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História

Seis lugares em Curitiba para conhecer um pouco do legado ervateiro na cidade

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. No local funcionou o Engenho de Secundino, de erva-mate Foto: Cido Marques

A Universidade Federal do Paraná, o Passeio Público e o Solar do Barão são alguns dos mais conhecidos patrimônios históricos e culturais que surgiram com o ciclo da erva-mate em Curitiba. Entre as metades dos séculos 19 e 20, a capital paranaense foi um dos maiores polos de produção e exportação do “ouro verde”, e as marcas desse pujante ciclo econômico estão em várias partes da arquitetura da capital.

Parte desse legado está reunida no Roteiro da Erva-Mate, elaborado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) especialmente para a Semana do Barão do Serro Azul, que terminou nessa sexta-feira (8/8). Figura central desse ciclo econômico, o político e empresário Ildefonso Pereira Correia foi o maior industrial do mundo no ramo ervateiro e o roteiro foi criado especialmente para as comemorações da semana do aniversário do Barão do Serro Azul, nascido no dia 6 de agosto de 1849. 

O itinerário do passeio promovido durante a semana contou com 14 locais históricos e atraiu grupos de estudantes e público inscrito, conduzidos pela equipe de pesquisadores da Ação Educativa da FCC. “O ciclo da erva-mate moldou Curitiba, foi um processo muito significativo para chegarmos onde estamos hoje. Ela tem uma forte conexão com o nosso presente”, destaca Hugo Moura Tavares, pesquisador da FCC.

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O empreendedor Conrado Severo participou do roteiro. “Como atuo nesse ramo, participo de toda iniciativa que aborda a erva-mate”, afirma. O passeio também atraiu admiradores da planta, como a psicóloga catarinense Eduarda Thomazi. “A erva-mate é uma lente para compreender a cidade e lugares por onde circulo”, disse ela.

Desenvolvimento urbano

Por conta da estruturação da indústria mateira, a capital passou por período de grande desenvolvimento, com diversos avanços tecnológicos como a implementação de bondes, energia elétrica e até o surgimento da Universidade Federal do Paraná é atribuída ao ciclo ervateiro na capital paranaense.

Até metade do século passado, existiam em Curitiba cerca de 40 engenhos em funcionamento, de acordo com os pesquisadores da Fundação Cultural de Curitiba. Alguns resquícios dessa arquitetura ainda estão presentes na cidade, incorporadas a outros usos.

Famílias ervateiras

Além do Barão do Serro Azul, várias outras famílias curitibanas fizeram história a partir do mate: Fontana, Leão, Correia, Veiga, Miró e Macedo são alguns exemplos de sobrenomes ligados à erva-mate.  

Alto da Glória e Batel são os bairros onde estes industriais estabeleceram seus negócios e suas belas residências. Algumas marcas dessas passagens podem ser vistas até hoje nessas regiões.

O roteiro da erva-mate tem 14 locais em diferentes regiões da capital paranaense: Capela da Glória, Palacete Bernardo da Veiga, Palacete Leão Junior, Portal da Mansão das Rosas, Passeio Público, Universidade Federal do Paraná, Solar do Barão, Sobrado Manoel Miró, Palacete Ascânio Miró, Portal da Fábrica Santa Graça, Antiga Estação Ferroviária, Palácio São Francisco, Engenho Fontana e Engenho Secundino.

Conheça seis endereços ligados ao ciclo da erva-mate em Curitiba




Capela da Glória



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A Capela da Glória foi inaugurada em 1896. Construída por Maria Dolores Leão em memória de seu esposo falecido, Comendador Francisco Fasce Fontana. Cada umas das estátuas nos altares homenageia um membro da família Fontana, Leão e Veiga, e também o Barão do Serro Azul. 

Mansão das Rosas



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Quem desce pela Avenida João Gualberto em direção ao Centro pode notar um portal na frente de um edifício residencial, quase em frente ao Colégio Estadual do Paraná. O portal foi tudo que restou da Mansão das Rosas, um casarão de um dos barões curitibanos do mate.

A história Mansão das Rosas está ligada com a origem do bairro Alto da Glória. Ela ficava no terreno do antigo Engenho da Glória, e ganhou esse nome após ser reformada em 1880 para ser a residência do casal Francisco Fasce Fontana e Maria Dolores Leão. A construção original de 1834 ganhou influência da arquitetura toscana, cercada por belos jardins. Após sua demolição em 1975, foi mantido apenas o portal toscano.

Portal Fábrica Santa Graça

O Portal da Fábrica Santa Graça é o resquício da entrada de um dos maiores engenhos de erva-mate que já existiu em Curitiba, em 1894. O portal se encontra ao lado do restaurante Kharina Batel, mantendo um ar histórico em um bairro moderno.

Sobrado Manoel Miró

A Rua Comendador Araújo recebeu muita influência do ciclo da erva-mate. Engenhos, residências e comércios foram erguidos nessa parte da cidade. Um dos maiores destaques é o sobrado Manoel Miró, monumento que se transformou no Shopping Omar.  Alguns dos principais motivos para a região ter sido ocupada são o seu terreno plano e a proximidade com as saídas da cidade, por meio de rodovias.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Onde hoje é localizada a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Rebouças, se localizava o Engenho Secundino, porém, devido às diversas reformas, nenhum vestígio da antiga oficina existe. O engenho foi posicionado na Avenida Sete de Setembro devido à proximidade com a Estação Ferroviária, onde hoje se encontra o Shopping Estação.

Instituto Federal do Paraná 

Outra instituição federal de ensino que se estabeleceu sobre um engenho é o Instituto Federal do Paraná, localizado na Rua João Negrão, 1285. O Engenho Fontana se manteve em atividade até o início dos anos 2000, quando foi substituído pelo instituto. Documentos que tratam sobre sua fundação foram descobertos recentemente e o IFPR está comprometido com a preservação dos arquivos e do local.