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Janela Periférica

Projeto apoiado por edital da FCC leva crianças do Caximba para trás das câmeras

Projeto apoiado por edital da FCC leva crianças do Caximba para trás das câmeras. Curitiba, 06/11/2025. Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Com gravadores e câmeras em mãos, cerca de dez crianças do Caximba decobriram um novo mundo: o do cinema documental. A experiência faz parte do projeto Janela Periférica, apoiado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) por meio do edital Aldir Blanc.

Durante uma das atividades, Ana Júlia de Andrade, de 9 anos, grava um vídeo com a ajuda de uma amiga e compartilha suas impressões sobre o bairro onde vive. Em frente à câmera, ela lança uma pergunta aos vizinhos de regional: “E aí na CIC? Como é? É legal também?”

A iniciativa une arte e educação, utilizando o cinema como ferramenta pedagógica para que as crianças contem suas próprias histórias e apresentem o universo em que vivem.

A criadora e coordenadora do projeto, Priscila Pacheco, se inspirou em sua própria trajetória para desenvolver a ideia. “Eu cresci em uma região periférica e me tornei mãe ainda na adolescência. Na época, tive contato com um projeto de cinema como esse, e foi determinante para minha carreira”, contou.

Atualmente jornalista com especialização em cinema, Priscila destaca a importância dos editais de fomento. “Com o financiamento, criamos iniciativas que movimentam a economia criativa e, além disso, trabalham com questões sociais, educação e saúde”, afirmou.

Pela cidade

O Janela Periférica está sendo desenvolvido em três regiões de Curitiba. Primeiro, no Pinheirinho, atuou com crianças do projeto Construindo Futuros, depois, no Caximba, com a Associação Biblioteca Amigos do Caximba e entre 10 e 12 deste mês, estará na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), no Centro de Integração Social Divina Misericórdia.

A pergunta de Ana Júlia para os colegas da CIC é uma das ações do projeto, que promove a troca entre os grupos por meio de vídeo-cartas, material que integrará o documentário final.

A presidente da Associação Biblioteca Amigos do Caximba, Edilaine Aparecida de Lima, conta que a iniciativa se encaixou perfeitamente nas atividades com as crianças. “A gente trabalha bastante a contação de histórias com eles, então isso reforça de maneira muito positiva. Mas, além da educação e da cultura, o projeto aproxima as crianças do mundo do cinema, que normalmente é de mais difícil acesso para elas”, destacou.


Ponto de vista

Anderson Júnior Marques Rosa de Souza Lima, de 11 anos, é uma das crianças atendidas pela associação que participou do projeto e conta que a experiência foi marcante. “Eu nunca tinha feito algo assim. Gostei muito de aprender a tirar fotos e a gravar”, disse.

As fotografias também encantaram Ana Júlia, que sonha em ser fotógrafa quando crescer. “Eu gostei que é a gente que tá fazendo, filmando, contando a nossa história. Eu me sinto eu mesma!”, afirmou.

A coordenadora Priscila explica que essa é justamente a proposta do projeto, que trabalha com o conceito de cartografias sociais, a criação de mapas afetivos feitos pelas próprias crianças, mostrando como veem o território onde vivem. “Esses mapas servem como roteiros para as gravações, destacando o que as crianças consideram mais importante. Além disso, o filme é gravado em primeira pessoa, para revelar o ponto de vista delas”, detalhou.

Com o fim das gravações, a equipe do projeto fará a edição e montagem do documentário, que será exibido em 12 de dezembro, na Cinemateca de Curitiba.