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Energia limpa

Operações com BNDES e KfW vão financiar projetos de eletromobilidade em Curitiba

Prefeitura de Curitiba inicia teste com primeiro biarticulado elétrico do mundo. FOTO: Daniel Castellano/SMCS (arquivo)

A Prefeitura encaminhou, nesta quarta-feira (14/5), à Câmara Municipal de Curitiba (CMC), dois projetos de lei que autorizam o município a contratar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o banco alemão KfW para a aquisição de ônibus elétricos para o transporte coletivo e implantação de eletropostos e de sistemas fotovoltaicos em equipamentos públicos. As duas operações, juntas, somam cerca de R$ 1 bilhão em financiamentos.

O primeiro deles trata da operação de R$ 380 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). O projeto  prevê a compra de 54 veículos articulados elétricos para o Linha Direta Inter 2 e o Interbairros II e a implantação de duas unidades de recarga públicas (eletropostos)  junto a terminais da capital. 

O segundo prevê a operação de €$ 100 milhões (R$ 628,9 milhões), com o Banco de Desenvolvimento Alemão Kreditanstalt Fur Wiederaufbau (KfW), para aquisição de 84 veículos, principalmente biarticulados elétricos, para a frota do futuro Ligeirão Leste/Oeste, além de implantação de eletropostos públicos com infraestrutura de recarga e a instalação de 27 sistemas fotovoltaicos em equipamentos públicos.

Os dois projetos já foram aprovados pelas instituições financeiras. “É importante esse aval dos vereadores para que a Prefeitura possa fazer a contratação. Mas se trata de uma autorização. A partir dela a Prefeitura poderá dar seguimento à operação de crédito ou até mesmo rever o projeto no futuro. Mas é vital essa etapa que conta com participação do Legislativo”, diz o secretário de Governo Municipal, Marcelo Fachinello. 

Benefícios

Segundo a Prefeitura, as duas operações vão beneficiar aproximadamente 355 mil passageiros por dia nas linhas BRT Leste-Oeste, Interbairros II e da Linha Direta Inter 2. Sem emissões e ruídos, os ônibus elétricos também trarão impacto positivo para os domicílios localizados ao longo das linhas. Estima-se que 124 mil domicílios serão diretamente beneficiados.

“Esses dois projetos encaminhados à CMC estão alinhados ao o programa de renovação energética, redução e mitigação dos efeitos da emissão do CO2 de Curitiba e permitirão que a Prefeitura possa estruturar o processo de aquisição desses ônibus. Nossa expectativa é que esses projetos sejam aprovados até junho, para que possamos adquirir os primeiros 54 ônibus com recursos do PAC ainda este ano”, disse o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto.

“A contratação dessas duas operações de crédito com o BNDES e o KfW representa um passo decisivo na transformação da matriz energética do nosso transporte coletivo. Apostar na eletromobilidade é, acima de tudo, uma escolha estratégica para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e fortalecer nossa resiliência climática. Cada ônibus elétrico que incorporamos à frota é um avanço concreto rumo à meta de uma Curitiba mais sustentável, alinhada ao nosso PlanClima e ao compromisso com as futuras gerações”, diz a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Ana Jayme.

O projeto de descarbonização da frota de Curitiba é considerado referência no país por reunir desde um amplo programa de testes da tecnologia até o novo modelo de concessão, em 2025, que já contemplará matriz energética não poluente. Já são sete veículos elétricos em operação na frota de Curitiba, nas linhas Interbairros I e Água Verde. Além disso, a capital já testou veículos elétricos das marcas Eletra, Volvo, Marcopolo, BYD, Ankai e Mercedes-Benz. Nesta semana, entrou em avaliação o modelo biarticulado elétrico Volvo.

Capacidade de Pagamento

Segundo o secretário de Planejamento, Finanças e Orçamento, Vitor Puppi, Curitiba, graças à sua boa gestão fiscal, pode acessar financiamentos nacionais e internacionais.  O município detém Nota A em Capacidade de Pagamento, rating do Tesouro Nacional que faz um diagnóstico da situação fiscal sob o ponto de vista de endividamento, poupança corrente e liquidez. Apenas as classificações gerais A ou B atestam que o ente está elegível para obter garantia da União para operações de crédito, tanto internas quanto externas.

"Curitiba, graças ao trabalho que fez para equilibrar suas contas, tem hoje acesso a financiamentos internacionais, como o do Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Agência Francesa de Desenvolvimento, New Development Bank e agora também do KfW, o Banco de Desenvolvimento da Alemanha, e também ao crédito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)", disse Puppi.