A secretária Municipal da Educação, Liliane Sabbag, e a secretária Municipal de Recursos Humanos, Maria do Carmo Aparecida de Oliveira, abriram nesta segunda-feira (18), no Salão de Atos do Parque Barigui, as atividades do programa Saúde Vocal.
Desde que foi criado, em 1997, o programa registrou 28 mil atendimentos e reduziu a menos de 1% o afastamento definitivo do trabalho de profissionais da educação por problemas na voz.
"Ações como esta são fundamentais para a qualidade de vida do servidor da educação", disse Liliane. "Sabemos o quanto a voz é importante como instrumento para se transmitir ideias e conteúdos em sala de aula e realizar um trabalho de qualidade com nossas crianças e adolescentes".
Neste ano, todos os equipamentos da Secretaria Municipal da Educação serão avaliados e terão mapas de risco, os profissionais da Prefeitura terão o exame médico periódico atualizado, haverá maior vigilância nas comorbidades e um monitoramento estreito de todos os servidores em tratamento.
O encontro no Barigui reuniu pedagogas das creches e escolas municipais, o diretor do Departamento de Saúde Ocupacional da secretaria de Recursos Humanos, Paulo Sérgio de Albuquerque Coelho, e o chefe do Núcleo de Recursos Humanos da Educação, Reginaldo Luiz Barbosa. Os participantes assistiram à palestra do fonoaudiólogo Francisco Pletsch, especialista em voz.
A secretária de Recursos Humanos ressaltou que o programa oferece ações de prevenção, reeducação, tratamento e recuperação das patologias vocais de professores, educadores e telefonistas. "Por isso é um sucesso, pensamos no começo, meio e fim para garantir mais qualidade de vida ao servidor", disse Maria do Carmo.
Mais saúde - O programa Saúde Vocal é desenvolvido pelas secretarias municipais da Educação e de Recursos Humanos em parceria com o Instituto Curitiba Saúde e dedicado especialmente a funcionários públicos municipais cuja voz é o principal instrumento de trabalho, como os professores e educadores, telefonistas.
O programa utiliza sofisticados aparelhos de audiometria e faz avaliações, abordagens médicas, exames, tratamentos em fonoaudiologia e otorrinolaringologia. Também identifica pacientes com alterações emocionais que possam provocar distúrbios vocais.
Os principais sintomas do paciente com problemas são falhas na voz no fim do dia ou da semana, cansaço e esforço ao falar, rouquidão, pigarro, voz mais grave e perda nos tons agudos (dificuldade em cantar), ardência ou secura na garganta, dor ao falar, sensação de garganta raspando, falta de volume e projeção e pouca resistência ao falar.
Continuar a forçar a voz pode provocar afonia (perda da voz) e obrigar o profissional a encerrar a carreira, por isso é importante ficar atento e procurar tratamento, que inclui sessões de fonoterapia e exames como laringoscopia e audiometria.
A cada dois anos, o profissional repete todos os exames e, se constatado algum problema, volta para o programa.
Cuidados para manter uma boa voz:
- Beba muita água (sete a oito copos por dia), pois a hidratação das pregas vocais permite que elas vibrem livremente.
- Não fume, o cigarro provoca tosse, pigarro, irritação, aumento de secreção e infecções, que são fatores de agressão às pregas vocais.
- Evite derivados de leite, chocolate e alimentos de difícil digestão antes e durante o uso da voz.
- Procure não ingerir bebidas alcoólicas, sobretudo destiladas como pinga, conhaque, vodca. Assim como o fumo, elas agridem as cordas vocais.
- Evite hábitos orais inadequados: gritar, pigarrear, tossir constantemente, rir ou falar alto.
- Não sussurre, porque ao contrário do que pode parecer, o esforço do aparelho fonador para sussurrar é maior e mais desgastante do que para se falar normalmente.
- Ambientes com ar condicionado devem ser evitados, pois esse aparelho causa ressecamento ao trato vocal.
- Evite o uso de roupas apertadas que atrapalham a respiração, pois uma alteração na respiração leva a uma alteração vocal.
- Prefira uma alimentação leve e rica em fibras a alimentos pesados.
- Faça gargarejo suave, com água morna e uma pitadinha de sal, pois isto ajudará na hidratação da região da garganta.
- Fique atento para os ruídos da sala, tais como os de ventilador, retroprojetor ou projetor de slides, ou mesmo dos alunos. Procure não competir com o ruído externo e usar microfone se necessário.
- Lembre-se que falar seguidamente durante muito tempo pode levar a uma fadiga muscular; alterne assim períodos de explanação com outras atividades.
- Preste atenção na forma como apaga a lousa; evitando movimentos bruscos e de limpeza do apagador, principalmente os alérgicos; às vezes um pano ligeiramente úmido pode resolver esse problema.
- Enquanto estiver falando, mantenha a postura do corpo ereta e o ângulo de 90º entre o queixo e o pescoço para que a voz se projete livremente.
- Lembre-se de que essas dicas são preventivas. Caso você apresente rouquidão ou perda de voz há mais de duas semanas, procure um fonoaudiólogo para uma avaliação e orientação.