A Secretaria Municipal de Saúde iniciou, nesta segunda-feira (22), uma campanha de conscientização sobre os riscos das hepatites virais. Durante toda a semana, uma equipe da Secretaria está na sede do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) realizando testes rápidos para detectar as hepatites B e C e sífilis, além de intensificar o trabalho de orientação nas unidades de saúde. O Sinduscon entrou como parceiro na campanha para ajudar na promoção da saúde dos trabalhadores da construção civil.
A campanha marca a Semana Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que acontece até domingo (28). As hepatites são doenças graves que afetam o fígado e se desenvolvem sem que os portadores percebam, podendo evoluir para cirrose ou câncer de fígado. Desde 2003, foram confirmados em Curitiba 1.587 casos de hepatite A, 1.848 de hepatite B e 2.802 de hepatite C.
De acordo com o diretor de Epidemiologia da Secretaria, Moacir Pires Ramos, até o início deste ano a vacina contra o tipo B era destinada à população com até 29 anos. Este ano a idade limite aumentou para 49 anos. “Em abril, uma portaria do Ministério ampliou o público alvo, já que a hepatite B é transmissível por transfusão de sangue e relações sexuais”, explicou.
Ramos explica que são necessárias três doses da vacina para que o organismo fique protegido contra a doença. Em Curitiba, no ano passado, foram aplicadas na rede municipal de saúde cerca de 10,5 mil doses mensais de vacina contra a hepatite B, realizados cerca de 3,7 mil exames mensais para diagnóstico de hepatite B e 1,1 mil para hepatite C. Os dois tipos são transmitidos pelo sangue e pelas secreções contaminadas, enquanto a hepatite A está relacionada à higiene deficiente. O consumo de água e alimentos contaminados e a precária higiene pessoal são comportamentos facilitadores. Ainda não há vacina para o tipo C e a rede pública de saúde não oferta vacina para o tipo A da doença.
Campanha
O carpinteiro Cristiano dos Santos estava esperando para realizar o seu exame admissional no Sinduscon quando soube da realização do exame para detectar a hepatite. “Tudo que é relacionado a saúde é válido. Como a hepatite é uma doença que não aparece, demora para dar os primeiros sinais é importante fazer o exame. Vou contar para os meus colegas e incentivar que façam o exame e se previnam”, disse.
“Vim fazer o exame para prevenção. Tomei a primeira dose da vacina e agora é só tomar as outras duas e ficar imunizado”, contou José da Silva, que trabalha há 22 anos na construção civil.
O diretor de Epidemiologia ressalta que nos casos em que o vírus for detectado, o trabalhador será encaminhado para as unidades de saúde para realizar os exames complementares.