A necessidade de mudança na postura de pedestres, ciclistas e motoristas foi o ponto em comum destacado por representantes de órgãos municipais, estaduais e federais na abertura da Semana Nacional do Trânsito no Paraná. A solenidade, nesta terça-feira (18/9), na sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), reuniu também parceiros da sociedade civil engajados em atividades e programas voltados para a segurança no trânsito.
“Nos próximos dias estaremos com equipes nas ruas para intensificar as atividades educativas que, por meio da nossa Escola Pública de Trânsito, planejamos e colocamos em prática ao longo de todo o ano”, afirma o secretário municipal da Defesa Social e Trânsito, Guilherme Rangel.
A superintendente de Trânsito, Rosangela Battistella, pediu mais respeito às vidas. “Precisamos deixar de lado a hipocrisia que tem na nossa sociedade quando o assunto é trânsito e fazer um apelo pela vida, reforçando, quantas vezes mais for preciso, condutas como não beber se for dirigir e respeito aos limites de velocidade e às placas de sinalização”, pontuou.
Ela levantou outro ponto para a discussão: o respeito do motorista à faixa de pedestres. “Infelizmente, diferente de tantas outras cidades, por aqui o curitibano não tem a cultura de dar preferência à pessoa que está tentando atravessar a rua”, argumentou.
Para o superintendente regional da PRF no Paraná, Adriano Furtado, é com investimento em educação que o Brasil obterá melhoras no comportamento do trânsito. “O grande esforço tem que ser em educação a médio e a longo prazo. É dessa maneira que perceberemos mudanças concretas, com reflexos e melhorias na segurança pública, com novas perspectivas e mais esperança”, defendeu.
Acidentes
Ao menos 16 acidentes são atendidos por dia pelo Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) em Curitiba. Desde janeiro, o órgão contabilizou 35 mortes no local das ocorrências, segundo informações do comandante do BPTran, tenente-coronel Naasom Polak. Ele foi outra autoridade a destacar a falta de respeito nas ruas. “O problema são as pessoas que se sentem donas do trânsito, sejam pedestres, ciclistas ou motoristas”, disse ele.
Anualmente, 40 mil brasileiros morrem vítimas de acidentes de trânsito. Curitiba integra o Projeto Vida no Trânsito (PVT), com a meta de reduzir em 50% o número de vítimas fatais até o ano de 2020, a partir de análise e cruzamento de dados, da implementação de melhorias viárias, de atividades educativas e de ações fiscalizatórias. Na cidade, o projeto é coordenado pelas secretarias municipais da Saúde e da Defesa Social e Trânsito.
De 2011 a 2017, Curitiba teve redução de 42,6% nas mortes por acidente de trânsito. A taxa de mortalidade caiu de 17,1 para cada 100 mil habitantes, em 2011, para 9,5, em 2017.
Veja as atividades programadas para os próximos dias na Semana Nacional do Trânsito em Curitiba.