Representantes de 30 cidades brasileiras, argentinas e mexicanas conheceram, nesta quinta-feira (7/8), o programa FAS para Elas, desenvolvido pela Prefeitura de Curitiba por meio da Fundação de Ação Social (FAS). A apresentação aconteceu durante o encontro on-line Diálogo Educador, promovido pela Associação Internacional de Cidades Educadoras da América Latina, com o tema “Experiências de capacitação e apoio para a inclusão e o empoderamento das mulheres”.
O evento teve como objetivo promover a troca de experiências a partir da apresentação de projetos desenvolvidos em três cidades latino-americanas que possuem políticas públicas para fortalecer a autonomia de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Além de Curitiba, apresentaram suas experiências as cidades de Villa Carlos Paz, na Argentina, com o projeto Trama Emprendedora VCP, e Morelia, no México, com a experiência Morelia Emprende.
Durante a apresentação, a diretora de Proteção Social Básica da FAS, Cintia Aumann, explicou como o FAS para Elas tem contribuído para a transformação da vida de mulheres curitibanas. O programa foi pensando em 2020, ainda durante a pandemia da covid-19, diante da constatação da necessidade de um trabalho mais efetivo com esse público. Em 2021, a iniciativa se consolidou e passou a ser desenvolvida nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Curitiba. Ela é voltada para mulheres com até 59 anos, prioritariamente beneficiárias do Programa Bolsa Família.
“O programa foi pensado como uma trilha de transformação, com início, meio e fim, como uma viagem. Por isso, entregamos às participantes uma maleta de madeira, que simboliza as bagagens que carregam e as que ainda vão conquistar”, explicou Cintia.
Resultados
A metodologia de atendimento do FAS para Elas é dividida em três meses e abrange etapas que trabalham a autoestima, as relações familiares e comunitárias e, por fim, a inserção no mundo do trabalho. As mulheres são indicadas pelas equipes técnicas dos Cras e recebem, ao final, encaminhamento para cursos de qualificação profissional de acordo com seu perfil.
Desde sua criação, o programa já atendeu 293 mulheres. Os resultados apontam que 13% delas ingressaram no mercado formal de trabalho, 33% se tornaram empreendedoras e 90% relataram melhora significativa na autoestima.
Relançado em março deste ano com novas diretrizes da atual gestão, o programa tem a meta de triplicar o número de beneficiárias até 2028, alcançando pelo menos 900 mulheres em Curitiba.
Entre os principais desafios identificados estão a baixa escolaridade, a falta de redes de apoio, especialmente para mães solo e a dependência de programas de transferência de renda. Para enfrentá-los, o programa aposta na capacitação das equipes, no fortalecimento das redes intersetoriais e no estímulo ao protagonismo das mulheres.
“Cada mulher tem sua história, seu momento, seu ritmo. Nosso papel é oferecer as condições para que ela esteja no controle da própria vida e dos seus sonhos”, destacou Cintia.
Experiências importantes
O encontro foi mediado pela psicóloga Adriana Gerbaudo, da Secretaria de Igualdade, Gênero e Direitos Humanos da Prefeitura de Rosário, na Argentina, que destacou a importância da articulação em rede para lidar com a vulnerabilidade social e a violência.
Laura Alfonso, diretora-geral da Delegação de Cidades Educadoras para a América Latina, elogiou as experiências compartilhadas durante o encontro. “É muito importante essa troca entre cidades com realidades e culturas diferentes. Ver equipes comprometidas em transformar suas comunidades é inspirador”, afirmou.
Participação
Também participaram do diálogo Nuria Hernández Abarca, secretária da Mulher Moreliana para a Igualdade Substantiva da Prefeitura de Morelia, no México, e Soledad Grifone, coordenadora da Casa da Mulher, da Prefeitura de Villa Carlos Paz, na Argentina.
Curitiba integra oficialmente o seleto grupo de Cidades Educadoras desde 2019.