito do SUS.
Números
O setor de auditoria é responsável pela emissão de cerca de 16 mil AIHs e em torno de 18 mil Apacs por mês – nas áreas da cardiologia, oncologia, nefrologia, litotripsia, oftalmologia, cirurgia bariátrica, atendimento ao médio e grande queimado, doenças raras, transplantes e reabilitação nas áreas física, auditiva e visual.
Segundo Jane Sescatto, o desafio de futuro é superar a fragmentação do cuidado no SUS.
"A auditoria tem papel fundamental no monitoramento dos contratos assistenciais com a rede prestadora de serviços de saúde, visando garantir a assistência integral ao usuário do SUS Curitibano", finalizou.
Gestores dos Hospitais Cajuru, Pequeno Príncipe e Erasto Gaertner participaram dos painéis presencialmente, abordando os avanços conquistados na área de assistência à saúde em Curitiba e a projeção de futuro. Já os representantes dos hospitais São Vicente, Santa Casa de Curitiba, Evangélico Mackenzie, Cruz Vermelha, Mater Dei e Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo enviaram vídeos parabenizando os 30 anos do sistema e sua importância no SUS Curitibano. Também participaram representantes da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas) e a equipe técnica da SMS.
"Foi um encontro que resgatou a história de um conjunto importante de profissionais e que também apontou caminhos para a melhoria do SUS Curitibano", definiu a secretária Beatriz Battistella.