O Hospital do Idoso Zilda Arns atendeu 35 pacientes com 100 anos ou mais desde que foi inaugurado, há 20 meses. O número abrange os que ficaram internados, os que foram submetidos a Raio-X e outros exames (ecocardiograma e tomografia) e os acompanhados pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD).
O atendimento a essa parcela da população será reforçado com a estruturação do Ambulatório de Geriatria, que atenderá também idosos egressos do hospital ou vinculados ao SAD, com indicação para consulta nesta especialidade. Com um corpo clínico formado por sete geriatras, o ambulatório é gerenciado pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes).
“A população tem direito à atenção multiprofissional e humanizada. Com o novo ambulatório, a fundação demonstra, mais uma vez, que está cumprindo sua missão de colaborar com a gestão municipal nos serviços especializados”, ressalta o diretor geral da Feaes, Gustavo Justo Schulz.
O diretor executivo do Hospital do Idoso, Hermann Valentim Guimarães, diz que o ambulatório é o primeiro na rede própria do SUS Curitiba, representando um avanço no sistema. “Como as pessoas estão vivendo mais, precisamos ter uma estrutura que acompanhe esses pacientes e colabore para que também vivam melhor”, afirma.
A educadora física Lucélia Santos ficou satisfeita ao saber que a avó Elíbia da Silva Moreira, 103 anos, poderá usufruir do serviço. “Estamos aguardando uma consulta com geriatra há um ano”, diz. Entretanto, não será a primeira vez da centenária no Hospital do Idoso. “Ela já esteve internada duas vezes e também fez consultas com o neurologista”, conta a neta.
Luiza Bilik, 100 anos, também poderá ser atendida no ambulatório. Atualmente, a idosa está vinculada ao SAD. “Veio uma equipe completa de saúde em casa, avaliou o caso dela e começou o acompanhamento domiciliar. Ela tem muito inchaço nas pernas e pés e a fisioterapeuta ensina a cuidadora a fazer alguns procedimentos para aliviar esse problema”, relata a filha Norma Dalva Bilik Gomes, 75 anos.
Vida mais longa
Com a inversão na pirâmide etária e o avanço da expectativa de vida, é cada vez maior o número de pacientes idosos no País. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Curitiba tem 198.089 idosos, o que corresponde a 11,3% da sua população.
A esperança de vida ao nascer em Curitiba passou de 72,5 anos no ano 2000 para 76,3 anos uma década depois. O dado é do Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil e aponta para a necessidade de os serviços de saúde estarem estruturados para atuar na promoção da qualidade de vida e assistência.