Estudantes do Colégio Estadual Hildebrando de Araújo tiveram uma tarde diferente nesta terça-feira (26/10). Acostumados a ouvir músicos e ritmos populares, eles foram até o auditório da Administração Regional do Cajuru para apreciar o recital Composições Paranaenses: a Música Pede Passagem, com instrumentistas da Camerata Antiqua de Curitiba e ex-integrantes da Orquestra Sinfônica do Paraná. O objetivo do espetáculo é a divulgação da música erudita e a formação de plateia no segmento.
O concerto é um projeto financiado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, da Fundação Cultural e da Prefeitura de Curitiba, e apoio do Colégio Positivo. Durante aproximadamente 1 hora, foram apresentadas obras dos paranaenses Bento Mossurunga (1879-1970), Henrique de Curitiba (1934-2008) e Alceo Bocchino (1918-2013) – compositores que não costumam frequentar a playlist dos adolescentes.
Surpresa boa no meio da tarde
“Achei que eu ia ficar entediado, mas gostei muito. Lembra música de filme antigo da Disney”, disse Jackson Martins. A colega Rafaela Sottomaior foi atraída pela postura cênica dos instrumentistas e da cantora lírica Luciana Melamed. “Eles passam muita emoção”, avaliou Rafaela. Eles nunca haviam estado em um recital e pretendem repetir a experiência.
“É isso que nos estimula: saber que essa primeira experiência pode ser a porta de entrada para a plateia ou mesmo a cena da música erudita”, disse o diretor artístico do espetáculo e violinista Vitor Andrade.
Jackson e Rafaela fazem parte das turmas de 8º e 9º do colégio que estiveram na atividade supervisionada por professores e não estavam sozinhos no auditório, que teve sua capacidade reduzida de 150 para 76 lugares por causa das medidas sanitárias de enfrentamento ao novo coronavírus.
Adultos também aplaudiram
Lá estava também o casal Anita e Cláudio Ansginski, que mora perto da Rua da Cidadania e ficou sabendo do espetáculo pela televisão.
“Vimos a chamada na semana passada pela tevê e não podíamos perder. Estamos muito carentes de coisas boas e bonitas”, justificou Anita.
As colegas de trabalho Marisa Souza Barros e Maria Luiza dos Santos não puderam permanecer durante todo o recital, mas saíram elogiando o que deu tempo de ouvir. “Temos que cumprir horário. Do contrário ficaríamos para ouvir mais essa música, mais sofisticada do que a gente escuta todo dia. Isso estimula a imaginação e relaxa”, opinou Marisa, que é supervisora de limpeza na Rua da Cidadania.
Também na plateia, entre surpreso e emocionado, estava o advogado Márcio Mossurunga. Ele é sobrinho-neto do maestro e compositor que teve peças executadas no concerto e a quem viu apenas duas vezes na vida. “Ele foi um grande músico, um talento que precisa ser divulgado como está se fazendo nesse projeto”, observou.
Este foi o quarto concerto da etapa inicial do projeto, que já passou pelas Ruas da Cidadania do Boqueirão, da Fazendinha e da Matriz. Até o dia 30/11 será levado a mais seis locais (veja abaixo). Depois dessa data, o espetáculo será levado a instituições de longa permanência.
Próximas apresentações
28/10 – Rua da Cidadania do Pinheirinho, às 15h
09/11 – Rua da Cidadania do Boa Vista, às 16h
11/11 – Rua da Cidadania do Bairro Novo, às 15h
16/11 – Rua da Cidadania do Tatuquara, às 15h. (Aniversário da Regional)
23/11 – Rua da Cidadania do CIC, às 16h
30/11 – Oratório de Bach (Bosque Alemão), às 16h