Por mais inusitado que possa parecer, o encontro da música com o ilusionismo é mais comum do que se imagina. Na tarde de terça-feira, (22/1), as duas formas de arte foram abordadas na Oficina de Música de Curitiba, em uma aula realizada pelo violinista Cármelo de los Santos, que contou com a participação especial do também músico e ilusionista Moisés Lima.
Os dois músicos são estudiosos de ilusionismo há mais de 20 anos e apresentaram os paralelos entre o ilusionismo e a prática do instrumento de cordas, desde o estudo até a composição de um programa/show, presença de palco, criação de expectativa, envolvimento do público e comunicação gestual.
Cármelo conta que a arte do ilusionismo e o interesse pela mágica surgiu ainda antes do estudo de violino. “Neste ano a Oficina propôs a vários professores para misturar a música com atividades diversas, outras disciplinas e eu trouxe a mágica”, conta.
O bate-papo entre os dois artistas prendeu a atenção dos alunos, que acompanharam via on-line e tiveram a oportunidade de interagir com os artistas e participar de números de ilusionismo. Cármelo se considera um mágico amador e conta que já participou diversas vezes da Oficina, como professor e aluno, e em outras edições foi convidado a se apresentar para crianças durante a programação.
“A Oficina de Música de Curitiba é na verdade o mais eclético festival de música que eu conheço, eu amo esse festival!”, declara Cármelo de los Santos.
Para a estudante de letras Nicole de Oliveira, que participou da Oficina e participou de um dos números feitos pelo Moisés, quanto mais perto se chega do mágico, menos se vê. “É um jogo de percepção humana”, conclui.
“O mágico é como um maestro, precisa conhecer vários instrumentos para poder afinar o espetáculo”, conta Moisés Lima.
O truque está em direcionar o olhar das pessoas para onde ele quer, e sempre é o mais longe de onde a mágica está realmente acontecendo, revela Moisés. “É a profissão mais honesta que existe, o mágico fala que vai te enganar e cumpre o que promete”.
Os músicos contam que quanto mais formas de controle o artista alcançar, seja durante uma mágica ou durante uma apresentação musical, mais interessante fica o show e mais fácil vai ser para conseguir a atenção do público. Não é necessário ter um repertório muito vasto, mas sempre apresentar de forma impecável.
Conhecendo o universo de cada um
Aos 16 anos, Cármelo conquistou a mais prestigiada competição de música no Brasil, o Prêmio Eldorado, em São Paulo. Desde então, ele é solista convidado em mais de 40 orquestras pelo mundo, incluindo a New World Symphony, Santa Fe Pro-Musica, New Mexico Symphonies, Montevideo Philarmonic, Orchestra Musica d’Oltreoceano (Roma) e as principais orquestras no Brasil.
Em 2002, Cármelo fez sua estréia em Nova York como solista e maestro no Weill Recital Hall no Carnegie Hall com a ARCO Chamber Orchestra. Colecionador de prêmios em várias competições internacionais, incluindo o primeiro prêmio no 4º Concurso Internacional de Cordas Júlio Cardona (Portugal), primeiro prêmio no Music Teachers National Association (MTNA) Collegiate Artist Competition (USA) Collegiate Artist Competition (USA), e segundo prêmio no Young Artist International Competition (Argentina). Com a pianista Carla McElhaney e o violoncelista Joel Becktell, Cármelo formou o grupo REVEL, sediado em Austin.
Moisés Lima, é integrante do grupo Família Lima, formado em 1994. O grupo já vendeu mais de 1.000.000 cópias e se apresentou nas mais importantes casas de shows do Brasil, além de já ter feito shows em mais de 13 países, dentre eles EUA, Áustria, França, Espanha, Alemanha e Vaticano. Na banda, Moisés toca baixo elétrico, contrabaixo e violoncelo.
Conhecido como o “mágico da família”, vem se destacando na arte do ilusionismo e recebeu a premiação de “Mágico Revelação” pela Associação dos Mágicos de São Paulo. Em 2004 recebeu prêmios em categorias diferentes pelo Congresso Brasileiro de Mágicos: Close up (mágica à curta distância) e cartomagia (mágica com cartas).
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