Curitiba cumpriu a meta e receberá o último desembolso – no valor de €$ 13 milhões - do financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para a execução do Projeto de Gestão de Risco Climático do Bairro Novo do Caximba. Assinado em agosto de 2020, o contrato previa desembolsos do montante de €$ 39,1 milhão até agosto de 2025.
Para celebrar o cumprimento do cronograma financeiro, o prefeito Eduardo Pimentel recebeu, nesta quarta-feira (13/8), o diretor da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para o Brasil e Cone Sul, Dominique Hautbergue. Participaram da audiência Rogério Barbosa, gerente de projetos da AFD; Luiz Fernando Jamur, secretário municipal de Obras Públicas (Smop); Marilza Oliveira Dias, secretária municipal do Meio Ambiente (SMMA); Cléver Almeida, assessor da presidência, e Gisele Medeiros, assessora de investimentos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc); e Tisa Kastrup, assessora de Relações Internacionais da Prefeitura.
“A transformação na vida das pessoas, proporcionada pelo projeto do Bairro Novo do Caximba, é um marco na história de Curitiba, com uma comunidade inteira com nova perspectiva de vida e a recuperação ambiental urgente de uma área degradada”, disse Eduardo Pimentel.
O Bairro Novo do Caximba já soma 252 unidades habitacionais entregues, e há a previsão de mais 100 para o mês de agosto. Outras obras de infraestrutura também estão em andamento, como as redes de água e esgoto na área remanescente da Vila 29 de Outubro. “Até o fim do ano, devem ser licitadas as últimas fases do projeto, do dique de contenção do Rio Iguaçu e do parque linear”, explicou Luiz Fernando Jamur, titular da Smop.
Dominique Hautbergue destacou a parceria de longa data da AFD com Curitiba, desde o primeiro financiamento na área de transporte que a Agência viabilizou no Brasil, para a ampliação da Rede Integrada de Transporte (RIT), em 2007. Destacou ainda que a AFD foi convidada pelo Ministério do Planejamento do Brasil para apresentar os resultados dos programas de igualdade de gênero e sociais aplicadas ao Bairro Novo do Caximba, pelo seu perfil transformador. A apresentação será em Brasília, no próximo dia 27 de agosto. E alinhou com a equipe técnica da Prefeitura o andamento do próximo financiamento da AFD para o Programa Curitiba Resiliente, no valor de €$ 100 milhões, mais €$ 25 milhões em contrapartidas do município.
O programa teve carta-consulta aprovada pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) em dezembro de 2024 e, atualmente, está na fase de ajustes e negociação. A expectativa é de que o relatório final seja submetido à aprovação do conselho da AFD até outubro deste ano. Depois das condições do financiamento aprovadas, inicia-se o processo de negociação do contrato, ao mesmo tempo em que o município dá continuidade à elaboração dos projetos executivos e aprofundamento dos estudos de impacto ambiental. Haverá ainda o trâmite de aprovação do financiamento pelo Senado, para então encaminhar a assinatura do contrato.
O objetivo do programa é promover a adaptação e aumentar a resiliência dos sistemas natural, socioeconômico e urbano aos riscos climáticos, fomentando a regeneração urbana sustentável e inclusiva, a partir do conceito de Soluções baseadas na Natureza (SbN), com projetos do EcoDistrito Belém, Reserva Hídrica do Futuro e a segunda fase do Hipervisor Urbano de Curitiba.
O Projeto EcoDistrito Belém é uma abordagem multissetorial de requalificação urbana voltada para adaptação e resiliência climática. A proposta busca fortalecer estruturas ambientais, sociais e econômicas, criando espaços públicos que promovam a interação entre pessoas, meio urbano e áreas verdes. Suas diretrizes incluem o aumento da permeabilidade do solo, arborização, implantação de áreas alagáveis e infraestrutura sustentável, reduzindo riscos climáticos.
O novo “parque alagável” dentro da Reserva Hídrica do Futuro, projetado para armazenar e amortecer volumes de água durante chuvas intensas, é uma proposta que contribuirá para conter as águas pluviais no ponto mais a jusante (mais próximo da foz) da bacia do Rio Belém e também se configurará como uma nova área de lazer.
Para a segunda fase do Hipervisor Urbano de Curitiba, o financiamento será aplicado na compra de novos equipamentos e programas plataforma de integração e análise, além de sistemas de monitoramento da intervenção no EcoDistrito Belém. Isto permitirá aprimorar a integração de dados e informações, melhorando a capacidade de resposta aos riscos climáticos, o monitoramento do nível dos rios e as condições de saneamento básico na capital.
“Vamos avançar ainda mais nos resultados positivos que temos tido até aqui com a parceria e o suporte da AFD na evolução das estratégias inovadoras que desenvolvemos em Curitiba”, disse o prefeito.