Aproximar o planejamento da realidade dos habitantes dos 75 bairros de Curitiba de forma que as demandas locais estejam alinhadas ao plano de desenvolvimento proposto para a cidade. Esta é a tarefa definida pelo prefeito Rafael Greca e anunciada em reunião no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), nesta quinta-feira (19), com os administradores regionais e diretores do Ippuc para a apresentação do plano de trabalho de planejamento regional.
“Vamos oferecer um escritório de planejamento a cada uma das regionais. Cada quadrante de Curitiba terá um escritório de projetos dentro do Ippuc. A ideia é que a cidade seja mais forte que as dificuldades pela via da inteligência”, afirmou o prefeito ao inaugurar seu gabinete de trabalho dentro do Ippuc.
Engenheiro e Urbanista de carreira do Ippuc, Greca considera que a criatividade será determinante para vencer as dificuldades econômicas deste primeiro ano de gestão. “Tenho a certeza de que será um ano muito feliz, porque vai ser um ano baseado na criação. E quem cria, nasce duas vezes”, disse o prefeito, que estabeleceu como rotina despachar ao menos duas vezes por semana no gabinete do Ippuc, para acompanhar o andamento dos projetos para cidade.
O presidente do Ippuc, Reginaldo Reinert, abriu a apresentação do plano de trabalho com enfoque no planejamento regional. “O Ippuc começa a trabalhar de maneira integrada às regionais. Quase que a totalidade das decisões de investimentos na cidade são viabilizados por projetos que passam por aqui. E é uma lógica que o instituto atue também na ponta”, disse Reinert.
O supervisor de Informações do Ippuc, Oscar Schmeiske, e o coordenador da revisão do Plano Diretor, Miguel Roguski, apresentaram as linhas gerais da união entre o macro e o microplanejamento ao prefeito, ao coordenador do Departamento de Regionais da Secretaria de Governo, José Dirceu de Matos, e aos administradores das dez regionais de Curitiba: Guacira Camargo, da Matriz; Ricardo Dias, do Boqueirão; Márcio Nunes, do Cajuru; Janaína Gehr, do Boa Vista; Simone Chagas, de Santa Felicidade; Gerson Gunha, do Portão; João Simões Cordeiro, do Pinheirinho; Fernando Werneck, do Bairro Novo; Raphael Assahida, da CIC; e Jadir de Lima, do Tatuquara.
O alinhamento dos processos e ações que envolvem o micro e o macroplanejamento se dará com base no que está previsto no Plano Diretor da cidade (revisado em 2014, conforme determina o Estatuto das Cidades). São ferramentas neste cenário a Lei de Zoneamento e Uso do Solo, que será alinhada ao plano de governo, bem como os planos setoriais e planos regionais, que serão elaborados a partir dos indicadores e diagnósticos locais, já mapeados no processo de revisão do Plano Diretor.
Novo desenho
No macroplanejamento, uma das ações será a da indução do desenvolvimento, no sentido Oeste-Leste de Curitiba, das vias conectoras ainda não consolidadas. Este processo será feito dentro dos moldes da base do planejamento da cidade, que prevê a integração do tripé Uso do Solo, Sistema Viário e Sistema de Transporte.
“No novo desenho proposto no Plano Diretor, as conectoras foram alongadas ao Leste seguindo o conceito do sistema trinário, com transporte circulando por pistas exclusivas, margeadas por pistas lentas e ladeadas por vias rápidas em sentidos opostos, porém com menor densidade (altura de construções) que das estruturais já existentes”, explicou o arquiteto Miguel Roguski. “Essas novas ligações, que irão cruzar as estruturais Norte-Sul, Linha Verde e Boqueirão em vários pontos, vão viabilizar uma nova infraestrutura de transporte dentro da lógica de deslocamentos integrados.”
Gabinete do planejamento
O gabinete de Rafael Greca no Ippuc, onde o prefeito irá semanalmente analisar os projetos propostos para a cidade, fica na casa de madeira em estilo polonês construída no início da década de 1980.
O imóvel foi idealizado na época para abrigar o antigo o antigo Instituto de Tecnologia Aplicada ao Homem (Itah). A casa tem cerca de 93 m², é praticamente toda de madeira, e foi projetada por arquitetos do Ippuc como uma réplica fiel de uma habitação polonesa, com os tradicionais lambrequins que rodeiam o beiral.
“A presença do prefeito no Ippuc significa o respeito à qualidade técnica do seu corpo funcional. Minha casa dentro do Ippuc, de tábuas e ripas, com varandas de lambrequins, uma casa histórica, representa que a cidade para ser moderna precisa aprender a ser eterna. O Ippuc é este símbolo tão forte que o Brasil inteiro inveja e que na minha gestão volta a ter toda a importância”, disse o prefeito.
Mutirão de inteligência
Greca ainda destacou o novo núcleo de experiência que integra o corpo de trabalho do Ippuc formado por ex-presidentes e técnicos do instituto. “A presença de vários ex-presidentes na equipe de planejamento significa um mutirão de inteligência a favor de Curitiba. Estou muito honrado que Lubomir Ficinski tenha aceito voltar, bem como o Mauro Magnabosco, o Lauro Tomizawa, o Ricardo Bindo, a Rosane Valduga, entre outros. Todos que quiserem voltar para contribuir com a cidade serão sempre bem-vindos”, disse Greca. “Também estão sendo agregados jovens arquitetos e engenheiros para formar uma nova geração de pessoas capazes de pensar o futuro da cidade.”