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Livro sobre morte

Professora empolga jovens leitores ao explorar tema inusitado

Alunos da Escola Municipal Itacelina Bittencourt, participam como ilustradores em reprodução do livro Contos de Morte Morrida, de Ernani Ssó, em atividade de português. Na foto, a professora Juliana Ramos Veiga com os alunos. Curitiba, 10/08/2017. Foto: Pedro Ribas/SMCS

Elaborar ideias sobre um tema evitado pela maioria dos adultos – a morte – foi o objetivo da atividade realizada com estudantes do 5º ano da Escola Municipal Itacelina Bittencourt por meio da leitura de Contos de Morte Morrida, de Ernani Ssó, publicado pela editora Companhia das Letrinhas.

O tema, inusitado, foi levado para a sala de aula no primeiro semestre, aos poucos, pela professora Juliana Ramos Veiga. A atividade despertou tanto o interesse da garotada que, além de inibir as corriqueiras faltas às aulas, resultou na elaboração de um livro maior e totalmente ilustrado pelos leitores.

A ideia foi sugerida em um dos cursos de Língua Portuguesa oferecidos aos professores pela Secretaria Municipal da Educação. Juliana achou que iria prender a atenção da garotada e planejou a apresentação do tema, em março, quando ela começou a antecipar o tema da atividade. “Tem muito a ver com os enredos dos filmes e das músicas que eles gostam, o que explica o interesse pelo livro”, observa a educadora.

O artifício usado para atrair a plateia inquieta foi uma chamativa urna vermelha – nada mais que uma caixa de papelão encapada - em que foram depositados quatro envelopes também coloridos. Em cada um deles, Juliana colocou um papelzinho com uma pista sobre o misterioso assunto. Ocupados em descobrir, todos levaram as perguntas para pais, avós e tios responderem.

Se os estudantes ficaram entusiasmados com o suspense, mergulharam de cabeça no projeto assim que tiveram a certeza do assunto: a morte, lugar comum nos filmes a que gostam de assistir, mas apresentada de forma lúdica e até bem-humorada por meio do livro escolhido. Na obra, a morte aparece como personagem que interage com os demais e faz os leitores pensarem sobre a finitude da vida.

Além de lerem e discutirem a trama de cada texto, os estudantes aceitaram outro desafio lançado por Juliana: acrescentar novas ilustrações aos “contos” por meio da confecção de um novo livro, colorido, maior e com a participação alegre de todos os 35 alunos da turma. O resultado é exibido com orgulho por todos, que fazem questão de identificar a sua participação, já que os créditos para os envolvidos aparecem apenas no final da edição artesanal.

Preparo para a Prova Brasil

Empolgados com a criação coletiva, muitos se animaram a buscar outros títulos na biblioteca da escola. É o caso de Cristina de Jesus, que está lendo Histórias da Carolina, de Ziraldo, e Isaque Conceição Nunes de Oliveira, que acaba de retirar um dos volumes do Querido Diário Otário, de Jim Benton. “Isso é especialmente importante nesse ano em que teremos a Prova Brasil”, observa a professora, sobre a avaliação do Ministério da Educação sobre a primeira fase do Ensino Fundamental.

A Prova Brasil avalia os conhecimentos em Língua Portuguesa e Matemática, ao fim de um ciclo escolar. Os estudantes respondem a questões de Língua Portuguesa, com foco em leitura, e Matemática, com foco na resolução de problemas.

A prova será em novembro e os 70 estudantes da Escola Itacelina Bittencourt que responderão às questões estão às voltas com os testes simulados. “O interesse pela leitura, pela pesquisa e pela oratória que eles exercitam sem perceber é fundamental para que tenhamos um resultado melhor que o de dois anos atrás”, completa Juliana. Em 2015, a instituição atingiu a pontuação 5,4 no Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, com 202,76 de proficiência em Língua Portuguesa e 206,02 em Matemática. Dez anos antes, o Ideb local era bem menor: 3,0. De lá para cá, só melhorou.