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Habitação

Prefeito entrega sobrados para famílias da Vila Parolin

Prefeitura entrega 28 sobrados para famílias que moram em situação de risco ou insalubridade na Vila Parolin. Curitiba, 04/07/2008 Foto: Brunno Covello/SMCS

O prefeito entregou nesta sexta-feira (4) 28 sobrados para famílias que moram em situação de risco ou insalubridade na Vila Parolin. As unidades foram construídas pela Prefeitura em uma quadra livre numa das extremidades da área, entre a rua Daisy Luci Berno e a avenida da República, próximo à antiga via férrea. A obra significou um investimento de R$ 644 mil e foi totalmente executada com recursos da Prefeitura, como um preparativo para o grande projeto de urbanização que está acontecendo na Vila Parolin.

"O segredo do sucesso desta ação que a Prefeitura está fazendo na Vila Parolin é a parceria com a comunidade. Os moradores queriam melhorias para a área e esperaram por muito tempo. Por isso, tivemos que vencer a descrença no início. Quando conquistamos a confiança das pessoas, houve uma adesão total ao projeto de urbanização", disse o prefeito.

O presidente da Cohab, Mounir Chaowiche, lembrou que a Vila Parolin é a mais antiga ocupação da cidade. "Com este reassentamento, começa a transformação da área, que deixará de ser irregular para ser incorporada à cidade formal". A Vila Parolin surgiu no início da década de 50. As primeiras casas foram construídas ao lado da antiga linha do trem e depois a ocupação foi se expandindo até assumir os contornos atuais. Segundo cadastro do serviço social da Cohab, a área tem hoje 1.507 domicílios e cerca de 5 mil moradores.

Após a entrega das chaves, as famílias iniciaram a mudança. Para a operação, a Cohab e a Prefeitura ofereceram apoio de transporte e mão de obra. Paralelamente à mudança foi feito o desmonte das casas desocupadas com a finalidade de evitar uma nova ocupação do local.

As famílias que vão morar nas unidades viviam dois tipos de situação: parte delas estava na beira do rio, enfrentando alagamentos freqüentes e parte estava num ponto de adensamento excessivo, onde as casas em madeira, muito próximas umas das outras, não tinham ensolação nem ventilação e tinham risco de incêndio.

A transferência de famílias em situação de risco vai ocorrer outras vezes nos próximos 18 meses. O projeto global de intervenção na Vila prevê a construção de 677 unidades para reassentamento. Parte delas está em obras, em áreas próximas à Vila. Para a construção foi necessária a compra de 73 mil metros quadrados. Cinqüenta terrenos na vizinhança foram declarados de utilidade pública pelo município e passaram a integrar o projeto. Essa operação significou um investimento de R$ 12,5 milhões, totalmente assumido pela Prefeitura.

Além da construção de unidades novas, o projeto de urbanização da Vila Parolin também inclui a execução de infra-estrutura na área ocupada, para melhorar a condição das 830 famílias que vão permanecer no mesmo lugar onde moram atualmente. A proposta inclui também a construção de uma escola de 1ª à 4ª série do ensino fundamental, a recuperação ambiental da margem do rio Vila Guaíra e trabalho social com a comunidade. Uma comissão de representantes, eleita pelos moradores, irá acompanhar as obras junto com a equipe técnica da Cohab.

Morador festeja casa nova e endereço

Isabel Aparecida dos Santos foi morar na Vila Parolin quando ainda era um bebê, com quatro meses de idade. Nunca saiu de lá e, agora, com 40 anos, concretizou o seu grande sonho. "É uma vitória para nós. Quem morou no lugar onde eu morava não imagina nunca que um dia estará numa casa decente. No beco onde eu estava era tudo apertado, não batia sol, alagava quando chovia e quando a gente saía para trabalhar não sabia como iria encontrar suas coisas no final do dia", contou emocionada quando recebeu as chaves.

Maria da Glória Thomaz mora há 20 anos na Vila Parolin e também não continha a emoção com a casa nova. Ela mora na Vila Parolin há 20 anos e nos últimos meses estava em uma casa alugada. "É a maior conquista da minha vida", falou. Dalva de Oliveira era outra moradora satisfeita. "Este sobrado, para mim, é um palácio. Moro em duas peças que estão quase caindo e com a mudança vou começar uma vida nova", disse.

O auxiliar de produção Levy Pereira de Oliveira estava há 12 anos num beco da Vila Parolin. A casa de madeira estava praticamente colada às unidades vizinhas e o acesso era feito por um caminho estreito desde a rua até o interior da quadra. Por isso, ele conta que tinha dificuldades para receber correspondência ou até para preencher cadastro de emprego ou de crediário. "Não tinha endereço e, quando era necessário, usava o nome da rua e o número da casa do sogro", conta ele. Por isso, agora, além da casa nova, Oliveira está festejando o fato de ter, após muitos anos, um endereço oficial na cidade. "Estou muito satisfeito com a nova condição", falou.

A dona de casa Rosilda Arantes dos Santos Reis morava no mesmo beco, um uma casa com uma peça única, que ela dividia com cortinas. Grávida de oito meses, ela tem um filho de oito anos e estava contando os dias que faltavam para a mudança. "Agora, terei um lugar melhor para criar meus filhos. Vamos começar uma vida nova", disse.