Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Contas no azul

Prefeitura de Curitiba fecha 2º quadrimestre com superávit de R$ 775 milhões e reforça equilíbrio fiscal

Secretário de Planejamento, Finanças e Orçamento, Vitor Puppi, apresenta os resultados fiscais do segundo quadrimestre na Câmara Municipal. Curitiba, 29/09/2025. Foto: Isabella Mayer/SECOM

A Prefeitura apresentou, nesta segunda-feira (29/9), os resultados financeiros do segundo quadrimestre de 2025 na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O secretário de Planejamento Finanças e Orçamento, Vitor Puppi, fez um balanço dos primeiros oito meses do ano e ressaltou o aumento das receitas totais de 4%, para R$ 9,45 bilhões, e a redução de 9,54% das despesas totais, para R$ 7,77 bilhões. A capital fechou o período com as contas no azul e com superávit primário de R$ 775 milhões.

“As contas do segundo quadrimestre mostram já o início das nossas ações nesse primeiro ano de mandato do prefeito Eduardo Pimentel. Conseguimos segurar as despesas de custeio enquanto as nossas receitas tiveram um incremento importante. Tivemos um aumento significativo na receita do Imposto sobre Serviços (ISS), que é a principal fonte de arrecadação da cidade, e isso nos garante um bom patamar de equilíbrio fiscal”, disse o secretário.

Nota A+

Durante a audiência, Puppi  lembrou a nota A+ em Capacidade de Pagamento (Capag) que a Prefeitura de Curitiba recebeu no último dia 15 de setembro do Tesouro Nacional, em Brasília. Esse reconhecimento é dado a cidades que cuidam bem do dinheiro público, gastam com responsabilidade e mantêm as contas em dia. 

Um dos principais indicadores financeiros dos entes da federação, a nota reflete a situação fiscal sob o ponto de vista de endividamento, poupança corrente e liquidez. Apenas outras sete capitais conseguiram a nota A do Tesouro Nacional.  

Com a nota A+, Curitiba tem o aval da União em financiamentos, pode conseguir empréstimos com juros mais baixos, fazer parcerias com o governo federal e com bancos internacionais — o que ajuda a trazer mais dinheiro para todas as áreas, da saúde à educação, do transporte à habitação e à segurança.

“Em 2016, tínhamos a pior nota entre as capitais, com nota C em liquidez, que é basicamente o caixa do município. Conseguimos reverter e hoje Curitiba tem um cenário de equilíbrio fiscal, com o mais elevado grau de excelência fiscal. Mas o trabalho é contínuo, fizemos um ajuste neste primeiro ano da gestão, com ações administrativas e fiscais e começamos a mostrar um pouco o fruto do trabalho desses últimos meses", disse. 

Segundo Puppi, a administração tem alguns desafios pela frente, com a queda dos repasses do IPVA, a Reforma Tributária e o tarifaço do governo americano, que deve impactar empresas instaladas em Curitiba que exportam para os Estados Unidos. 

Receitas

A apresentação dos resultados quadrimestrais é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). De acordo com o balanço do município, as receitas correntes somaram R$ 9,20 bilhões até o segundo quadrimestre, o que representou um aumento real (já descontada a inflação) de 3,59% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As receitas de capital somaram R$ 252 milhões, alta de 21%, e as receitas intra-orçamentárias (como contribuições sociais e taxa de administração relativas ao custeio do regime próprio de previdência) ficaram em R$ 1,13 bilhão, queda de 1,20%.

Impostos

A arrecadação de impostos totalizou R$ 4,26 bilhões, alta de 8,18% em termos reais.

O grande destaque ficou com a receita de ISS (Imposto sobre Serviços), que somou R$ 1,9 bilhão no período, crescimento de 19,3%, devido principalmente a receitas extraordinárias provenientes de demanda judicial. 

O IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) somou R$ 1,28 bilhão, com crescimento de 1,8%, e o ITBI (Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis) totalizou R$ 413 milhões, variação real de 0,83%.  

Houve queda nos valores do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), com redução de 0,63%, para R$ 413 milhões, e taxas e contribuições, com retração de 4,26%, para R$ 230 milhões.

Entre as transferências, o maior volume foi do SUS, com R$ 1,07 bilhão (queda de 4,67%); do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, com R$ 694 milhões (queda de 0,86%); IPVA, com R$ 651 milhões (alta de 3,24%); ICMS, com R$ 575 milhões (aumento de 2,38%), FPM (Fundo de Participação dos Municípios), com R$ 388 milhões, (aumento de 3,06%), e FNDE, com R$ 69 milhões (alta de 5%).

Despesas

Em termos reais, as despesas correntes tiveram queda de 1,69%, para R$ 7,29 bilhões. As despesas de capital tiveram queda de 65%, para R$ 480 milhões e as intra-orçamentárias caíram 1,7%, para R$ 1,13 bilhão.

Das despesas de capital, os investimentos somaram R$ 310 milhões, de um total previsto para o ano de R$ 1,28 bilhão.

 As inversões financeiras somaram R$ 77 milhões e amortização da dívida totalizou R$ 111 milhões,

Superávit

As contas do município fecharam no azul no segundo quadrimestre, com um superávit primário – diferença entre as receitas e as despesas, sem considerar juros e encargos da dívida, de R$ 775 milhões.

A Receita Corrente Líquida (RCL) aumentou 3,55%, para R$ 12,4 bilhões. Os gastos de pessoal totalizaram R$ 4,66 bilhões, o que representa 37,82% sobre a RCL, abaixo do limite de 54%. 

Os investimentos em Saúde atingiram 18,07% e em Educação 20,03% da receita de impostos e transferências, lembrando que a exigência constitucional, de 15% para saúde e 25% para educação vale para o resultado anual e não se aplica ao resultado quadrimestral. Os gastos com serviço de publicidade e propaganda ficaram em 0,17% sobre o orçamento, para um limite máximo de 0,60%.

Durante a audiência, Vitor Puppi estava acompanhado do superintendente fiscal da secretaria, Mario Nakatani Júnior, do superintendente executivo, Vinicios Borio, do diretor departamento de Orçamento, Carlos Eduardo Kukolj, do diretor do departamento de Contabilidade, Claudinei Nogueira, dos assessores Jaderson Goulart e Rafael Barone e do chefe do núcleo de assessoramento jurídico, Richard Wagner Freire dos Santos.