Crianças em tratamento de saúde podem receber atendimento de escolarização feito por professores da rede municipal de ensino em alguns hospitais e em suas residências. Somente neste ano foram mais de mil atendimentos dentro do Programa de Escolarização Hospitalar (PEH) e Atendimento Pedagógico Domiciliar (APD), desenvolvidos pela Coordenadoria de Atendimento às Necessidades Especiais da Secretaria Municipal da Educação. Resultados do programa foram apresentados nesta sexta-feira (19) durante o 1.º Encontro Curitibano de Atendimento Pedagógico ao Estudante Hospitalizado ou em Tratamento de Saúde, realizado no Centro de Formação Continuada, da Secretaria Municipal da Educação.
Uma das professoras integradas ao programa é Zulmira Alves, que trabalha com crianças em tratamento de neoplasia na Associação de Apoio a Criança com Neoplasia (APACN). Para ela, a formação continuada do profissional que desenvolve as atividades do programa é fundamental. “Recebemos formação e aperfeiçoamento nos cursos ofertados pela Secretaria Municipal da Educação e temos a parceria de profissionais especializados, como enfermeiros, psicólogos e médicos o que nos capacita para estarmos preparados para fazer da educação uma ação multifuncional neste contexto”, diz Zulmira.
As atividades do programa são desenvolvidas por 20 professores da Rede Municipal de Ensino dentro dos hospitais Pequeno Príncipe, Erasto Gaertner, Hospital de Clínicas do Paraná e APACN.
A escolarização no espaço hospitalar ajuda a criança a compreender o cotidiano hospitalar com conforto emocional, recebendo continuidade especializada no processo de ensino. Já o Atendimento Pedagógico Domiciliar os estudantes afastados de suas atividades escolares por motivo de saúde e com indicação médica de afastamento de no mínimo 30 dias consecutivos recebem os profissionais para dar continuidade a seus estudos.
“O objetivo é que os alunos possam continuar o processo de escolarização e voltem ao ambiente escolar sem perdas de conteúdo curricular. O acompanhamento dos alunos é feito por um professor que além do comprometimento pedagógico manifesta carinho e alegria potencializando a prática de ensinar e aprender”, explica a Secretária Municipal da Educação Roberlayne Borges Roballo.
A professora Neuseli do Rocio B. Lipinski, que atende no programa na APACN, conheceu o programa no hospital Erasto Gaertner, durante o tratamento de saúde de um parente e se apaixonou pela proposta. “Formação, compromisso e responsabilidade com desafios, são instrumentos fundamentais para a realização das práticas de ensino neste trabalho”, disse a professora durante o encontro.
Para Neuseli o maior desafio do trabalho de escolarizar crianças e adolescentes em tratamento de saúde é aprende a conviver com a perda. “Já passei por muitas situações em que precisei silenciar o luto e dar continuidade ao trabalho porque quem acredita na educação, acredita que ela vai transformar vidas”.
A professora Claudia Lopes da Silva presta atendimento domiciliar a cinco estudantes, na regional do Boqueirão, e considera essencial a prática mediada pela Secretaria Municipal da Educação. “Primeiro você se coloca no lugar do aluno em tratamento de saúde para poder observar, sentir e criar sua proposta de trabalho, de maneira a unir prática pedagógica e sensibilidade para as possibilidades de aprendizagem salientadas nesta situação”, diz Claudia.
Participaram do evento a coordenadora da Coordenadoria de Atendimento às Necessidades Especiais (CANE), Elda Bissi, a responsável pelo Programa de Escolarização Hospitalar, na Secretaria Municipal da Educação, Viviane Pereira Maito, e a coordenadora do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado (SAREH), Taís Gama.