Servidores que trabalham na Câmara de Vereadores de Curitiba tiveram uma experiência diferente, nesta quinta-feira (21/10). O Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura promoveu oficinas práticas e vivências com cadeiras de rodas e locomoção com bengalas usadas por cegos para os servidores sentirem alguns dos desafios enfrentados por pessoas com deficiência no dia a dia.
As atividades práticas envolveram as deficiências visual, auditiva, física e do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A ação de inclusão foi promovida pelo Projeto Sensibiliza da Escola do Legislativo da Câmara. O evento foi híbrido, com 24 servidores participando presencialmente no plenário da Câmara e outros no formato on-line.
As dinâmicas foram feitas com os recepcionistas, vigilantes, servidores da limpeza, funcionários terceirizados que trabalham na Câmara, e servidores dos gabinetes dos vereadores. A ação foi organizada pela Comissão de Acessibilidade da Câmara e os vereadores Pier Petruzziello e Flávia Francischini acompanharam de forma on-line.
Empatia
A vigilante e recepcionista Queila da Silva Carvalho sentiu as dificuldades de se locomover em uma cadeira de rodas. “Doeu meus pulsos e não tive muito equilíbrio. O piso também estava irregular”, disse Queila, que ainda não recebeu nenhum cadeirante na recepção da Câmara Municipal.
“A visão que eu vou ter agora com cadeirantes será totalmente diferente. Essa oficina prática foi muito boa”, afirmou a servidora. O ouvidor da Câmara, Lincoln Sampaio, também gostou de participar das oficinas desta quinta-feira (21/10).
“É importante ter esse conhecimento, recebemos muito público aqui na Câmara. Bom ter essa vivência, essa experiência prática, assim podemos entender um pouco mais sobre o que as pessoas com deficiência passam no dia a dia”, disse o ouvidor.
Além das cadeiras de rodas, os servidores tiveram os olhos vendados e andaram com bengalas usadas por cegos para se locomover. Degraus de escadas e cadeiras no meio do caminho simularam situações vividas por deficientes visuais. Um “telefone sem fio” em Libras também fez parte das atividades e demonstrou as dificuldades que os deficentes auditivos têm na comunicação.
Serviços públicos
Além da parte prática, o evento também contou com palestras. A diretora do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Denise Moraes, falou sobre os serviços gratuitos que a Prefeitura oferece para as pessoas com deficiência.
Entre os serviços estão o atendimento jurídico, psicossocial, apoio à empregabilidade da pessoa com deficiência, e Central de Libras para a comunidade surda, que oferece acessibilidade de comunicação aos deficientes auditivos, em diversas ocasiões, como consultas médicas, entrevistas de trabalho, tribunais, entre outros.
O Departamento também coordena o Transporte Acesso, que é serviço de micro-ônibus porta a porta, com elevador, cadeira de rodas e acessórios necessários para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência. O serviço é destinado a pessoas com deficiência com alto grau de complexidade, com renda familiar, per capita, de até um salário mínimo e com residência em Curitiba.
“Todos esses serviços são oferecidos gratuitamente pela Prefeitura. Trabalhamos por uma Curitiba mais inclusiva”, explicou Denise Moraes.
O presidente da Câmara, vereador Tico Kuzma, afirmou que o objetivo da ação foi aproximar os servidores da Casa do tema da inclusão. “A ideia é termos informação e aprendermos na prática como atender e receber bem as pessoas com deficiência aqui na Câmara”, disse.
O vereador Pier Petruzziello também falou sobre a importância da ação. “Todos somos iguais dentro das nossas diferenças. Temos que saber como lidar com uma criança autista, com um cego ou com alguém com deficiência intelectual ou física”, afirmou.
O endereço do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência é na Rua Schiller, 159, Cristo Rei. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h.