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Prontos para sambar

Oficinas de artesanato e percussão preparam idosos para o Carnaval

Oficinas de artesanato e percussão estão colocando idosos de Curitiba no ritmo do Carnaval. Foto: João Miranda

 

Oficinas de artesanato e percussão estão colocando idosos de Curitiba no ritmo do Carnaval. Cerca de 200 idosos participam das atividades que buscam preparar o grupo para tocar na bateria de escola de samba do Rancho das Flores - que será criada este ano -, além de produzir adereços que serão usados nas fantasias dos integrantes do bloco que tradicionalmente abre o desfile de Carnaval de rua da capital.

Desenvolvidas pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), em parceria com a Fundação de Ação Social (FAS), as oficinas são destinadas aos idosos que participam dos serviços de convivência desenvolvidos nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras).

Na oficina de percussão, homens e mulheres se divertem enquanto aprendem a tocar instrumentos musicais, ritmo e percussão. Os encontros, que começaram no dia 18 de janeiro e seguem até 15 de fevereiro, reúnem dezenas de idosos das dez regionais da cidade, sempre aos sábados. Ao todo, serão cinco oficinas e as três últimas acontecerão no Conservatório de MPB. 

Costura e conversa

Em meio a tecidos e boa conversa, idosas também se divertem na oficina de artesanato. Nos encontros que acontecem nas Ruas da Cidadania ou nos Centro de Atividades para Pessoas Idosas (Catis), elas moldam, cortam e costuram flores e fuxicos que irão enfeitar as fantasias que serão usadas pelos integrantes do Rancho das Flores, que este ano completa 30 anos.

A figurinista Cristine Conde, que coordena a oficina e orienta as idosas, conta que a possibilidade de produzir os figurinos tem atraído muita gente.

Animada, Clarita Araújo Queiroz, 65 anos, se preparada para o quinto desfile de Carnaval. Enquanto espera o dia da festa, participa da oficina de artesanato. “Fiquei sabendo do Rancho das Flores há cinco anos, quando comecei a ir ao Cras Pinheirinho, depois nunca mais deixei de ir”, contou a mulher que chegou à unidade da FAS para tentar se recuperar de uma depressão que começou depois da morte do marido, há 11 anos.   

“Eu era acompanhada por um psiquiatra e tomava remédios. Fiquei tão mal que não dormia, não abria mais a minha casa. O Cras mudou a minha vida. Lá a gente conversa, dá risada, faz amizade, passeia. Isso foi minha cura”, disse.

Vilma Borges de Camargo, 74 anos, também está ajudando na produção dos adereços. Ela desfilou 8 anos no Rancho das Flores e, desde 2014, deixou de participar em função de um problema no joelho. “Fiz tratamento e melhorei. Se eu estiver bem, quero voltar a desfilar este ano”, falou. Vilma também vai ao Cras Pinheirinho, onde faz aula de dança e artesanato. Ativa, ela também canta no coral da igreja que frequenta.

Disposta e sorridente, a aposentada Sirlei de Castilho Lara, 68 anos, já fez várias flores e fuxicos para as fantasias dos integrantes do bloco, mas contou que não irá ao desfile. “Gosto mesmo é do baile”, disse ela se referindo ao tradicional Baile de Carnaval dos Idosos, que todos os anos antecede o desfile.

Convivência

A diretora de proteção Social Básica da FAS, Cíntia Aumann, explica que as oficinas têm o objetivo de promover a convivência e o fortalecimento de vínculos comunitários dos idosos participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que acontece nos Cras.

“Isso contribui para o processo de envelhecimento ativo e saudável e, da autonomia, prevenindo, assim, a vivência ou reincidência de situações de risco”, explicou Cíntia.

A oficina de percussão acontecerá ainda nos dias 1, 8 e 15 de fevereiro, das 14h às 18h, no Conservatório de MPB. A oficina de artesanato tem ainda mais dois encontros, até o próximo dia 14, nas dez regionais. Há datas diferentes para as aulas para cada regional. Interessados em participar devem procurar o Cras mais próximo de casa.